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terça-feira, 7 de junho de 2016

Brasil e África do Sul: as partes mais fracas do BRICs. Brasil caiu e África ficou de pé cambaleante.


Brasil e África do sul atacados por “crime” de pertencer ao BRICS.
dinamicaglobal
  
A luta desenvolvida no Brasil por círculos de direita que tentam derrubar a presidente Dilma Rousseff também tem um aspecto geopolítico internacional.

A tentativa de acusar a presidente do Brasil e que tratam também de promover contra o seu homólogo Sul-Africano, Jacob Zuma, é parte de uma agenda mais ampla para atacar o grupo BRICS.

Assim, advertiu o presidente do Congresso Nacional Africano (ANC) em KwaZulu-Natal (leste), Sihle Zikalala, dizendo que existe uma conspiração do Ocidente para derrubar os líderes de ambos os países.

Como se observa, essas pontencias enxergam os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) como uma ameaça ao seu controle geoeconômico do mundo.

Então, o que é observado “não é apenas um mero julgamento político, mas é parte de uma mais ampla agenda mundial”, disse Zikalala, durante uma palestra dada na Khululekani Mhlongo, Universidade de Zululand.

O grupo BRICS representa mais de 3 bilhões de pessoas, que representam 42% da população mundial, e em combinação geram cerca de 20% do produto interno bruto (PIB)”, argumentou Zikalala, citado pelo canal SABC.

A formação do BRICS foi “uma virada de jogo” por estas grandes economias emergentes em meio à teia das instituições financeiras internacionais (em dezembro de 2010 houve a incorporação da África do Sul para o mecanismo do BRIC, então agora chama-se BRICS ao incluir o estado Africano).

Para alguns especialistas, o potencial de nações como o Brasil, Rússia, Índia e China é tal que poderia tornar-se as quatro economias dominantes até 2050.

Isso explica as ações dos Estados Unidos de apoio ao processo de destituição de Rousseff e que especialistas políticos brasileiros compararam com o apoio de Washington ao golpe militar em Honduras.

“O julgamento contra Rousseff é definitivamente um golpe de Estado”, disse Mark Weisbrot, co-diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, em entrevista ao Democracy Now.

No dia depois da câmara baixa do Congresso brasileiro aprovar o impeachment contra Rousseff, o senador Aloysio Nunes, do PSDB, viajou a Washington para realizar reuniões a portas fechadas com várias autoridades norte-americanas.

Uma delas foi realizada com Tom Shannon, a pessoa mais influente sobre a América Latina no Departamento de Estado.

De acordo com Weisbrot, o encontro de Nunes com Shannon indica que os EUA aprovou o processo de impeachment contra Rousseff. “Os EUA querem se livrar do Partido dos Trabalhadores do Brasil e para sempre.”

Andrew Fishman, outro especialista americano disse que a viagem de Nunes foi um fato revelador. Ele é um dos principais opositores do governo de Dilma e do PT. Quando ele se tornou líder do Comitê de Relações Exteriores do Senado um de seus principais objetivos foi promover laços mais estreitos com os EUA.

As relações entre o Brasil e os EUA foram danificadas depois que se descobriu que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos havia espionando Rousseff e as indústrias brasileiras.

Por outro lado, Rússia, China e Brasil têm uma parceria estratégica de longo prazo através dos BRICS.

Recentemente, o jornal chinês China Daily disse que a Rússia, Índia e China têm intensificado a cooperação a nível regional e internacional. O advogado de defesa indiano Manohar Barikar realizou no mês passado uma visita de cinco dias à China, onde manteve conversações com os líderes militares, políticos e econômicos chineses.

Houve também reuniões trilaterais pelos ministros das Relações Exteriores da Rússia, China e Índia em 18 de abril para buscar uma coordenação de posições sobre os conflitos em todo o mundo, incluindo a defesa da soberania dos Estados e o princípio de não-interferência.

Esta coordenação, que não só tem lugar no âmbito dos BRICS, mas também no âmbito da Organização de Cooperação de Xangai, da qual o Irã em breve será um membro de pleno direito, é um impulso claro para o regime de ordem mundial multipolar e o fim do unilateralismo americano, que prevaleceu desde o fim da União Soviética na década de noventa.

Traduzido para publicação em dinamicaglobal.wordpress.com
Fonte: Almanar

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