Jornalistas condenam pressão sobre a mídia
- O Estado de S.Paulo
RIO
Reunidos ontem no Clube Militar, no centro do Rio, o diretor de Assuntos Legais da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Rodolfo Machado Moura, e os jornalistas Merval Pereira (O Globo) e Reinaldo Azevedo (Veja) acusaram o governo federal de tentar controlar a produção de notícias e a produção cultural no País desde o início da gestão do presidente Lula, que foi chamado várias vezes de "autoritário".
O tema do painel organizado pelos militares foi "A democracia ameaçada: restrições à liberdade de expressão". O primeiro aplauso do salão lotado veio para Reinaldo Azevedo, quando declarou que a Lei da Ficha Limpa é "escancaradamente inconstitucional". Na única divergência entre os dois jornalistas no debate, Merval disse considerar a lei correta.
Em seguida, Azevedo criticou as restrições propostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) à publicidade de alimentos não nutritivos. Moura afirmou que não há monopólio da mídia no País.
Após a palestra, Merval disse considerar "um ótimo sinal" o Clube Militar fazer uma reunião pela liberdade de imprensa". "É sinal de que eles (os militares) aprenderam alguma coisa."
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Comentário
É piada. Mas partindo do Merval pode-se ter certeza de que não há ironia. A prática da ironia exige um conjunto mínimo de pré-requisitos intelectuais.
Em 1964 os militares foram convocados para garantir a liberdade contra o "perigo vermelho", a "república sindicalista". Merval vai ao Clube Militar, prega o risco à ordem democrática. E os bravos generais ainda levam na testa a declaração professoral de Merval: "É sinal de que eles aprenderam alguma coisa".
Bem feito! Nos anos 50, o Clube Militar discutia a Lei do Petroleo. Em 2010, ouve o professor Merval.
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