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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

No dia do professor, Dilma recebe apoio de setores educacionais

Portal Vemelho

“Nunca antes na história deste país uma eleição teve uma central de boatos tão cientificamente organizada”. Em que pese o início desta frase, ela não foi dita pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, mas sim pela candidata Dilma Rousseff. Com esta frase, Dilma abriu sua fala no ato realizado neste dia 15 de outubro – dia do professor – com setores de educação, juventude e ciência e tecnologia.

Luana Bonone
Dilma e educação Em discurso ofensivo, Dilma demarcou que há dois projetos em disputa no Brasil
O ato no Palácio do Trabalhador realizado na tarde desta sexta-feira (15) foi prestigiado por entidades, que entregaram diversos documentos a Dilma Rousseff, como a carta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciência (ABC); o Pacto pela Juventude, entregue por entidades que compõem o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), o manifesto de reitores em apoio a Dilma, a carta de apoio da Confederação Nacional de Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), a carta compromisso do movimento Todos pela Educação, o manifesto da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) e o manifesto dos filósofos em apoio a Dilma.

Foto: Luana Bonone
Viúva de Paulo Freire deu depoimento emocionado em apoio a Dilma
Compareceram também personalidades ligadas aos temas, como o neurocientista Miguel Nicolelis, reconhecido por Dilma no meio do público e saudado pela candidata, a filósofa Marilena Chauí e a viúva de Paulo Freire, Maria Freire, que, em depoimento emocionado, disse que no último 3 de outubro chorou ao votar em Dilma “porque pela primeira vez eu estou votando numa presidente em um país que conquistou a democracia e a liberdade tão sonhada”, declarou.


Estado laico

Dilma Rousseff criticou a campanha adversária por estimular o ódio e respondeu que “o ódio não nos interessa. Não nos interessa a discussão sobre crenças, religiões, convicções pessoais, porque o Estado é laico”. Em seguida retomou as eleições 2002 quando acusavam a campanha do presidente Lula de querer mudar as cores da bandeira nacional e acabar com as religiões, enfatizando que, assim como em 2002, a esperança vai vencer o medo.
Para a candidata, o que importa em um governo é saber “para quem ele governa”, e completou: “nós não vamos governar para um terço da população, mas para 190 milhões”.

Em um discurso bastante ofensivo, de demarcação de projeto, Dilma comparou os governos FHC e Lula, valorizando avanços como a valorização do salário mínimo construída em conjunto com as centrais sindicais realizada nos últimos oito anos.

Foto: Luana Bonone
Dilma recebeu homenagem de Rosana, estudante do ProUni
Mas o ponto alto foi mesmo o momento em que Dilma falou sobre educação. Ela recebeu homenagem de uma estudante do Programa Universidade para Todos (ProUni), falou de outros programas na área e foi muito aplaudida a expor o que foi o principal avanço na concepção das políticas educacionais: eliminar a contradição entre investimentos em ensino básico e ensino superior, entendendo a educação como um sistema: “acabamos com a visão fragmentada. Eles [o governo FHC] diziam: se vamos investir no ensino fundamental, não podemos investir na universidade, na pós-graduação. Com isso afetaram de morte a qualidade da educação”, defendeu Dilma.


Disputa de projetos

Dilma reforçou a disputa entre projetos que caracteriza esta eleição, disse para tratar do tema educação é preciso “respeito e diálogo, e não cassetete”, pautou os avanços no combate à pobreza e disse que o combate à pobreza será uma meta em relação à qual “não podemos perder um dia”.

Ao fim do ato, Dilma disse que muito se fala que a juventude é o futuro do país, mas que ela entende que “a juventude é o presente do Brasil. E é essa força que tem que estar nas ruas até o dia 31 disputando votos”e finalizou falando dos professores, como elemento que unifica todos no debate sobre educação. A candidata disse que o seu compromisso estratégico é com a qualidade da educação, com o professor no centro, valorizando o salário, o plano de carreira e a formação continuada.

Foto: Luana Bonone
Augusto Chagas anunciou o apoio da UNE e da UBES a Dilma, definido no último fim-de-semana
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, anunciou o apoio da UNE e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) à candidata no segundo turno, decididos em reuniões realizadas no último fim-de-semana.


Augusto disse que o apoio das entidades estudantis e de todo o movimento social que apóia Dilma se justifica porque houve condições de lutar e de obter conquistas neste governo, diferente do período anterior. O presidente da UNE lembrou que Serra é o único ex-presidente da entidade que a ataca publicamente e disse que ele mudou de lado: “ele que mudou de lado, pois foi líder e referência do governo mais desastroso para a educação no Brasil”, atacou Augusto, referindo-se ao governo FHC.

Personalidades

Miguel Nicolelis declarou ao Vermelho que apóia Dilma porque há um novo entendimento da Ciência e Tecnologia no Brasil a partir do governo Lula e porque concorda com o projeto de nação defendido pela candidatura.

Para Marilena Chauí, “o Brasil conheceu uma revolução no campo da educação, com inclusão social pela educação”. A filósofa falou também dos investimentos em Ciência e Tecnologia e o reconhecimento e valorização de professores das universidades federais, e arrematou: “não podemos perder isso. O governo Serra seria uma regressão gigantesca”.

De São Paulo, Luana Bonone

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