Amigos e amaigas,
Um bom texto abaixo publicado no blog de Luis Nassif para você entender como a mídia cria os seus heróis e ídolos para povo adorar e seguir.
Bastam apenas algumas canetadas em jornais, revistas, algumas falas que serão mateladas continuamente nos telejornais.
Foi assim que se criou o Caçador de Marajas, os Salvadores da Pátria, os Messias, os ÉTICOS, os justiçeiros, mas todos com telhados de vidros e rabos de palha.
São heróis e ídolos de barros que não suportam algumas investigações.
São filmes que são repetidos, como final de novelas, que o povo sabe como termina e acabam sendo surpreendidos pelo mesmo enredo, mas com atores diferentes.
Quem não se lembar do ÚLTIMO ÉTICO, O CATÃO DA REPÚBLICA, O VESTAL DA ÉTICA, aquele apontava o dedo para os políticos corruptos e que era tido como um presidenciável, ou no mínimo como candidato a juiz da corte suprema?
Quantos ídolos e herois a midia velha ainda vai criar? Seria o caso do menino pobre, negro o BARBOSÃO, o caçador de PETRALHAS?
Seria o senador BOTOX Álvaro Dias? E quantos mais?
No entanto, o grave é que alguns desavisados, inocentes úteis acabam seguindo estes heróis de barros e de estrume.
Leia o texto abaixo publicado blog de Luis Nassif e tenha cuidado para não vomitar com a entrevista hipócrita entre a Veja que tinha como editor Carlos Cachoeira e seu cúmplice Demóstenes Torres. Está provado na CPI do Cachoeira que as Capas da Veja,algumas delas era editada pelo chefe de quadrilha Carlos Cachoeira (perceberá que a entrevista é realizado com conhecimento de causa. Todos sabiam quem é quem e como atuava no crime organizado para derrubar um governo eleito democraticamente pelo brasileiro).
blog de Luis Nassif
Como Veja construía a imagem de Demóstenes
O senador Demóstenes Torres tornou-se dos mais
influentes parlamentares da República exclusivamente graças à Veja. Seu
poder de fogo consistia em criar reputações e, depois, ser acompanhada
pelos jornalões que toparam ir a reboque dela.
Foi assim que transformou José Roberto Arruda no melhor administrador do país e Demóstenes no Mosqueteiro do Bem.
Aqui, a entrevista de Páginas Amarelas com ele e, na edição seguinte, os panegíricos da Carta dos Leitores.
Entrevista DEMÓSTENES TORRES - VEJA
GUSTAVO RIBEIRO
O combativo parlamentar diz que o Congresso age bovinamente, o TCU
está sob fogos e os promotores cansados, situação que põe em risco o
estado de direito no Brasil
Em seu segundo mandato de senador, Demóstenes Torres (DEM-GO) não
nega o rótulo de direitista. ao contrário de muitos parlamentares. O
ex-procurador de Justiça ganhou notoriedade pela contundência com que
critica o avanço do Executivo sobre as prerrogativas do Congresso e pela
defesa aberta de bandeiras consideradas conservadoras e impopulares.
Com o mesmo vigor com que levanta a voz contra o governo. também combate
a política de cotas raciais para o ingresso nas universidades e a
expansão irrestrita de programas assistencialistas. como o Bolsa
Família. Líder do DEM no Senado, Demóstenes defende a ideia de que a
profunda crise pela qual passa o partido - com seu pior desempenho nas
urnas, no ano passado, e a migração de parlamentares para o recém-criado
PSD de seu ex-correligionário Gilberto Kassab - deve servir de gatilho
para a afirmação da legenda como representante da parcela conservadora
da sociedade.
O congresso tem sido palco de sucessivos escândalos. Ainda assim, não há iniciativas para eliminar as más práticas. Por quê?
Antes do mensalão, ainda havia certo pudor dos parlamentares em abrir
investigações. quebrar sigilos e dar uma satisfação ao eleitor. Foram
tantas as CPIs que o governo impediu que tivessem qualquer resultado
prático que o Parlamento se acomodou e hoje é diretamente mandado pelo
Poder Executivo. E não é só por causa do reduzido número de
parlamentares na oposição. E porque realmente os congressistas não
querem apurar a conduta de nenhum colega e não querem fiscalizar o
governo. Vivemos um momento crítico, de total submissão. De um lado
temos o Executivo mandando por meio de medidas provisórias, e de outro o
Congresso sem cumprir sua obrigação, a ponto de a quase totalidade das
leis aprovadas ter origem no Palácio do Planalto. No fim das contas. o
Congresso se comporta bovinamente.
Se o Executivo menospreza o Congresso, não seria porque os próprios parlamentares se apequenaram?
Sem dúvida. Podemos mudar toda a Constituição, à exceção das
cláusulas pétreas, e deveríamos mudar o rito das. MPs. O governo perdeu o
pudor de editar MPs absurdamente inconstitucionais, sem urgência ou
relevância e que, em uma mesma peça, abarcam vários temas sem nenhuma
relação entre si. A MP se tornou a única forma de o Executivo se
relacionar com o Parlamento.
Por que a oposição não consegue impedir esse festival de medidas provisórias?
A oposição é a maior culpada por sua falta de articulação. Ela não se
acostumou a não ser mais governo. Então, muitos dos nossos
parlamentares querem migrar para o governo a qualquer custo. No DEM, meu
partido, vivemos uma crise imensa. Muitos parlamentares desertaram do
partido, num ato que desonra a vocação que receberam das urnas. Da mesma
forma, o PSDB vive uma disputa entre os diretórios de Minas Gerais e
São Paulo que se tornou maior que o próprio partido. A oposição se
desorientou com o êxito popular do último governo e acabou se
acovardando. Muitos queriam parecer governo. Ora, entre o original e a
imitação, o eleitor certamente escolheria o original, e foi o que
aconteceu-nas últimas eleições.
Como pode a oposição querer "parecer governo"?
Nossos candidatos passaram a defender algumas das principais
bandeiras do governo, como a expansão do Bolsa Família. A16m disso,
negaram seu próprio legado, como as privatizações. Esqueceram de
reafirmar que acreditamos na necessidade de amparar as camadas mais
humildes da sociedade. Foi por essa razão que o DEM criou o Fundo de
Combate à Pobreza em 2000, prorrogado indefinidamente por mim em 2009. O
DEM quis negar seu caráter conservador e liberal em vez de ressaltar
que essas características são a melhor defesa do povo contra os
desmandos do estado plenipotenciário. Apesar disso tudo, tivemos 44
milhões de votos. Esse número expressivo mostra que existe espaço para
fazer oposição no Brasil, independentemente da popularidade do governo.
O que falta, afinal, para a oposição agir como oposição?
Os partidos devem se fortalecer. Eu defendo a ideia de que o DEM deve
abrir as porteiras e deixar sair quem não quiser mais cerrar fileiras
conosco. Depois da debandada, temos de nos manter fiéis ao nosso ideário
e descartar hipóteses absurdas como uma fusão com o PSDB. Os dois
partidos têm origens muito diferentes. Até hoje temos visões antagônicas
em determinados pontos. O que devemos fazer é nos aliar e prosseguir
juntos.
Como o senhor avalia o caso que envolve o ministro Antonio Palocci?
Ainda é preciso esclarecer exatamente o que Palocci fez nessa
consultoria. O silêncio dele só faz aumentar as suspeitas de que tenha
enriquecido ilicitamente. Até porque sua empresa 6 bastante atípica: tem
poucos clientes e um faturamento equivalente ao das maiores
consultorias do país. Tudo indica que, depois do escândalo do caseiro,
ele novamente tenha caído em tentação. Mais uma vez, a mão forte do
governo parece estar pesando sobre o Congresso. Essa tentativa de
blindagem que foi arquitetada pela base aliada só transmite duas
mensagens: que Palocci realmente deve e que o governo é conivente com as
atitudes dele, o que é inconcebível em um país democrático. Todo homem
público deve prestar contas à população.
Quais os impactos da criação do PSD para a sobrevivência do DEM?
Esse novo partido prejudicou muito o DEM. Perdemos políticos
expressivos, como a senadora Kátia Abreu, que será uma grande adversária
à medida que o PSD se alinhar ao governo. Mas não adianta ficarmos com
lamúrias. Por que tentar segurar quem não quer permanecer? Quem quiser
ir que vá embora. A maior traição que se pode cometer com o eleitor é
ser eleito para integrar a oposição e migrar para a base governista.
Vivemos um momento em que muitos políticos se intimidam diante da
maioria e se tornam travestis políticos. Quando terminar esse expurgo,
temos de manter a unidade, ainda que em número reduzido, e largar
bandeiras que não são nossas.
Quais são elas?
Defendemos uma política de segurança pública sem tantos benefícios
aos detentos, como indultos e progressão de pena. A violência só refluiu
em locais nos quais se aplicaram com rigor as políticas convencionais. É
o caso do estado de São Paulo, onde os índices de homicídio diminuem
ano a ano. A frouxidão penal 6 uma lástima e um incentivo para os
criminosos. O que me estarrece é que o próprio governo reconhece isso.
Na educação, defendemos firmemente o modelo de ensino integral, com
incentivos para a pesquisa científica. Nas universidades, as cotas
raciais devem ser substituídas por cotas sociais.
A oposição tem hoje alguém que sirva de modelo?
O maior oposicionista no Senado é, hoje, o ex-presidente Itamar
Franco. Fiquei impressionado com sua capacidade de resistência. E um
homem que mostra sua opinião a qualquer momento com destemor. Alguns
senadores mais experientes, como Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon,
demonstram o mesmo espírito aguerrido. Aécio Neves começou bem, mas deve
se acostumar com a vida parlamentar, diferente da que tinha como
governador.
Qual é o perigo de um país com uma oposição debilitada?
Um país cujo governo não tem contraponto fica preso a uma "ditadura
branca". O governo passa a controlar a máquina pública de tal forma que
estrangula a atividade parlamentar e elimina qualquer forma de
fiscalização. Vivemos em um estado de viés autoritário. Além de o
Congresso já não funcionar mais, instituições de controle, como o
Tribunal de Contas da União, são constantemente bombardeadas e o
Ministério Público aparenta ter se cansado. Só nos resta o Supremo
Tribunal Federal. Não é nossa intenção impedir o governo de agir, mas
temos de ter condição de debater suas propostas.
Esse quadro impõe riscos a democracia?
O governo se aproveita da falta de freios para aparelhar o estado,
empregando em todos os setores companheiros sem nenhum preparo técnico e
capacidade para enfrentar de forma adequada as demandas do país. A
medida que o governo se robustece, ele avança sobre os pilares da
democracia, como fica evidenciado nas constantes tentativas de monitorar
o trabalho da imprensa.
De que forma o gigantismo do Executivo pode ser contido?
Já propus um novo pacto federativo e. uma nova Assembleia
Geral-Constituinte, que nunca andou no Congresso. Mas hoje duvido que o
Congresso, tal como está, seja capaz de aprovar uma Constituição que não
se contamine com os ideais autoritários do governo.
O DEM deve se assumir como um partido de direita?
Não tenha dúvida disso. É um partido que deve representar esse posicionamento conservador, e não ter vergonha disso.
O que significa ser de direita?
Significa defender o liberalismo, o livre mercado, o mérito e a
eficiência máxima do estado. Embora comum, é descabida a associação
automática e oportunista que a esquerda faz do pensamento de direita a
extremistas monstruosos como Adolf Hitler e a governos de exceção como a
ditadura militar. A direita não tem compromisso com a quebra da ordem
constitucional. Ao contrário, ser de direita é justamente defender os
valores institucionais, como a lei e a democracia. Por isso, a meu ver,
ser de direita significa combater o ideário que põe em risco os valores
mais nobres da democracia ao pregar o aparelhamento e o inchaço do
estado, o desperdício de dinheiro público e o assistencialismo
desmedido.
Por que o seu partido não se assume assim?
O termo "direita" foi estigmatizado e associado a posturas
retrógradas, sem compromisso com a democracia. Eu defendo a ideia de que
todo partido tenha um perfil muito definido e se mantenha coerente com
seus princípios. O DEM precisa se assumir como um partido de direita
democrático. Eu ficaria muito mal em um casaquinho vermelho, encampando
ideias nas quais não acredito. Muitos dos meus colegas de partido
rechaçam o rótulo de conservadores. O DEM é o quê, então? Se não podemos
nos assumir conservadores, é melhor fundir o partido com um partido de
esquerda, então.
O senhor acredita que a política de cotas raciais é apenas uma manifestação do assistencialismo desmedido que o senhor condena?
Sim. Sou contra qualquer tipo de cota. Se tivermos de estabelecer um
critério, deve-se utilizar a renda. Uma cota social é mais justa que a
racial. Os tribunais raciais que foram criados nas universidades são
arbitrários. Apesar de reconhecer o sofrimento e a exclusão histórica
que a população negra sofreu no Brasil, acredito que o grande problema
em nosso país não é racial, mas econômico. O brasileiro é discriminado
por ser pobre, e não pela cor de sua pele.
O Bolsa Familia não é um programa que faz justamente isso?
O que é absurdo nesse caso é a transformação desse programa em arma
eleitoral. O Bolsa Família se tornou mais importante para o governo que
qualquer projeto educacional. Não se fala em escola em tempo integral no
Brasil, em políticas para robustecer nossa academia e, assim,
transformar o país em uma potência nos próximos anos. Se o Bolsa Família
foi mesmo um sucesso, ele já deveria estar hoje muito menor. Deveria
ter um tempo limitado de participação e ser implementado junto com
projetos de capacitação profissional para as famílias e acompanhamento
do desempenho escolar das crianças atendidas, de modo a acabar com a
dependência que elas têm do governo. Não é o que se vê. Tal como é hoje,
o Bolsa Família em nada difere da benemerência interesseira dos velhos
coronéis da política.
VEIA publica nesta edição uma reportagem sobre um corajoso
documentário que discute a descriminalização da maconha. Qual é sua
opinião a respeito?
Acho uma bobagem rematada, pois parte do pressuposto de que isso vai
acabar com o tráfico. Todos os países que liberaram o consumo de drogas
estão voltando atrás, caso de Portugal e Holanda. A droga é a origem de
inúmeros crimes, e o usuário não pode ser tratado apenas como uma
vítima, uma vez que alimenta esse ecossistema pernicioso. Além disso, a
lei já o protege, impedindo o cumprimento de pena. Em vez de liberar o
consumo de drogas, o governo deve construir centros dignos de tratamento
e reabilitação para viciados.
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