Escrevo para jogar conversa fora, para falar do poder ideológico que se utiliza de pedaços, recortes para formar textos “informativos e formativos”. Estamos há séculos sob a dominação ideológica que nos leva a acreditar nas verdades estabelecidas, como afirma tão bem CHIAVENATO em As Lutas do Povo Brasileiro.
O poder das palavras que, articuladas com imagens, tenta nos explicar um mundo como se outra realidade não fosse possível construir.
O poder ideológico tenta desqualificar a política, ambaralhando mitos com verdades, anestesia a sociedade diante dos problemas sociais e ambientais, criando assim o paradigma da normalidade.
Tudo agora é normal, até os loucos, ou os “normais” é que são os loucos?
Importante, então, entender, que vivemos a inversão das coisas. Para entender o mundo, precisamos virá-lo pelo avesso.
A informação, neste sentido, é como se fosse uma cocha de retalhos, pega-se uma frase ali, uma palavra acolá, uma meia verdade abortada, fruto de ejaculação precoce e assim vão tentando formar opiniões.
Os coitados ainda não aceitam a verdade crua de que estão perdendo o poder da informação para as novas mídias.
Tenho a impressão que os jornalistas, não todos, mas a maioria escreve para idiotas. Idiotas somos? Eles querem criar uma realidade para colocar dentro, como um big brother, mas só com homens e se possível trancar e jogar a chave fora.
A mídia junta palavras ou frases juntas para formar um texto. E o contexto, como é que fica?
Fazendo-se de cegos e amestrados pelos patrões, os jornalistas tiram frases de contextos para formar textos que levam os leitores, menos informados, para entendimentos diferentes, ou apenas não informar nada, como afirma certo professor que tive: não podemos ler em plenitude um determinado texto apenas nos apropriando de pedaços, recortes dele.
Isso fatalmente poderia nos levar a interpretações errôneas e, às vezes, até opostas àquilo que o autor se propôs.
Ainda nestas linhas de reflexão, ao contrário dos objetivos da coesão textual, devemos, enquanto leitores, fugir das articulações com o autor, ou aceitá-las de forma reflexiva.
Por fim, sem entrelaçamento e do abraço significativo e fatal entre palavras, da união entre o côncavo e o convexo, o texto não cumpre a tarefa primordial de sua existência de interação com o leitor.
A coesão textual é a argamassa que conecta, interliga palavras, frases formando um todo semântico e de significados para o leitor que é o texto.
No entanto, o texto jornalístico quer se apoderar do leitor e tutelar o seu pensamento, como se este fosse um saco de neurônios subservientes.
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