Texto abaixo transcrito do blog Democracia & Política
THE GUARDIAN: DEPARTAMENTO DE ESTADO DOS EUA QUER A VITÓRIA DE SERRA
OBS DESTE BLOG: O jornal britânico "THE GUARDIAN" ressalta hoje (02/02) que "a "derrota do partido de Lula seria uma vitória para o Departamento de Estado" [dos EUA]. Então, como corolário, a notícia do The Guardian poderia ser: "A VITÓRIA DE SERRA SERIA VITÓRIA DO DEPARTAMENTO DE ESTADO DOS EUA".
Por que o Dept. de Estado dos EUA quer assim? Em síntese, respondo. Como Serra já enfatizou na sua campanha de 2002 que era contra a ênfase ao Mercosul e favorável à adesão do Brasil à ALCA, tudo está explicado.
Como este blog já postou em 23/11/2009, o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães resumiu o malefício da ALCA para o Brasil ao responder à seguinte pergunta do jornal Zero Hora:
"O senhor se arrepende de ter sido contra o ingresso do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca)?
Nem por um décimo de segundo. Se tivéssemos entrado na Alca, talvez hoje estaríamos como o México, cujo PIB retrocedeu em mais de 10%. A Alca não é um acordo de livre comércio, ela estabelece regras que eliminam a possibilidade de uma política econômica autônoma. Em um país subdesenvolvido como o Brasil, com enormes diferenças sociais, a ação do Estado é indispensável. Se tivéssemos aderido à Alca, o Banco do Brasil não seria mais público, nem existiriam o BNDES ou a Caixa Econômica Federal."
Em 30/11/2009, este blog também escreveu:
"Para os EUA, não interessa a criação de grupos de países que possam ser mais resistentes aos interesses norte-americanos. A ALCA e a NAFTA, por eles comandados, devem ser fortalecidos. O MERCOSUL, com grande influência do Brasil, deve ser enfraquecido.
Os demotucanos, em coerência com a política antinacional implantada nos anos 90, continuam a obedecer aos interesses norte-americanos e tudo fazem para diminuir o peso do MERCOSUL."
Ainda, em 23/04/2008 este blog escreveu:
"ALCA: O EXEMPLO DO MÉXICO - CAI OUTRA BANDEIRA TUCANOPEFELENTA
Todos nós lembramos dos belos discursos e ações “modernizantes” e “neoliberalizantes”, tão decantados no Brasil nos tempos do governo PSDB/PFL-DEM/FHC. Tudo aquilo era muito endeusado e repetido a exaustão na nossa mídia.
Os EUA pretendiam daquela maneira, e ainda pretenderão, agravar e perpetuar o seu poder no Brasil por meio da ALCA.
O nosso então Presidente FHC era muito simpático àquela “aliança” (submissão) com os EUA ser rapidamente estabelecida.
Afirmou em Washington, em 21/04/1995, que estava seguro que a meta de criar a ALCA seria alcançada em 2005 (discurso em sessão solene do Conselho da Organização dos Estados Americanos).
Ainda na esteira do apoio aos tucanopefelentos, grande jornal brasileiro (Folha de São Paulo) publicou em 2004 que deveríamos aceitar logo as imposições dos EUA para a ALCA “mesmo que em condições não-satisfatórias para o Brasil”(sic!).
Porém, todos aqueles pilares que sustentaram o prestígio dos nossos partidos e imprensa “conservadores” pró-EUA estão desabando.
Hoje, 23/04/2008, li no jornal francês "Le Monde Diplomatique" (Brasil), edição de abril, que ruiu outra quimera que nos era endeusada pelo governo FHC.
O México, que nos era citado como o belo exemplo para entrarmos na ALCA, naufragou. Ele era o modelo citado por FHC/PSDB/PFL, por ter aderido à NAFTA (o embrião da ALCA). O México agora chegou à conclusão que foi logrado pelos EUA".
Bom, não é necessário estender o texto para compreendermos por que a volta da direita ao poder na eleição deste ano, com Serra/PSDB/DEM/PPS, interessa tanto ao Departamento de Estado dos EUA. Vejamos o seguinte trecho da coluna "Toda Mídia", de Nelson de Sá, publicada hoje (02/02/2010) na Folha de São Paulo [entre colchetes colocado por este blog]:
O JOGO DOS EUA?
A estatal Agência Brasil destacou que o novo embaixador dos EUA, Thomas Shannon, "apresenta credenciais" a Lula na quinta. E que, "para o governo brasileiro, a escolha de Shannon é motivo de comemoração".
Por outro lado, o colunista do "Guardian" [*] Mark Weisbrot, do "Liberal Center for Economic and Policy Research", de Washington, escreve contra "O jogo dos EUA na América Latina".
Questiona ações em Honduras e Haiti e ressalta que a "derrota do partido de Lula seria uma vitória para o Departamento de Estado".
Diz que "os EUA, na verdade, já intervieram recentemente na política brasileira, em 2005, organizando conferência" para influenciar [contra Lula/PT] a reforma política, como revelou a Folha."
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