Rescaldo do caso Lina por Luis Nassif
Um balanço desse imbróglio Lina Vieira, a partir das notícias de jornais e, especialmente, das informações que vocês trouxeram ao Blog:
1. Por erro de pauta da Globonews, o programa Entre Aspas exibiu um corpo de convidados francamente hostil a Lina. Sua indicação para a Receita visou acabar com a influência de Everardo Maciel. E seu sindicato, o Unafisco, é adversário do SindiReceita, sindicato dos Analistas-Tributários da Receita Federal, presidido por Paulo Antenor, que também participou do programa. Portanto, devem ser dados os devidos descontos aos ataques sofridos.
2. Não é possível atribuir à gestão de Lina a queda na arrecadação, devido à dificuldade de mensurar o efeito de outros fatores, como a recessão e as isenções tributárias. Seus adversários dirão que sua atuação levou à queda na arrecadação; seus defensores dirão que não. E se ficará em uma infindável guerra de versões.
3. Embora não se possa colocar em dúvida sua competência técnica, sua indicação para a Receita foi um grave erro, devido ao racha que provocou. Poucas vezes o Blog assistiu a debate tão acalorado quanto em um dos posts sobre sua saída, juntando de um lado os fiscais, de outro os analistas tributários. Uma guerra, mostrando o grau de tensão no órgão. E em um momento particularmente delicado, de criação da Super Receita.
4. Sua queda provavelmente se deveu a uma soma de fatores. É bem provável que o caso Petrobras tenha sido utilizado para justificar a queda na arrecadação.
5. Não há indicações objetivas de que tenha participado de uma armação política da oposição, apesar das ligações com o DEM do Rio Grande do Norte. Antes de ser de algum partido, Lina é Unafisco. E era suficientemente confiável para que lhe fosse passado o maior desafio que um dirigente de Fisco teve pela frente nas últimas décadas: a montagem da Super Receita. A hipótese mais factível é de ressentimento contra Dilma Rousseff, vista por ela como responsável por sua demissão. É mais provável que tenha feito alguma insinuação que acabou chegando aos ouvidos do DEM através do Senador José Agripino.
6. Mesmo assim, a entrevista à Folha foi claramente armada. Inicialmente, o jornal pretendia fazer a denúncia em off. Recuou. Analisando perguntas e respostas, fica claro que o repórter levantou a bola de maneira a obter as insinuações poupando Lina de qualquer responsabilização penal.
7. O resultado final dessa refrega repete o que ocorreu com o Supremo, com Gilmar Mendes, o Congresso, com a CPI do Grampo, o Senado, com a ofensiva contra Sarney: quem entra na onda tresloucada da mídia, acaba se estrepando e enlameando seu órgão. Depois de usado, é descartado.
1. Por erro de pauta da Globonews, o programa Entre Aspas exibiu um corpo de convidados francamente hostil a Lina. Sua indicação para a Receita visou acabar com a influência de Everardo Maciel. E seu sindicato, o Unafisco, é adversário do SindiReceita, sindicato dos Analistas-Tributários da Receita Federal, presidido por Paulo Antenor, que também participou do programa. Portanto, devem ser dados os devidos descontos aos ataques sofridos.
2. Não é possível atribuir à gestão de Lina a queda na arrecadação, devido à dificuldade de mensurar o efeito de outros fatores, como a recessão e as isenções tributárias. Seus adversários dirão que sua atuação levou à queda na arrecadação; seus defensores dirão que não. E se ficará em uma infindável guerra de versões.
3. Embora não se possa colocar em dúvida sua competência técnica, sua indicação para a Receita foi um grave erro, devido ao racha que provocou. Poucas vezes o Blog assistiu a debate tão acalorado quanto em um dos posts sobre sua saída, juntando de um lado os fiscais, de outro os analistas tributários. Uma guerra, mostrando o grau de tensão no órgão. E em um momento particularmente delicado, de criação da Super Receita.
4. Sua queda provavelmente se deveu a uma soma de fatores. É bem provável que o caso Petrobras tenha sido utilizado para justificar a queda na arrecadação.
5. Não há indicações objetivas de que tenha participado de uma armação política da oposição, apesar das ligações com o DEM do Rio Grande do Norte. Antes de ser de algum partido, Lina é Unafisco. E era suficientemente confiável para que lhe fosse passado o maior desafio que um dirigente de Fisco teve pela frente nas últimas décadas: a montagem da Super Receita. A hipótese mais factível é de ressentimento contra Dilma Rousseff, vista por ela como responsável por sua demissão. É mais provável que tenha feito alguma insinuação que acabou chegando aos ouvidos do DEM através do Senador José Agripino.
6. Mesmo assim, a entrevista à Folha foi claramente armada. Inicialmente, o jornal pretendia fazer a denúncia em off. Recuou. Analisando perguntas e respostas, fica claro que o repórter levantou a bola de maneira a obter as insinuações poupando Lina de qualquer responsabilização penal.
7. O resultado final dessa refrega repete o que ocorreu com o Supremo, com Gilmar Mendes, o Congresso, com a CPI do Grampo, o Senado, com a ofensiva contra Sarney: quem entra na onda tresloucada da mídia, acaba se estrepando e enlameando seu órgão. Depois de usado, é descartado.
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