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domingo, 31 de julho de 2011

Penso que o Brasil deveria facilitar o sonho dos haitianos

Se concretizar o "sonho brasileiro", o Brasil, como grande Nação nesse século, deve abrir as portas aos irmãos de todo o mundo, principalmente para povos sofridos como o do Haiti. 


Como dizia minha, com amor sempre cabe mais um em nossos corações. 

E o Brasil e seu povo precisam provar que realmente são solidários, a despeito dos problemas sociais que ainda tem. 

Nesse sentido, o Brasil poderia facilitar o sonho do Haitianos. 



Correio Braziliense - 31/07/2011

O alojamento é improvisado e a comida vem de doações. A pobreza ronda a vida dos mais de 1,1 mil haitianos que desembarcaram em Manaus em busca de emprego e dinheiro para ajudar os familiares que ficaram para trás. Fugidos do cenário de guerra deixado pelo terremoto que destruiu o Haiti no ano passado, os imigrantes que conseguiram autorização para ficar no Brasil ainda enfrentam a dificuldade de arrumar trabalho, aprender português e deixar abrigos cedidos pela Igreja Católica. Gente como Betoni Pierre, 25 anos, que deixou seu país há três meses.



O haitiano é um dos 40 abrigados em uma das casas alugadas pela igreja para ajudá-los. Ele perdeu tudo depois do terremoto e foi viver com vizinhos de favor. Sem perspectivas, foi convencido por um dos amigos de que o Brasil seria a única chance de mudar de vida. "Até agora, pouca coisa aconteceu. Estou tentando trabalho. Preciso ganhar dinheiro para me manter e para mandar para o Haiti. Mas está muito difícil", diz ele, em espanhol quase incompreensível.

Betoni é um dos mais entrosados no alojamento e quem descreve melhor a situação do país que deixou. "Tudo lá acabou. As pessoas perderam tudo e, para onde você olha, não enxerga chance alguma de mudanças", diz ele, até ser interrompido pelos colegas que querem mostrar a bravura de terem enfrentado a travessia. Eles gesticulam nervosos contando sobre a péssima estrutura dos barcos, do medo de que lhes roubassem o pouco que traziam e do assédio de coiotes dispostos a "ajudá-los" em troca do dinheiro que eles ainda não têm.

A situação dos haitianos é tão dramática e dependente da boa vontade dos brasileiros que ninguém fica à vontade com a ideia de ser fotografado. Temem que as fotos mostrem a situação de miséria em que vivem e que os familiares, no Haiti, descubram que o sonho de uma vida melhor ainda está distante. "As coisas não são fáceis aqui. Não conseguimos trabalhar porque não falamos a língua e, sem a carteira de trabalho, ninguém quer contratar a gente. Apesar disso, aqui, nossa situação é melhor do que no Haiti. Por mais que a situação seja ruim, pior seria ficar lá", diz Voley Sifleur, 27 anos.

Os problemas enfrentados pelos haitianos são conhecidos pela autoridades. Mesmo assim, o governo ainda não sabe o que fazer para legalizar essa questão. Desde o ano passado, o governo brasileiro concedeu 189 vistos humanitários a haitianos. Ainda é pouco. Segundo dados oficiais, há mais 700 casos para avaliação e 209 haitianos simplesmente sumiram. (IT)

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