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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

No mundo real, não há trololó: há crédito



TIJOLAÇO

Enquanto o mundo da mídia se ocupa de um epidódio que aparenta ser pura picaretagem, como este da quebra de sigilo – o que seria tão sigiloso, hem? – da filha de José Serra, o mundo real não cessa de mandar notícias, quase ignoradas, de que o Brasil está mudando.
Ontem-, soube-se que, pela primeira vez na história, o crédito imobiliário ultrapassou o financiamento de veículos. Ou seja, tem mais gente financiando a casa própria, que pode ser um bem para toda a vida, do que automóveis, que costumava ser o primeiro sonho de consumo de quem ascende socialmente.
Esse é um tremendo reflexo da crença da população no país, já que os financiamentos imobiliários são de longo prazo, em geral bem maiores dos que o da compra de carro.E algo indispensável para um país que tem um enorme déficit habitacional e, como registrou ontem o IBGE, possui ainda 43% de moradias consideradas inadequadas a um padrão digno de vida.
Segundo relatório do Banco Central, divulgado por colunista do IG, a carteira de crédito habitacional totalizou R$ 116,1 bilhões em julho, crescendo 3,9% no mês e incríveis 50,8% em relação a julho de 2009.
E essa ultrapassagem não ocorre por terem caído os  financiamentos para compra de veículos, que continuam crescendo, e crescendo bem.  Em julho, atingiram R$ 115,2 bilhões, expansão de 3,6% no mês e 36,7% contra o mesmo período do ano anterior.
Acontece porque, em primeiro lugar, o Governo tornou o crédito imobiliário para quem sempre sonhou e nunca pôde ou teve segurança para realizar o sonho da casa própria. O sucesso dos feirões da caixa, como o que você vê na foto, prova que há uma demanda reprimida.
E há espaço para muito mais: o Estadão de hoje registra a informação de que, com o mercado aquecido pela maior oferta de crédito e aumento da massa salarial, a expectativa é que o crédito imobiliário fique entre 4% e 4,2% do PIB em 2010,depois de muitos anos em que esta participação ficou  entre 2,5% e 3%. Luiz Antonio de França, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) acha que os financiamentos de imóveis pode chegar a R$ 500 bilhões, em 2014, o equivalente a 11% do Produto Interno Bruto brasileiro.
Isso significa que o perfil do crédito no Brasil, sempre raro e caro, pode ir mudando de natureza.  volume total de crédito chegou a R$ 1,55 trilhão em julho, o que corresponde a 45,9% do PIB do país, o que é uma relação ainda muito baixa em relação aos países desenvolvidos, onde ela nunca fica abaixo de 80%.

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