Depois dos áudios do ex-líder do PSDB - Sérgio Machado - não há mais dúvida de que membros do STF estão dentro do golpe. E que setores do judiciário alavancaram o golpe. E que a PGR - através de Janot- também está no golpe. Os áudios gravados nas conversas que Sérgio Machado manteve com Jucá, Renan e Sarney são bombásticos porque mostram os conspiradores, o desenrolar e os objetivos dos golpistas. E por isso, que Raduan Nassar, com toda a sua honestidade intelectual afirma que STF propiciou o golpe por omissão.
STF propiciou 'golpe' por omissão, afirma Raduan Nassar
Pedro Ladeira/Folhapress
Dilma Rousseff abraça o escritor Raduan Nassar em evento contra o impeachment
MAURÍCIO MEIRELES
COLUNISTA DA FOLHA 20/04/2016 20h45
Raduan Nassar voltou a escrever. Mas não se trata de ficção. Começou a circular nesta quarta-feira (20), em blogs de esquerda, um texto intitulado "Judiciário estará acima da lei" escrito pelo autor de "Lavoura Arcaica".
Raduan confirmou à Folha que é ele mesmo o autor.
No texto, ele acusa o STF (Supremo Tribunal Federal) de ter propiciado "por 'omissão' o golpe de domingo/17.04.2016", referindo-se à votação de domingo (17) na Câmara dos Deputados, que instalou o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O escritor paulista afirma ainda que o Supremo "está adormecido, dorminhoco, maculado por sinal pelo seu passado com o regime militar" e que a corte poderia ter impedido a iniciativa dos deputados.
O autor afirma que processo foi aberto em grande parte "por uma quadrilha de cleptomaníacos", em referência aos deputados. Raduan acrescenta, contudo, que entre os ministros da suprema corte há "respeitáveis exceções", sem citar nomes.
A pena do recluso escritor se volta ainda contra a PGR (Procuradoria Geral da República), que ele acusa de produzir pareceres "partidarizados".
"[A Procuradoria] Arquivou quatro pedidos de investigação de um tucano, trazendo à lembrança o "engavetador geral da República" da era FHC", escreve Raduan, em relação aos pedidos de investigação contra Aécio Neves (PSDB-MG), citado em delações da Lava-Jato.
Por último, ele afirma também que o ministro Gilmar Mendes, do STF, é "questionável e pedante".
Não é a primeira manifestação de apoio de Raduan Nassar a Dilma Rousseff. No fim de março, ele quebrou a reclusão para defender a legalidade do governo da presidente em um evento no Palácio do Planalto. Na ocasião, afirmou que a petista não cometeu crime de responsabilidade e que não há embasamento para o processo de impeachment que tramita contra ela no Congresso Nacional.
Roberto Stuckert/Presidencia/Xinhua
Da esq.: Beth Carvalho, Raduan Nassar, Letícia Sabatella e Dilma no ato a favor da petista em março
Leia a íntegra do texto de Raduan:
Ressalvadas exceções de ministros atuais respeitáveis, o STF - Supremo Tribunal Federal - está adormecido, dorminhoco, maculado por sinal pelo seu passado com o regime militar.
Tivesse o STF despertado da letargia, e o processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff não teria sido sequer instaurado, pela desqualificação de quem o conduz. E porque deveria sobretudo ter se detido no exame da tipificação do suposto crime de responsabilidade.
Uma pergunta: por que o mesmo tribunal não julgou até agora o presidente da Câmara dos Deputados? Está lá como réu desde janeiro do ano em curso Daí que, ressalvadas as respeitáveis exceções, seria até o caso de se afirmar que o STF, que inclui alguns ministros apequenados, propiciou por "omissão" o golpe de domingo/17.04.2016, levado a cabo na Câmara, em grande parte, por uma quadrilha de cleptomaníacos.
Além disso, a Procuradoria Geral da República patrocina claramente pareceres partidarizados, dando cobertura inclusive às derrapagens de um judiciário de primeira instância. Arquivou quatro pedidos de investigação de um tucano, trazendo à lembrança o "engavetador geral da República" da era FHC.
Em maio próximo, assume a presidência do TSE - Tribunal Superior Eleitoral - o questionável e pedante ministro Gilmar Mendes e, no próximo ano, o excelente Enrique Ricardo Lewandowsky será substituído na presidência do STF pela global Cármem Lúcia
Estamos bem arrumados!
De fato, como é costume alegarem, ninguém está acima da lei, segundo a Constituição. Mas é preciso que se diga com todas as letras: a magistratura também não está acima da Lei.
Pedro Ladeira/Folhapress
Dilma Rousseff abraça o escritor Raduan Nassar em evento contra o impeachment
MAURÍCIO MEIRELES
COLUNISTA DA FOLHA 20/04/2016 20h45
Raduan Nassar voltou a escrever. Mas não se trata de ficção. Começou a circular nesta quarta-feira (20), em blogs de esquerda, um texto intitulado "Judiciário estará acima da lei" escrito pelo autor de "Lavoura Arcaica".
Raduan confirmou à Folha que é ele mesmo o autor.
No texto, ele acusa o STF (Supremo Tribunal Federal) de ter propiciado "por 'omissão' o golpe de domingo/17.04.2016", referindo-se à votação de domingo (17) na Câmara dos Deputados, que instalou o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O escritor paulista afirma ainda que o Supremo "está adormecido, dorminhoco, maculado por sinal pelo seu passado com o regime militar" e que a corte poderia ter impedido a iniciativa dos deputados.
O autor afirma que processo foi aberto em grande parte "por uma quadrilha de cleptomaníacos", em referência aos deputados. Raduan acrescenta, contudo, que entre os ministros da suprema corte há "respeitáveis exceções", sem citar nomes.
A pena do recluso escritor se volta ainda contra a PGR (Procuradoria Geral da República), que ele acusa de produzir pareceres "partidarizados".
"[A Procuradoria] Arquivou quatro pedidos de investigação de um tucano, trazendo à lembrança o "engavetador geral da República" da era FHC", escreve Raduan, em relação aos pedidos de investigação contra Aécio Neves (PSDB-MG), citado em delações da Lava-Jato.
Por último, ele afirma também que o ministro Gilmar Mendes, do STF, é "questionável e pedante".
Não é a primeira manifestação de apoio de Raduan Nassar a Dilma Rousseff. No fim de março, ele quebrou a reclusão para defender a legalidade do governo da presidente em um evento no Palácio do Planalto. Na ocasião, afirmou que a petista não cometeu crime de responsabilidade e que não há embasamento para o processo de impeachment que tramita contra ela no Congresso Nacional.
Roberto Stuckert/Presidencia/Xinhua
Da esq.: Beth Carvalho, Raduan Nassar, Letícia Sabatella e Dilma no ato a favor da petista em março
Leia a íntegra do texto de Raduan:
Ressalvadas exceções de ministros atuais respeitáveis, o STF - Supremo Tribunal Federal - está adormecido, dorminhoco, maculado por sinal pelo seu passado com o regime militar.
Tivesse o STF despertado da letargia, e o processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff não teria sido sequer instaurado, pela desqualificação de quem o conduz. E porque deveria sobretudo ter se detido no exame da tipificação do suposto crime de responsabilidade.
Uma pergunta: por que o mesmo tribunal não julgou até agora o presidente da Câmara dos Deputados? Está lá como réu desde janeiro do ano em curso Daí que, ressalvadas as respeitáveis exceções, seria até o caso de se afirmar que o STF, que inclui alguns ministros apequenados, propiciou por "omissão" o golpe de domingo/17.04.2016, levado a cabo na Câmara, em grande parte, por uma quadrilha de cleptomaníacos.
Além disso, a Procuradoria Geral da República patrocina claramente pareceres partidarizados, dando cobertura inclusive às derrapagens de um judiciário de primeira instância. Arquivou quatro pedidos de investigação de um tucano, trazendo à lembrança o "engavetador geral da República" da era FHC.
Em maio próximo, assume a presidência do TSE - Tribunal Superior Eleitoral - o questionável e pedante ministro Gilmar Mendes e, no próximo ano, o excelente Enrique Ricardo Lewandowsky será substituído na presidência do STF pela global Cármem Lúcia
Estamos bem arrumados!
De fato, como é costume alegarem, ninguém está acima da lei, segundo a Constituição. Mas é preciso que se diga com todas as letras: a magistratura também não está acima da Lei.
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