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domingo, 12 de setembro de 2010

A cruzada da Folha contra Dilma


 Arquiteto Antônio Rocha Jr.
      Tenho acompanhado o esforço sobre-humano da Folha de São Paulo em desconstruir a candidata do Governo Federal à Presidência da República. O articulista Clóvis Rossi, por exemplo, está atordoado com a possibilidade de o Brasil continuar governado pelo PT. Ele parece não acreditar mais na ida de Serra ao segundo turno e faz conjecturas sobre o eventual governo Dilma. A preço de hoje, diz , “o céu parece azul e límpido para o próximo governo”, mas, torce ele, “raios em céu azul também ocorrem”. Um dos eventuais raios “podem ser novas demandas do pessoal que está entrando na classe média”, a classe C, que o articulista deve abominar, pois volta em massa em Dilma - “cujo teor de carisma se aproxima de zero”, conforme destila o articulista. Eliane Cantanhêdo – outro articulista - é mais explícita e indaga se a queda de Beto Richa (PSDB-PR) nas pesquisas não se configura como “mais uma baixa?”. Ou seja, mais uma baixa para o lado dela, o lado do “melhor candidato” – o carismático Serra.

      A Folha pode alegar que são opiniões individuais dos articulistas dentro da “pluralidade” do jornal. Como acreditar, no entanto, piamente na planfetária e irresponsável Veja e colocar afirmativamente na manchete principal da edição 12/09 que “Filho de braço direito de Dilma atua como lobista”. O condicional só é usado no interior do jornal, por certo porque muita gente só lê a manchete, passando pelas bancas. Outro dado: a maioria esmagadora das cartas publicadas no Painel do Leitor é espinafrando Dilma, o PT e a esquerda. De quando em vez é publicada uma carta com teor contrário, de modo a provar o “pluralismo” do qual o diário se orgulha tanto. É esse o “jornalismo crítico” que pratica a Folha? Será mesmo que o jornal “não tem o rabo preso”, como constantemente declara? Não seria melhor fazer como o Estadão e declarar apoio explícito ao candidato do PSDB “pelo bem de São Paulo e do Brasil”. Seria mais honesto.

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