Marcha da insensatez não pode atropelar conquista dos brasileiros, diz Viana
PT no Senado A
extinção do Ministério da Cultura (MinC), que sob a gestão interina de
Michel Temer foi ‘rebaixado’ a uma secretaria da pasta da Educação, tem
gerado constantes protestos da classe artística e dos movimentos
sociais. Nesta terça-feira (17), o senador Jorge Viana (PT-AC) fez coro
em defesa do órgão, apelando ao vice de Dilma Rousseff que “inspire-se”
em Itamar Franco e restaure o Minc.
O
Ministério da Cultura foi criado pelo ex-presidente José Sarney, em
1985, sendo extinto pelo presidente posterior (Fernando Collor) em 1990 e
retomado dois anos depois pelo então presidente Itamar Franco.
“Não
é possível que esta marcha da insensatez atropele essa conquista do
povo brasileiro”, disse Viana, em discurso ao plenário do Senado.
“O
Brasil já tem muito de que se envergonhar no passado, da escravidão à
maneira como fomos colônia e começamos essa República. Mas estamos no
século XXI. Se temos também uma história bonita no passado, não podemos
deixar de produzir uma história triste, equivocada neste presente.
Independente dos debates, dos enfrentamentos, faço esse apelo: traga de
volta, para o bem do País, o Ministério da Cultura”, pediu o
parlamentar.
Ele
propôs uma audiência pública no Senado para discutir o tema. A ideia é
convidar artistas como os atores Wagner Moura e Letícia Sabatella para
debater a importância da cultura no Brasil e a extinção do MinC.
Críticas à equipe econômica de Temer
Durante
o discurso, Viana ainda criticou a equipe econômica do governo
interino, nesta terça. “O Brasil paga meio trilhão de juros. Para quem?
Para os banqueiros. Sabe quem faz o pagamento? Os banqueiros que tomaram
posse hoje no Banco Central e que mobilizaram todo o aparato de
televisão, de jornal, de rádio para cobrir os seus posicionamentos. São
os que cuidam dos números, que não enxergam as pessoas, que não conhecem
a vida do Brasil”, disse.
O
senador disse duvidar que os “bacanas” nomeados hoje tenham entrado
algum dia em um bairro pobre das periferias brasileiras. “Duvido que
conheçam as mazelas do nosso Nordeste e do meu Norte. Duvido! Não
conhecem, nunca foram. É daqui para Wall Street; é daqui para Londres; é
daqui para Davos, na Suíça!”, exclamou.
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