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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Serra evita falar sobre Paulo Souza

Sérgio Bueno - Valor 

De Porto Alegre

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, esteve ontem em Porto Alegre para reunir-se em um hotel com aliados locais de partidos como PP, DEM, PMDB e PPS. O tucano tenta reverter a desvantagem de 400 mil votos no Rio Grande do Sul registrada no primeiro turno em relação à adversária Dilma Rousseff, do PT, que somou 3 milhões de votos no Estado.
Serra pediu votos, disse que se for eleito tratará os governadores “opositores” como “iguais” e prometeu obras para o Estado apesar de o governo gaúcho ter sido conquistado por Tarso Genro (PT). O tucano afirmou que a “liberdade de imprensa” é “indispensável” para a democracia. “Às vezes eu reclamo da imprensa, de notícia errada, de tendenciosidade. Mas vou lutar até a morte para defender que eles sejam livres naquilo que dizem”.
No fim da tumultuada entrevista coletiva que se seguiu aos discursos, o candidato esquivou-se diversas vezes de responder a perguntas dos jornalistas sobre o ex-diretor da Dersa (estatal responsável pelas obras viárias em São Paulo), Paulo Viera de Souza, conhecido como Paulo Preto, que teria desviado R$ 4 milhões da campanha do tucano. Ele limitou-se a afirmar: “Isso é pauta petista. Só isso”.
Do hotel, localizado no centro da cidade, Serra foi para um encontro com o ex-candidato do PMDB ao governo gaúcho, José Fogaça, que somou 24,7% dos votos no primeiro turno no Estado, contra 54,3% de Genro. No fim, o pemedebista, que se manteve neutro no primeiro turno da eleição presidencial, disse que só se manifestaria sobre um eventual apoio no segundo turno depois da reunião convocada para hoje pelo diretório estadual para decidir a questão.
Na saída, Serra negou-se novamente a responder sobre as supostas irregularidades envolvendo o ex-assessor e travou o seguinte diálogo com o correspondente do Valor no Rio Grande do Sul:
Valor: O senhor não vai mais comentar a questão do Paulo Preto?
José Serra: Não tem o que comentar.
Valor: Mas primeiro o senhor disse que não o conhecia e depois…
Serra: Eu considero em primeiro lugar… Você é de onde?
Valor: Do Valor Econômico
Serra: Sei. Eu considero, em primeiro lugar, um preconceito odiento (sic) o fato de se referirem a uma pessoa com esse apelido. Quando me disseram por esse apelido eu disse: eu não conheço. Eu não traio, não tenho preconceito racial que está envolvido na sua pergunta, está envolvido em muito do que se fala.
Valor: Mas é como ele é conhecido.
Serra: Envolve um preconceito racial. Segundo, não tem nada para comentar exceto a pauta petista feita. Não houve desvio de dinheiro na minha campanha nenhum. A Dilma está preocupada com desvio de dinheiro na minha campanha, que não aconteceu. Já eu estou preocupado com o desvio de dinheiro feito na Casa Civil. Tá certo? Eu sei que no caso, vocês [dirigindo-se ao correspondente do Valor] não têm interesse na Casa Civil, naquilo foi desviado etc. Seu jornal pelo menos não tem. Agora, no nosso caso, nós temos. E o resto é factóide petista.
E arrematou dizendo que o jornal faz “manchete para o PT botar no horário eleitoral”

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