Presidente no topo da popularidade no Brasil
Especialistas analisam que conquistas, carisma e origem de Lula criaram o ‘Lulismo’, que pode superar celebridades políticas como Getúlio Vargas e JK. Até sósia pega carona na fama
POR RICARDO VILLA VERDE, RIO DE JANEIRO
Rio - Misture o sucesso dos programas Bolsa-Família e Prouni com as descobertas das megarreservas de petróleo do Pré-Sal; acrescente a passagem do País pela crise mundial sem grandes turbulências e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); junte a conquista da Copa do Mundo de 2014 e complemente com a sonhada Olimpíada de 2016 no Rio. O resultado não poderia ser diferente. A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está cada vez mais em alta, consolidando o que no meio político já vem sendo chamado de ‘Lulismo’.
Foto: Alexandre Vieira / Agência O DIA
Lula do Cachambi quer aproveitar a popularidade do presidente para a divulgação de seu botequim
Que o diga Belarmino Abrahão, 57 anos, dono do Botequim do Lula, no Cachambi, na Zona Norte do Rio. Há 20 anos, o empresário abriu mão do nome de batismo e passou a ser chamado de Lula, por causa da semelhança com o petista. Ao abrir o botequim, há dois meses, sentiu os efeitos da popularidade presidencial. Ele chega a imitar o jeito de falar do presidente para agradar aos clientes. “As crianças dizem que já me viram na televisão”, conta o comerciante, que já tirou fotos até com políticos. “Alguns clientes expõem como se eu fosse o Lula”, afirma o dono do bar. Ele, porém, não pensa em entrar para a política. “Um Lula só para o Brasil já está de bom tamanho”, afirma. O Lula do Cachambi vai aproveitar a fama cada vez maior do presidente para fazer uma campanha de seu botequim com o tema Olimpíadas 2016.
FÁBRICA FAZ APOSTA
Na fábrica de máscaras Condal, em São Gonçalo, a popularidade do presidente também vem ajudando os negócios. “Lula está na moda”, afirma a secretária Marli Torres. Segundo ela, a fábrica vai aumentar a produção das duas versões de máscaras de Lula (sindicalista e presidente), por causa da conquista do Rio como sede dos Jogos.
“As Olimpíadas vão aumentar a popularidade de Lula. Já havia a Copa. Isso vai ficar na história”, avalia o professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio (Uerj), Williams Gonçalves. O coordenador do programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC do Rio Grande do Sul, Juremir Machado da Silva, concorda. Autor do livro ‘Getúlio’, sobre o ex-presidente Getúlio Vargas, o professsor diz que Lula está caminhando para se tornar mais popular do que Vargas e Juscelino Kubitschek.
“Lula é mais carismático do que Getúlio”, afirma Juremir. Na avaliação dos dois professores, o diferencial do petista sobre Vargas e Kubitschek é a origem. “Lula vem de uma classe baixa, ao contrário de Getúlio, que veio da elite gaúcha e Juscelino, da mineira”, explica. “Lula fala linguagem que o povo entende imediatamente”, completa o professor Gonçalves. Moradora de Nova Iguaçu, a esteticista Rosangela Façanha vê em Lula um bom exemplo. “Ele mostra que uma pessoa que veio de baixo pode chegar lá”.
Bom índice de aprovação até na Argentina
A conquista do Rio como sede das Olimpíadas de 2016 veio quando a popularidade do presidente Luis Inácio Lula da Silva voltava a crescer, depois de ter sofrido pequena queda no início do ano. Pesquisa CNI/Ibope, divulgada em setembro, mostrou que Lula é aprovado por 81% dos brasileiros.
E a performance do presidente não se resume só ao Brasil. Após ter sido chamado de “o cara” pelo presidente dos EUA, Barack Obama, o brasileiro está na moda em vários países da Europa e, especialmente, na Argentina. Pesquisa de empresa de consultoria de Buenos Aires mostrou que o petista seria eleito presidente do país vizinho, com 52% dos votos — a atual presidente argentina, Cristina Kirchner, foi eleita em 2007 com 45%.
Para o professor da Uerj Williams Gonçalves, esta situação é reflexo da atuação de Lula no exterior. “Ele demonstra sempre orgulho de ser brasileiro. Esse é um diferencial importante porque seus antecessores quase que pediam desculpas por serem brasileiros. Isso é reconhecido tanto no Brasil como no exterior”, avalia o professor.
Fonte: O Dia
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