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domingo, 14 de maio de 2017

Rede Marisa e Veja serão processados pelos ataques à ex-primeira-dama Marisa.


Rede Marisa e revista de ultradireita serão processadas por ultraje a Lula
por CdB
Ofensa à memória de ex-primeira-dama, dona Marisa Letícia, representa o ataque mais baixo já visto até agora contra o ex-presidente Lula
Por Redação – de São Paulo
A rede varejista Marisa foi alvo de pesadas críticas nas redes sociais nas últimas 48 horas. Errou, feio, em uma piada com o nome de dona Marisa Letícia, esposa falecida do ex-presidente Lula. Além do processo a que responde por trabalho escravo e lavagem de dinheiro, a empresa será processada pela família da ex-primeira-dama, por ultraje à sua memória.


Dona Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, morreu num contexto politico conturbado. Nas palavras do próprio Lula, “ela morreu triste” e também traumatizada

Um anúncio das Lojas Marisa, de promoções para o Dia das Mães expõe a ofensa no título. “Se sua mãe ficar sem presente, não é culpa da Marisa”, diz o reclame. O texto refere-se ao depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro. A peça publicitária da loja divulga a versão da mídia conservadora que, sem provas materiais contra Lula, passaram a disseminar uma nova série de mentiras. Uma campanha de boicote à loja já foi criada na internet.
Revista

Essa mesma campanha também pede o boicote à revista semanal de ultradireita Veja. A publicação também será processada civil e criminalmente pela família do ex-presidente. “É a revista Veja, não Lula, que pisoteia sobre o cadáver daquela que, durante oito anos, foi a primeira-dama de nosso país”. A afirmação consta em nota divulgada neste sábado, pelo departamento de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A crítica se refere à reportagem de capa da revista semanal de ultradireita, deste fim de semana.

Com fundo rosa-bebê, a capa traz foto em preto e branco de dona Marisa Letícia, morta em fevereiro deste ano. Com o título: “A morte dupla”. Refere-se ao depoimento do ex-presidente à operação Lava Jato, na quarta-feira. A revista julga Lula negativamente por ter atribuído a Marisa decisões em relação ao apartamento triplex do Guarujá. O imóvel não chegou a ser comprado do casal.

“O que há de errado em atribuir à própria esposa e companheira uma decisão qualquer que afete a vida da família? Nada, absolutamente nada – a menos, é claro, que a revista parta da premissa de que as supostas ‘decisões’ atribuídas a dona Marisa tenham envolvido ações ilegais, e que Lula tenha se aproveitado do fato de que sua mulher está morta para jogar-lhe o peso da responsabilidade por tais supostas ações”, afirma a nota da PUC-SP.
Exposição

“A revista, portanto, já fez o seu julgamento. Já lavrou a sentença condenatória. Lula adquiriu o triplex como propina, e para se livrar da cadeia manchou a reputação de dona Marisa. Não contente com se antecipar à Justiça, assumindo o lugar do júri e do carrasco, a revista ainda se arroga o direito de interpretar as motivações mais íntimas de Lula. E expor a sua figura à execração pública da forma mais vil, covarde, inaceitável e desumana”, sustenta ainda a nota da universidade.

A PUC-SP conclui que “é a revista Veja, não Lula, que pisoteia sobre o cadáver daquela que, durante oito anos, foi a primeira-dama de nosso país. Ao atacar a memória de dona Marisa, a revista fere o sentimento de dignidade do povo brasileiro. A exposição de sua foto, na capa, cumpre a função de punir exemplarmente, a exemplo dos rituais da Sagrada Inquisição, uma mulher simples, do povo, que cometeu a ousadia de ocupar o Palácio do Planalto. A Casa Grande não perdoa”.

“Quando todos achavam que nenhuma vileza superaria a capa da própria revista Veja. Aquela de 26 de abril de 1989, dedicada ao cantor Cazuza. No título, ‘Uma vítima da Aids agoniza em praça pública’. A revista prova, mais uma vez, que não há limites para a patifaria, para a infâmia e a ignomínia”, finaliza.

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