A presidente Dilma Rousseff criticou nesta terça-feira (19) as
"correntes conservadores que quase empurram o mundo para o abismo da
crise" ao anunciar medidas que, segundo o governo, vão zerar o cadastro
de pessoas que vivem na miséria no país, o que a presidente classificou
de "miséria visível".
Num discurso em que exaltou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
fez críticas aos programas sociais existentes antes do início do governo
do PT em 2003, Dilma disse que essas correntes não entendem o país e
seu modelo de desenvolvimento que, segundo ela, se diferencia do que
acontece atualmente em várias partes do mundo.
"É diferente do que está sendo praticado no mundo, com perdas de
direitos e o surgimento de pessoas em situação de extrema precariedade
em países que eram antes, até então, líderes na questão do bem-estar
social", disse a presidente, reiterando indiretamente críticas que já
fez no passado aos modelos de combate à crise econômica, especialmente
na Europa, focados na adoção de medidas rígidas de austeridade.
Um dia antes de participar em São Paulo de um evento para comemorar os
10 anos do PT no governo federal, Dilma classificou de "precários" os
programas sociais existentes antes da chegada de Lula à Presidência em
2003 e disse que, somente com o início do governo petista, a questão
social tornou-se central no Brasil.
A presidente anunciou a ampliação do programa Brasil Sem Miséria em R$
800 milhões este ano para tirar da pobreza extrema mais de 2,5 milhões
de pessoas, zerando assim o cadastro oficial de miseráveis do país.
Dilma reconheceu, no entanto, que com a retirada de todos os cadastrados
da situação de pobreza extrema, ainda há trabalho a ser feito e fez um
apelo para que os municípios colaborem na busca ativa de pessoas vivendo
em situação de pobreza extrema que estão fora do cadastro.
"Agora que acabamos com a miséria visível, temos que ir atrás da miséria invisível", disse Dilma.
"Vamos entrar na história como um dos países que, de forma determinada e
acelerada, eliminou de seu território a pobreza extrema, a miséria."
(Com Reuters)
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