Escândalos no Vaticano: A verdade jamais será revelada
blog Limpinho e Cheiroso
Pablo Ordaz e Lola Galán, matéria publicada em El Pais de 6/8/2012
A detenção do mordomo do papa deixou a descoberto uma guerra de poder
no Vaticano. O cardeal Bertone enviou para o exílio alguns de seus
colaboradores mais queridos. Bento 16 tenta obter uma trégua, mas a luta
é encarniçada.
Nesta história cheia de traição, métodos obscuros, soldados do
Altíssimo que lutam pelo poder com armas do demônio, um mordomo ladrão,
um papa doente e um banco que usa o nome de Deus em vão, talvez o único
homem bom seja o padre George.
George Gänswein é alemão, tem 57 anos, 1,80 metros de altura, corpo
atlético, cabelos louros, olhos claros. Há nove anos é o secretário
pessoal de Joseph Ratzinger, e há alguns meses seu único antídoto contra
o ar envenenado do Vaticano. Um dia não muito distante, chegou ao seu
número de fax – ao qual poucas pessoas têm acesso – uma carta
comprometedora dirigida ao papa.
Depois que Bento 16 a lesse, monsenhor Gänswein decidiu guardá-la em
seu pequeno escritório situado dentro do apartamento papal. Não convinha
que aquela missiva saísse dançando por um Vaticano transformado em
campo de batalha. Por isso, quando o padre George a viu publicada em um
livro, com dezenas de documentos secretos, soube imediatamente que o
traidor, o corvo, a toupeira, tinha de ser alguém muito próximo. Alguém
da família.
Assim são chamados intramuros. A família pontifícia. A família do
papa. Os habitantes do Apartamento – assim, com A maiúsculo, é como
escrevem no Vaticano – no qual Joseph Ratzinger, mais caseiro que seu
antecessor, o muito viajante Karol Wojtyla, passa a maior parte do dia.
Além do padre George e do outro secretário, o sacerdote maltês Alfred
Xuereb, “a família do papa” é composta por quatro laicas consagradas –
Carmela, Loredana, Cristina e Rosella –, uma freira que o ajuda nos
trabalhos de estudo e escrita, sóror Birgit Wansing, e um assistente de
câmara, Paolo Gabriele, seu fiel Paoletto, o primeiro que há seis anos
lhe dá bom-dia, o ajuda a vestir-se e a celebrar a missa, o acompanha em
todas as audiências públicas e privadas, lhe serve o café da manhã, o
vinho nas refeições e a infusão da tarde, o acompanha em seus passeios
pelo jardim do terraço e, ao cair da noite, o ajuda a despir-se e ir
para a cama.
“Boa noite, santidade.”
A noite de 22 de maio foi a última em que Paolo Gabriele, 46, casado e
com três filhos e dupla cidadania – italiana e vaticana –, acompanhou o
papa. No dia seguinte, a Gendarmeria do Vaticano se apresentou em sua
casa na Via de Porta Angélica, sobre o muro que separa os dois Estados, e
o deteve. O segredo foi mantido por dois dias. No dia 25, no entanto, a
notícia vazou: detido o mordomo do papa por revelar e divulgar
documentos secretos. Os jornalistas buscam imagens do corvo, ou traidor.
Não é difícil encontrá-las. Basta olhar as fotos do papamóvel. Junto do
motorista, sempre com ar sério, aparece Paolo Gabriele. Atrás, de pé,
distribuindo bênçãos, o papa, e no último assento, sorridente, o padre
George Gänswein.
Se não fosse por seu físico – a revista Vanity Fair chegou a
chamá-lo de monsenhor George Clooney –, o teólogo alemão seria um
perfeito desconhecido. Até alguns meses atrás, George Gänswein executava
exclusivamente seu papel de discreto ajudante de Joseph Ratzinger, sua
sombra desde 1996, quando o então cardeal prefeito da Congregação para a
Doutrina da Fé, a antiga Inquisição, o chamou para o seu lado. No
entanto, de um tempo para cá, padre George não teve remédio senão
desempenhar um papel mais delicado: o de passagem secreta para ver o
papa.
Aos 85 anos, Bento 16 vive isolado em seu Apartamento, encurralado
pelas lutas entre os cardeais que tentam ganhar poder antes da
celebração do próximo conclave. Ratzinger é um homem idoso e doente, mas
é, sobretudo, um homem só. Seu velho amigo e teórico braço direito,
Tarcísio Bertone, o secretário de Estado do Vaticano, foi se afastando
dele e ao mesmo tempo se transformou no inimigo a vencer pelos demais
cardeais italianos.
É acusado de ambição desmedida, de relações perigosas com os poderes
fortes da Itália, inclusive de se deixar influir por “ambientes
maçônicos”. O papa, que nos últimos tempos observou com tristeza como o
cardeal Bertone demitiu ou enviou para o exílio alguns de seus
colaboradores mais queridos, sempre responde com a mesma frase a quem o
aconselha a mudar de secretário de Estado; “Já sou um papa velho…”
Tenta obter uma trégua, mas o resultado é o contrário. A luta é cada
vez mais encarniçada. Bertone se radicaliza e seus inimigos também não
descansam. Sentado junto ao fax do Apartamento, o padre George continua
recebendo cartas terríveis dirigidas a Bento 16.
Joseph Ratzinger não se parece em nada com Karol Wojtyla. É verdade
que uma grande amizade os unia e que João Paulo 2º se apoiou no cardeal
alemão até sua morte. O polonês era luminoso, cordial, incansável.
Passava o dia apertando mãos, sorrindo, percorrendo o mundo. Em tal
medida que, ainda hoje, quando se passeia pelo centro de Roma, dá a
impressão de que o papa continua sendo o polonês, porque seus postais
são os mais presentes, os que mais vendem.
Não era difícil, portanto, falar com João Paulo 2º, fazer-lhe chegar
uma mensagem. Bento 16, por sua vez, não se apaixona pelas relações
humanas. É tímido, embora cordial, sisudo, paciente, amante da leitura,
mais pendente dos assuntos do céu que dos da terra. De fato, só alguns
cardeais escolhidos – Ruini, Scola, Bagnasco – conseguiram demonstrar
pessoalmente a ele sua opinião desfavorável sobre Bertone. Ocorreu há um
ano, durante um almoço no Palácio de Castel Gandolfo, a residência de
verão do papa. Os demais têm de se conformar com utilizar um canal: o
fax do padre George Gänswein…
Um canal que, desde o último verão, deixa de ser seguro. O primeiro
golpe chega com a divulgação, através de um programa de televisão, de
uma carta do arcebispo Carlo Maria Viganò, atual núncio nos EUA, na qual
conta ao papa diversos casos de corrupção dentro do Vaticano e lhe pede
para não ser removido de seu cargo de secretário-geral do Governatório –
o departamento encarregado de licitações e fornecimentos. Viganò,
porém, é enviado para longe de Roma pelo secretário de Estado, Tarcísio
Bertone. Diversas fontes afirmam que o papa chegou a chorar com essa
decisão, mas não se atreveu a contradizer Bertone.
O segundo vazamento revela um suposto complô para matar o pontífice.
Trata-se de uma carta muito recente enviada a Bento 16 pelo cardeal
colombiano Dário Castrillón Hoyos, na qual lhe conta que o cardeal
italiano Paolo Romeo, arcebispo de Palermo (Sicília), acaba de realizar
uma viagem à China durante a qual teria comentado: “O papa morrerá em 12
meses”. Mas não só isso. Segundo a carta do bispo colombiano, escrita
em alemão e sob o selo de “estritamente confidencial”, o arcebispo de
Palermo despachou à vontade no país asiático, contando supostos segredos
do Vaticano, como que o papa e seu número 2, Bertone, têm vontade de se
matar reciprocamente e que Bento 16 está deixando tudo bem amarrado
para que seu sucessor à frente da Igreja seja o atual arcebispo de
Milão, o cardeal Ângelo Scola.
Aqueles vazamentos de documentos, embora ainda a conta-gotas, causam
comoção no Vaticano. Seu porta-voz, o padre Federico Lombardi, chega a
admitir que a Igreja está sofrendo seu “VaticanLeaks” particular. O
jornal L’Osservatore Romano publica um editorial em que descreve a situação de Bento 16: um pastor cercado por lobos.
Enquanto isso, Paolo Gabriele continua chegando todos os dias às 6 da
manhã ao Apartamento para acordar o papa. É um privilegiado. Todos os
funcionários do Vaticano o são. Não ganham um grande salário, mas fazem
parte do plantel de uma empresa com 20 séculos de antiguidade, que
dificilmente irá à falência, com prestígio social na cidade de Roma e
uma série de vantagens – moradia dentro dos 40 hectares do Vaticano,
gasolina muito barata – que na maioria dos casos são herdadas por seus
filhos. A tempestade que nestes dias – o final de 2011 – açoita a Igreja
passará. Como sempre, pelos séculos dos séculos.
Há uma anedota muito representativa. Há alguns anos, um jornalista
espanhol perguntou a um cardeal sobre um conflito no seio da Igreja. O
purpurado, muito sério, iniciou assim sua resposta: “Já tivemos esse
problema no século 13…”.
A resposta, embora com outras palavras, continua sendo a mesma,
inclusive a mais comum durante os dias posteriores à detenção de
Paoletto: “Já tivemos problemas parecidos, inclusive maiores, e sempre
seguimos em frente. Talvez o que mude agora é a velocidade e a magnitude
na difusão da notícia. Isso, e não sua gravidade, é o que amplia o
problema”. O problema, uma guerra de poder, puramente italiana. Tanto os
sobrenomes que ilustram essa história de intrigas e golpes baixos como
as armas escolhidas para o duelo têm denominação de origem. “Um típico
jogo italiano”, o qualificam alguns meios de informação. Além disso, há
uma razão de peso para que seja assim.
A cadeira de Pedro continua sendo ocupada por um estrangeiro desde
1978. A um papa polonês (João Paulo 2º, de 1978 a 2005) sucedeu um papa
alemão (Bento 16, de então até hoje) e, se os cardeais italianos com
menos de 80 anos – os que podem participar do conclave – não estiverem
atentos poderão perder uma oportunidade de ouro. Atualmente, os cardeais
eleitores são 122. Italianos, 30 (menos de um quarto), 11 americanos e
seis alemães. Se quando Ratzinger morrer ou se demitir não o suceder um
italiano, na próxima vez será mais difícil.
Antes inclusive do escândalo, já era patente o peso excessivo da
Igreja italiana no Vaticano. Praticamente todos os cargos de
responsabilidade relacionados às finanças estão em mãos italianas,
apesar de os maiores contribuintes serem americanos e alemães. Da mesma
forma, embora os EUA, a Ásia e a África sejam mais o presente que o
futuro da Igreja Católica, no último consistório, realizado em 18 de
fevereiro passado, não foi nomeado nenhum cardeal africano, e só um
latino-americano.
Há alguns dias, um alto representante do Vaticano manifestou sua
contrariedade: “Na América Latina já estão 47% dos católicos do mundo.
Ali as igrejas estão cheias e na Europa vazias, mas o Vaticano continua
demorando muito para nomear cardeais que não sejam europeus…”. Miloslav
Vlk, cardeal de Praga e porta-voz da Igreja Internacional, o diz sem
rodeios: “Talvez tenhamos perdido o impulso que nos deram Paulo 6º e
João Paulo 2º e depois recolhido por Bento 16: uma Igreja que se abre
para o mundo, um colégio cardinalício e uma Cúria mais internacionais, e
portanto mais capazes de escutar as vozes e captar a energia que chegam
também de longe”.
A detenção do mordomo ocorre algumas horas depois de outro fato muito
grave. A demissão fulminante de Ettore Gotti Tedeschi, presidente do
Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco
Vaticano. A primeira explicação fala em “irregularidades em sua gestão”,
mas depois o tom vai aumentando até chegar quase ao linchamento. A
primeira explicação oficial critica o economista de 67 anos por “não ter
desenvolvido funções de primeira importância para seu cargo”.
A verdade é que o Banco Vaticano está sendo submetido desde setembro
passado a uma investigação judicial por suposta violação das normas
contra a lavagem de capitais. Além de Gotti Tedeschi – presidente também
do Santander Consumer Bank, a filial italiana do Banco Santander –, a
promotoria investiga o diretor-geral do IOR, Paolo Cipriani. O diretor
mostra-se enfurecido em suas declarações à imprensa: “Prefiro não falar.
Se o fizesse, só diria palavras feias. Debato-me entre a ânsia de
explicar a verdade e não querer turvar o Santo Padre com tais
explicações”.
Tedeschi é dos poucos que guarda fidelidade ao papa. De fato, foi o
próprio Joseph Ratzinger quem o recomendou a Bertone. Eram mais que
velhos amigos. O economista, membro do Opus Dei, havia colaborado com o
papa na encíclica “Caritas in veritate”. Agora, a colaboração que lhe
pedia era mais terrena, e, portanto, mais difícil: resgatar das mãos do
demônio as contas de Deus. Limpar o Banco Vaticano. Bertone e Tedeschi
se chocam. Parece que há tempo não se falam. O economista amigo do papa
ameaça se demitir. O secretário de Estado se adianta e o demite. Mas não
se contenta com isso. Em plena guerra de vazamentos, aparece um
documento no qual se ataca o já ex-presidente…
O assunto fica em segundo lugar. Toda a atenção agora está
concentrada na sorte de Paolo Gabriele. A primeira pergunta é: por que
fez isso? A segunda: para quem? Roma é tomada por um bando de corvos
anônimos que se dizem companheiros de Paoletto, uma espécie de cruzada
contra os assuntos turvos do Vaticano. “Paoletto não está só”, afirmam,
“somos muitos, inclusive muito acima. Queremos defender o papa,
denunciar a corrupção, fazer limpeza no Vaticano.”
As vozes anônimas confirmam o que já se sabia – o Vaticano é há meses
um campo de batalha entre diferentes facções que lutam pelo poder –,
mas suas teóricas intenções são difíceis de acreditar. Tão incríveis
quanto alguns detalhes da operação: à frente estaria uma mulher e a
tropa seria formada por uma plêiade de vingadores, de cardeais a
mordomos, incluindo um pirata informático. Seu principal objetivo:
proteger o papa de Tarcísio Bertone.
Depois de vários dias em silêncio, o papa fala. Mas não diz nada.
Remonta 20 séculos atrás para lembrar que Jesus também foi traído. Acusa
os meios de comunicação de ampliar o problema e confirma em cargos seus
colaboradores – incluindo Tarcísio Bertone Os muros do Vaticano se
fecham ainda mais. O mistério, sempre presente nas histórias religiosas e
laicas de Roma, envolve tudo. Paoletto já falou? Disse se roubou a
correspondência do papa por sua conta ou por encomenda? Talvez seja o
padre George, sentado junto a seu fax, o único que sabe a verdade,
talvez o único que cumpra sua função de proteger o papa. Ou talvez não.
Se em alguma coisa concordam crentes e descrentes de um lado e outro do
Tibre é em que, como é habitual nos assuntos referentes ao Vaticano,
jamais se saberá a verdade. Nunca se conhecerá o verdadeiro chefe de
Paolo Gabriele, a identidade do corvo vestido de púrpura.
A Igreja Católica, que precisa da fé para continuar existindo,
continua sentindo-se cômoda na obscuridade. “Já tivemos esse problema no
século 13…” Em sua primeira encíclica – “Deus caritas est” (2005) –,
Bento 16 citava uma frase de santo Agostinho que hoje soa profética:
“Sem justiça, o que são os reinos senão um grande bando de ladrões?”
Intrigas e as lutas de poder provocaram escândalos durante séculos
Corvos no Vaticano? Maledicência e contas pendentes resolvidas nos
meios de comunicação? “Peccata minuta” diante do histórico de escândalos
do Estado pontifício, um território de apenas meio quilômetro quadrado
onde as lutas de poder e a ambição sem limites criaram um microclima
insano durante séculos. Não é preciso retroagir aos tempos dos Borgia
(transformados, com fama de envenenadores, em bodes expiatórios de toda a
depravação do Renascimento italiano) para encontrar episódios sombrios
desse suposto centro da espiritualidade cristã.
Em 28 de setembro de 1978, morria aos 65 anos João Paulo 1º, o
italiano Albino Luciani, 33 dias depois de ser eleito papa. Oficialmente
morreu de infarto, mas o cadáver de um pontífice nunca é submetido a
autópsia. As teorias conspiratórias dispararam até alcançar o bispo Paul
Marcinkus, então responsável pelo Instituto de Obras da Religião, o
Banco Vaticano. João Paulo 1º havia-se negado a ocultar o escândalo que
sobrevoava as finanças vaticanas?
Os dados que se conhecem tornam pouco plausível essa hipótese, mas a
verdade é que Marcinkus, um robusto prelado americano de origem lituana
que se havia convertido na sombra de Paulo 6º, tinha motivos para
lamentar a morte deste. Sua relação com Michele Sindona, um banqueiro
ligado à Máfia, gerou suspeitas sobre a manipulação de dinheiro ilícito
procedente dos EUA.
O escândalo explodiu em 1982, com a falência fraudulenta do Banco
Ambrosiano, uma instituição católica da qual o Banco Vaticano era o
principal acionista. A Santa Sé aceitou pagar milhões de dólares em
indenizações a entidades estrangeiras afetadas pelo colapso do
Ambrosiano. Roberto Calvi, presidente do banco, e Sindona optaram,
supostamente, por suicidar-se. Marcinkus encontrou, entretanto, a
proteção de João Paulo 2º, sucessor do papa Luciani, que o manteve no
cargo até 1989. Um ano antes de se consumar a falência do Ambrosiano, o
papa polonês sofreu um atentado gravíssimo, que as sucessivas
investigações judiciais e o posterior julgamento não conseguiram
esclarecer totalmente.
Outro tanto se pode dizer do assassinato, pelas mãos de guardas
suíços, do comandante dessa histórica tropa papal, Alois Estermann, no
mesmo dia em que foi confirmado em seu cargo, em maio de 1998. O
Vaticano manejou melhor esse assunto explosivo, mas tampouco conseguiu
evitar a gigantesca boataria em torno dele.
Foram os anos em que João Paulo 2º viajava pelo mundo e recebia no
Vaticano, como um amigo pessoal, o padre Marcial Maciel, fundador dos
Legionários de Cristo, uma comunidade de religiosos com enorme
desenvolvimento e consideração no México e em outros países. Maciel era
um personagem influente nos palácios vaticanos e um dos mais queridos
colaboradores do papa. Com grande discrição, trazia o dinheiro para as
arcas sempre exaustas da Igreja e enchia com multidões as cerimônias
religiosas presididas por Wojtyla. Mas a conduta do mexicano estava na
boca de todo mundo. Numerosas denúncias de ex-legionários o descreviam
como um sujeito cínico e amoral e um pedófilo consumado.
João Paulo 2º resistiu até sua morte, na primavera de 2005, a que se
tomassem medidas contra Maciel, que um ano antes abandonou seu cargo à
frente dos Legionários e morreu em 2008 com 89 anos, sem ser molestado
por ninguém.
Joseph Ratzinger, que sucedeu Wojtyla à frente da Igreja com a
promessa de acabar com a corrupção interna, arquivou a investigação
sobre Maciel. Mas com a morte do fundador ficou claro seu histórico
sexual de um depravado sem atenuantes.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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