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domingo, 4 de outubro de 2009

A inveja mata. O ódio enterra.


Bastaram poucas horas após o anúncio de que o Rio será sede das Olimpíadas 2016 para que uma série de artigos de crítica ao presidente Lula e aos seus sentimentos de patriotismo, inundassem como uma torrente, as páginas on-line da Folha de São Paulo. Os artigos se repetem e questionam Lula como se, ao presidente de um país, não coubesse, nessa hora, elogiar o esforço daqueles que contribuíram para que a maior festa de congraçamento da humanidade viesse para o Brasil em 2016. O artigo é de Rogério Mattos Costa.

Rogério Mattos Costa

A inveja mata, diz um conhecido ditado.

Bastaram poucas horas após o anúncio de que o Rio será sede das Olimpíadas 2016 para que uma série de artigos de crítica ao presidente Lula e aos seus sentimentos de patriotismo, inundassem como uma torrente, as páginas on-line da Folha de São Paulo.

Os artigos se repetem e questionam Lula como se, ao presidente de um país, não coubesse, nessa hora, elogiar o esforço daqueles homens e mulheres que contribuíram para que a maior festa de congraçamento da humanidade, viesse para o Brasil, ainda que no longínquo 2016.

Acostumado a dizer que tem vergonha de ser brasileiro, um dos jornalistas da Folha dedica-se não só a ofender, como sempre faz, ao presidente Lula, mas a lembrar dos males que quinhentos anos de má administração, preconceito racial, irresponsabilidade social e muita impunidade, fizeram ao país.

Como se a Lula coubesse a culpa pela situação e não os méritos de pela primeira vez, enfrentá-la com boa, ainda que não suficiente, dose de coragem. Lembram ainda com ironia este e outros jornalistas da Folha, que o patriotismo foi usado pela ditadura militar para combater à esquerda, quando esta reclamava da falta de liberdades básicas, como a de imprensa. Assim, segundo eles, a esquerda, da qual Lula faz parte, não poderia usar o patriotismo, “uma arma exclusiva da ditadura” para
comemorar o bom momento que vive o país em todos os setores da economia, da evolução da sociedade e do prestigio do país no exterior.

Outros vão mais além, merecendo o carinhoso apelido de “colonistas”, criado por Paulo Henrique Amorim em seu blog, para designar aqueles colunistas que pregariam abertamente a volta do Brasil à condição de colônia de potencias estrangeiras. Agora, é claro, já não a colônia de Portugal, mas de um grande país da América do Norte.

De qualquer forma, para um jornal que tem em seu currículo a acusação, nunca desmentida de haver emprestado veículos próprios, de seu patrimônio, para o transporte ilegal de cidadãos que caíram presos políticos, sem mandado judicial, durante uma ditadura militar, a Folha está em péssimas condições para combater o patriotismo ou o uso, por Lula das conquistas de seu governo.

Afinal, as acusações de colaboracionismo com a tortura não prescreveram e estão ao alcance de qualquer pesquisa, mesmo acadêmica e pela internet.
Ao fazer brincadeiras e ironias com os sentimentos patrióticos do povo e do presidente da República, a Folha ofende a memória não só dos mortos e torturados que suas caminhonetes eventualmente teriam transportado, mas de todos os que morreram combatendo o regime de exceção que seu proprietário, à época, ajudou a implantar.

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