Portal Vermelho
Durou pouco mais de 15 dias o trabalho de consultoria do guru indiano Ravi Singh na campanha do candidato da oposição à Presidência, José Serra. O guru foi contratado a peso de ouro pela Talk Interactive — empresa que implementou na internet a campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM), em 2008, e agora faz o mesmo para Serra.
Durante sua aventura pelo Brasil, Singh chegou a mudar o slogan da campanha tucana na internet, trocando “O Brasil Pode Mais” por “É Hora da Virada”. O indiano também planejou a estratégia de tirar do ar, no final de semana dos dias 28 e 29 de agosto, os principais sites da campanha de Serra.
A ideia era criar um fato novo e atrair militantes — o que não aconteceu como o planejado. Na nova página, Singh criou um cadastro para que a campanha tucana pudesse saber quais eram os interesses dos internautas. O guru imaginava que, dessa forma, seria possível manter um contato direto e conseguir uma comunicação mais eficaz com os eleitores de Serra. O que também não deu certo.
Na realidade, o site abandonou produção de conteúdo e atualização frequente para virar mera caçadora de contatos, recorrendo justamente ao expediente que o internauta mais odeia: os cadastros. Onde se clicava surgia um formulário. A intenção era angariar voluntários (ainda não se sabe exatamente para que) e obter listas de e-mails e contatos em redes sociais.
Só quem tivesse a curiosidade de rolar até o fim da página e clicasse no site oficial do PSDB, que aparece discretamente sob um ícone, teria acesso à cobertura das atividades diárias de Serra — ainda que a atualização fosse discutível e a navegação, nada amigável. Trata-se de uma inversão de hierarquia inexplicável.
Outro erro flagrante da proposta de Singh foi o apelo, quase em tom comovido, que aparece na página inicial. "Ajude-nos a enviar este vídeo para todos os seus amigos AGORA!" é tudo o que não se deve suplicar quando a pretensão é distribuir conteúdo. Isso quebra a própria etiqueta na rede. Afinal, se for bom ou pertinente, seu vídeo será distribuído espontaneamente pelas pessoas — e engajamento espontâneo na internet é tudo o que pode fazer a diferença numa eleição.
Singh tem um longo histórico de participação em campanhas eleitorais. Na mais recente, na Colômbia, trabalhou para Juan Manuel Santos, que se elegeu presidente. Seu rival nas urnas, Antanas Mockus (PV), porém, provocou muito mais barulho e repercussão na web.
Enquanto os tucanos patinam, suas principais adversárias na corrida ao Planalto (Dilma Rousseff e Marina Silva) têm feito a lição de casa em suas páginas oficiais. Primeiro, a acertada opção pelo formato jornalístico para contar o dia a dia da campanha, além de atualização frequente de conteúdo mais chamativo, como fotos em tamanhos panorâmicos.
As páginas de PT e PV ainda ressaltam com destaque a possibilidade de contribuir financeiramente com suas candidatas. Há, é claro, inevitáveis atalhos para cadastros e formulários. Mas eles são apenas uma opção — não a principal (ou única, no caso de Serra) em destaque do site.
Da Redação, com agências
A ideia era criar um fato novo e atrair militantes — o que não aconteceu como o planejado. Na nova página, Singh criou um cadastro para que a campanha tucana pudesse saber quais eram os interesses dos internautas. O guru imaginava que, dessa forma, seria possível manter um contato direto e conseguir uma comunicação mais eficaz com os eleitores de Serra. O que também não deu certo.
Na realidade, o site abandonou produção de conteúdo e atualização frequente para virar mera caçadora de contatos, recorrendo justamente ao expediente que o internauta mais odeia: os cadastros. Onde se clicava surgia um formulário. A intenção era angariar voluntários (ainda não se sabe exatamente para que) e obter listas de e-mails e contatos em redes sociais.
Só quem tivesse a curiosidade de rolar até o fim da página e clicasse no site oficial do PSDB, que aparece discretamente sob um ícone, teria acesso à cobertura das atividades diárias de Serra — ainda que a atualização fosse discutível e a navegação, nada amigável. Trata-se de uma inversão de hierarquia inexplicável.
Outro erro flagrante da proposta de Singh foi o apelo, quase em tom comovido, que aparece na página inicial. "Ajude-nos a enviar este vídeo para todos os seus amigos AGORA!" é tudo o que não se deve suplicar quando a pretensão é distribuir conteúdo. Isso quebra a própria etiqueta na rede. Afinal, se for bom ou pertinente, seu vídeo será distribuído espontaneamente pelas pessoas — e engajamento espontâneo na internet é tudo o que pode fazer a diferença numa eleição.
Singh tem um longo histórico de participação em campanhas eleitorais. Na mais recente, na Colômbia, trabalhou para Juan Manuel Santos, que se elegeu presidente. Seu rival nas urnas, Antanas Mockus (PV), porém, provocou muito mais barulho e repercussão na web.
Enquanto os tucanos patinam, suas principais adversárias na corrida ao Planalto (Dilma Rousseff e Marina Silva) têm feito a lição de casa em suas páginas oficiais. Primeiro, a acertada opção pelo formato jornalístico para contar o dia a dia da campanha, além de atualização frequente de conteúdo mais chamativo, como fotos em tamanhos panorâmicos.
As páginas de PT e PV ainda ressaltam com destaque a possibilidade de contribuir financeiramente com suas candidatas. Há, é claro, inevitáveis atalhos para cadastros e formulários. Mas eles são apenas uma opção — não a principal (ou única, no caso de Serra) em destaque do site.
Da Redação, com agências
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