Do blog do Nassif,
por Luiz Carlos de Lima
Que razões teriam a Justiça, a Prefeitura e o Governo do Estado para tanta pressa em acabar com o Pinheirinho depois de 8 anos de letargia?
Para tentar entender busquei uma matéria do jornal Valeparaibano de 14 de janeiro, que relata o fracasso de uma tentativa de acordo por conta do desinteresse da Prefeitura: “A administração do prefeito Eduardo Cury (PSDB) frustrou ontem a tentativa dos governos federal e estadual, em conjunto com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), de construir um acordo para impedir a desocupação do acampamento sem-teto do Pinheirinho, localizado na zona sul de São José dos Campos. Com isso, fica mantida a ordem de reintegração de posse da área, onde vivem atualmente cerca de 5.500 pessoas.
A desocupação da gleba pode ocorrer a qualquer momento. A reunião tinha o objetivo de estabelecer um pacto pela regularização da área. Governo federal desembolsaria o dinheiro necessário, Estado desenvolveria os projetos urbanísticos e a prefeitura cuidaria apenas das mudanças na legislação para transformar o Pinheirinho numa área para habitação. Contudo, mesmo com o protocolo de intenções redigido, pendente apenas da adesão da prefeitura, o pacto não se concretizou.” (Valeparaibano,14 de janeiro de 2012).
O grupo político que domina a prefeitura de São José é muito ligado ao mercado imobiliário. A região do Pinheirinho tem localização privilegiada – próxima às principais rodovias que cortam o cone leste paulista – Dutra, Tamoios, Carvalho Pinto. Há um aeroporto semi-ocioso.
Por outro lado, encontrei uma notícia do segundo semestre de 2011, no site “Automtivebusiness” que conta o seguinte: “O governo do estado de São Paulo comunicou à Foton seu interesse em entrar na disputa para receber a fábrica que a montadora chinesa pretende construir no país. A informação é do presidente da importadora Foton Aumark do Brasil, Luiz Carlos Mendonça de Barros, que falou com a imprensa na terça-feira, 25, durante a Fenatran 2011. Além de São Paulo (PSDB), a Foton também negocia com os estados de Goiás (PSDB) e Pernambuco (PSB).
O executivo, ex-presidente do BNDES e ex-ministro das comunicações, explica que a importadora não participará do investimento para a nova fábrica, estimado em US$ 500 milhões, provindo da Foton Group, com sede na China e que produz automóveis e caminhões.
A importadora, com 100% de capital nacional, será responsável pela distribuição e pós-venda dos caminhões. “Nós introduzimos a marca no país como importador oficial e manteremos nosso papel de distribuidor quando a fábrica estiver operando.” A empresa optou pela importação apenas da linha de caminhões da Foton Group, que também produz automóveis, picapes, vans e ônibus.
Mendonça de Barros também afirmou que a Foton Group tem a intenção de assentar a pedra fundamental de sua fábrica brasileira em 2015. Anteriormente, a empresa havia afirmado que iniciaria suas operações em 2014”. http://www.automotivebusiness.com.br/noticia_det.aspx?id_noticia=12069
Trata-se de uma operação do ex-ministro do governo FHC, Mendonça de Barros (PSDB), que busca instalar uma fábrica chinesa de caminhões no Brasil.
O juiz que comandou a operação, Rodrigo Capez é irmão do Deputado Fernando Capez (PSDB).
A prefeitura é comandada pelo prefeito Cury (PSDB) e São José dos Campos é uma das jóias da coroa tucana em São Paulo. Será que a intenção é trocar o povo do Pinheiro pela fábrica chinesa de caminhões, presidida pelo tucano Mendonça de Barros?
Veja que a fábrica da de caminhões da Volkswagen (Man), localizada na cidade de Resende (RJ), a 150 km do Rio de Janeiro e 250 km de São Paulo ocupa uma área de 1 milhão de metros quadrados, com 110 mil metros quadrados de área construída e o terreno do Pinheirinho tem 1,3 milhão de metros quadrados. É só uma hipótese.
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