Lula afirma que como ex-presidente vai evitar que Dilma sofra o que ele sofreu, se ela for eleita; leia entrevista exclusiva ao iG
No gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois umidificadores de ar atenuam a aridez da seca que atinge seu auge neste mês de setembro, em Brasília. Os termômetros da campanha eleitoral também indicam um tempo inclemente, como atestavam as manchetes de quinta-feira. Mas a duas semanas da primeira eleição presidencial em que seu nome não constará da urna eletrônica, Lula é o dono do ambiente num Palácio do Planalto que acabou de ser reformado como se fosse novo. E, olhando pelas janelas envidraçadas de onde se avista um pedaço da Praça dos Três Poderes, o seu humor anda bem distante do que se passa lá fora – nem árido como o clima brasiliense, nem áspero como a campanha eleitoral.
O presidente respira popularidade de até 80% de aprovação, segundo as últimas sondagens, e é daquele canto no terceiro andar do Planalto que ele se levanta para dar, com exclusividade ao iG, a mais reveladora entrevista sobre um tema que até hoje parecia uma incógnita: afinal, como será o Brasil do pós-Lula? Qual destino se reserva o presidente mais popular da redemocratização?
Ao longo de 60 minutos, Lula falou sobre os temas que você pode conferir nesse quadro abaixo. Clique no assunto desejado e veja a entrevista do presidente.
No renovado gabinete presidencial, Lula abre a porta que dá acesso à sala de reuniões e entra falante. Cumprimenta todo mundo, acena para um assessor no fundo da sala, senta à cabeceira e cobra a lentidão na troca dos antigos microfones da grande mesa retangular.
"Oito anos de Fernando Henrique, mais oito do meu governo e o Planalto não consegue ter um microfone que tenha um botão para ligar e desligar", queixa-se. "Esse problema já foi resolvido, presidente", responde o assessor, apertando o botão de luz verde do novo aparelho.
Lula cobra então equipamentos que ele acreditava serem mais modernos, à semelhança do que viu no gabinete do governador do Rio, Sérgio Cabral. Reclama do enorme monitor discretamente escondido no vão da mesa e pede uma telinha embutida, como na mesa do governador do Rio.
Sempre que fala, o presidente mantém o contato visual com o interlocutor. Dos cinco políticos que passaram pelo cargo na redemocratização, ele é o que mais profundamente encara as pessoas. De José Sarney a Fernando Henrique Cardoso, também foi o que chegou à clássica entrevista de final de governo de forma mais brincalhona e extrovertida. É o que mais mantém assessores em volta, sinal de que a popularidade afasta a chamada solidão do poder, amplamente vivida por alguns de seus antecessores nos dias finais dos governos. Talvez por isso tenha sido explícito: “Quero ser lembrado”, disse o presidente ao iG.
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