É sabido que o mundo passou e passa por grandes transformações econômicas, sociais, políticas e tecnológicas.
Aliás, as novas tecnologias têm mudado as formas de vida da sociedade moderna – criou-se o termo realidade virtual – para se explicar o modo de fazer negócios, realizar comunicações e transmitir informações.
Criou-se, através das tecnologias informação – a aldeia global. A China já não fica do outro lado do mundo, mas apenas a um clique. Aliás, tudo está apenas a um clique, seja no computador, seja num celular.
Vivemos mais transformações agora do que as ocorrido durante o século XIX com a revolução industrial e toda a historia da humanidade.
Naquele período a revolução industrial criou-se o produto de massa através da aceleração da produção e consolidou o modo de produção capitalista com o trabalhador assalariado, acentuando desta forma, a divisão social do trabalho e graves problemas sociais: jornada de trabalho estafante, salários aviltantes, condições de trabalho precárias e desumanas, onde os trabalhadores eram confinados em habitações também precárias.
A exploração do trabalho de crianças e mulheres era extremamente desumana. Neste contexto nasce a sociologia, com a missão de oferecer condições aos homens para entender a sociedade em que vivem de maneira racional e questionadora. As novas formas de perceber a educação colocam o ensino crítico na direção da sociologia crítica quando diz que é preciso desenvolver uma organização didática que possibilite ao jovem (cidadão em construção) a demistificação da realidade, ou seja, conhecer a realidade para modifica-la.
Paulo Freire fala de uma educação para intervenção no mundo, significa compreender o mundo, este mundo de desiguais e de oportunidades para poucos.
Neste contexto, quando se faz uma relação entre as transformações que ocorreram no século XIX, XX e que estão ocorrendo neste momento, primeira década do século XXI, percebe-se o mesmo modelo de exploração do homem, o mesmo sistema política capitalista, mas em processo de crise e o pensamento liberal hegemônico.
Nas indústrias, na linha de montagem ainda se percebe o modelo taylorista mecanicista aprofundado Tudo é orientado para a produtividade, fazer mais com menos e o homem é apenas peça deste modelo de produção de produção e de exploração do trabalho.
Para Pedrinho Guareschi é preciso construir uma sociologia crítica, não a sociologia do “esqueçam o que eu escrevi”, uma sociologia que possa desvelar as ideologias, o entendimento deste momento que nós estamos passando, é a crise de um modelo do capital especulativo, aonde vão se gastar bilhões de dólares para se salvar bancos, mas as pessoas que estão perdendo suas casas, seus empregos estão abandonadas a própria sorte.
O mundo gira, gira, mas as garras do modelo capitalista de produção estão afiadas em cima dos pobres. Serão os pobres que deverão pagar com a quebradeira dos ricos?
Onde está, então, a sociologia?
O Estado, antes renegado pelo liberalismo econômico e defensores do estado mínimo agora é chamado para pagar a conta. É então, a sociologia somente um instrumento provocador para desvelar a realidade?
O homem, então consciente desta realidade deve se organizar e lutar contra esta situação de coisas? Se não fizer, a sociologia terá cumprido com a sua missão?
E a sociologia de FHC para que serviu? Onde está a sociologia do grande brasileiro Florestan Fernandes?
O professor ingênuo, incapaz de compreender a realidade,"inocente das questões sociais e de seu papel de intervenção na sociedade" será mais acomodado e acomodável? Somos manipuláveis por que não percebemos a realidade?
Onde está a sociologia? Para salvar o capitalismo, as idéias de Keynes, como a intervenção do Estado na economia, estão de volta.
A palavra maldita como a estatização do sistema financeiro não é pronunciada em nenhum momento nos jornais.
O mercado era o Deus que iria salvar as pessoas do Estado. Como diz o Lula, quando o Mercado tem uma diarréia o Estado é chamado para salva-lo. Onde está o mercado? Respondo: recebendo a extrema-unção do Estado.
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