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terça-feira, 12 de julho de 2011

Enquanto PSOL, mídia e elite fazem o discurso hipócrita da "ética" Hillary elogia ações de transparência nos gastos do Brasil.

Ações de transparência nos gastos do Brasil são exemplo, diz Hillary
Alessandra Corrêa

Da BBC Brasil em Washington

Antonio Patriota e Hillary Clinton/AP


Brasil e EUA devem lançar a iniciativa para transparência durante a Assembleia Geral da ONU

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, citou nesta terça-feira, em Washington, ações de transparência implementadas pelo governo brasileiro como "um bom exemplo".

"O Portal da Transparência, que dá a cada cidadão a oportunidade de ver como o dinheiro de seu governo está sendo gasto, é uma inovação extraordinária, que nós admiramos", disse a secretária, referindo-se ao site do governo que divulga os gastos federais.

A secretária fez a declaração em um evento que discute a Open Government Partnership (OGP, ou Parceria sobre Transparência Governamental, em tradução livre), iniciativa que tem entre seus objetivos o combate à corrupção.


Em uma cerimônia no Departamento de Estado com a participação de representantes de 60 países, Hillary também citou o exemplo do Brasil ao falar da relação entre transparência no governo e sucesso na esfera econômica.
"Governos que não ganharam a confiança do povo lutam para gerar a receita em impostos necessária para financiar progressos em desenvolvimento sustentável", disse a secretária.

"O que o Brasil fez nos últimos 25 anos é notável. Porque expandiu sua base de impostos, aumentou sua receita como porcentagem do PIB e não enriqueceu uma pequena elite, mas espalhou esses recursos amplamente entre o povo brasileiro, em um esforço que tirou tantos da pobreza e ao mesmo tempo aumentou o cada vez mais forte estabelecimento de instituições democráticas e resultados positivos."

Corrupção

Presidida de forma conjunta por Brasil e Estados Unidos, a parceria tem o objetivo de facilitar a trocar de experiências entre os países e discutir formas de combater a corrupção e promover maior transparência, participação da sociedade civil e o uso de novas tecnologias para fortalecer a governança.
Na cerimônia em Washington, o Brasil foi representado pelos ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e Jorge Hage Sobrinho, chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), que atualmente investiga denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes.

Questionado por jornalistas sobre uma possível contradição no fato de o Brasil liderar uma iniciativa contra corrupção ao mesmo tempo em que registra um escândalo envolvendo acusações de propina e superfaturamento em obras, o ministro das Relações Exteriores disse que "os países todos têm desafios a superar".

"Em países altamente desenvolvidos, existem situações às vezes de inadequação de políticas e de falta de transparência", afirmou Patriota.
Patriota observou que a participação dos países na parceria – que será lançada oficialmente em setembro, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York – é voluntária e que a proposta não é "ensinar a ninguém como se comportar".

Patriota disse ainda que essa parceria decorre de uma evolução gradual nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, refletindo o “compromisso dos dois países, no espírito de igualdade de condições, de trocar experiências e dar um exemplo de compromisso com boas práticas".

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