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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O legado maldito do PSDB de FHC, AÉCIO E SERRA. 2


A herança maldita de FHC e a resposta de Dilma – Bob Fernandes


O ex-presidente Fernando Henrique disse o que, pensando em sua biografia, diz sempre. Talvez porque os candidatos do seu partido que tentaram sucedê-lo não tenham defendido o que ele entende ser o seu legado. Fernando Henrique disse o que quis dizer. Agora, ouve da presidente Dilma o que não precisaria ouvir.

 
Quando usa a expressão “herança maldita”, Fernando Henrique buscar devolver a marca que Lula usou para referir-se aos 8 anos de governo do antecessor tucano. Lula, como se sabe, recebeu o Brasil com o dólar na casa dos R$ 4, com o chamado risco Brasil disparado e com um empréstimo de R$ 41 bilhões tomado junto ao FMI. Por isso, a resposta de Dilma:
Não recebi (de Lula) um país sob intervenção do FMI ou sob ameça de apagão.
Desde o início de seu governo, Dilma trocou gestos de cortesia com Fernando Henrique. Ao rebater o artigo do ex-presidente, publicado no domingo, Dilma estabelece um limite. A presidente demarca, claramente, qual é a fronteira onde a convivência civilizada se tornaria sinal de cumplicidade. De deslealdade para com Lula e para com o PT.
Fernando Henrique, obviamente, busca valer-se de um fato, o julgamento em andamento no Supremo Tribunal”, para atacar.
É o que fez o ex-presidente ao referir-se, em seu artigo publicado no O Estado de S.Paulo e em O Globo, “aos males morais” e “ao mensalão que é outra dor de cabeça deixada por Lula”.
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Fernando Henrique certamente não ignora que existe, no mesmo STF, um processo chamado de “mensalão do PSDB de Minas”.
Embora desmembrado, ao contrário do congênere petista, esse outro processo envolve o mesmo Marcos Valério e, ainda antes do “mensalão petista”- em 1998 segundo a denúncia- valeu-se da mesma fórmula para acertos variados. Esse processo tem como relator no Supremo Tribunal o mesmo ministro Joaquim Barbosa.
Dilma, em outro duro trecho de sua resposta diz sobre Lula:
-Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse.
Isso é uma claríssima referencia à emenda de reeeleição que FHC patrocinou para sí mesmo em 1997. E que, como ele mesmo já admitiu, teve votos comprados; ainda que tenha dito “não saber” quem comprou votos. Isso sem que depois tenha havido CPI ou qualquer espécie de julgamento.
Disse ainda Dilma em sua resposta:
-Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto,de lição,de visão crítica, não de ressentimento.
Fernando Henrique jogou o jogo. Certamente pensando mais na sua biografia do que nas consequências políticas.
Dilma, ao rebater, junta-se a Lula. Querendo ou não querendo, os três jogam o debate para o meio das eleições em curso. Daqui por diante, é medir quem ganha e quem perde com esse gesto.

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