Senadores golpistas: Alcolumbre e a campanha mais cara do Amapá
Acusado de captação ilícita de votos, formação de quadrilha e fraude em licitações, senador quer “passar a limpo” o Brasil
Postado por Agência PT, em 13 de maio de 2016 às 18:00:57
Em artigo intitulado “Passando o país a limpo”, publicado na última terça (10) em seu perfil em uma rede social, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) discorreu sobre a votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff
no Senado e afirmou que os brasileiros esperam que sejam resgatadas
“todas as qualidades que os agentes políticos e públicos carregam
consigo”. Mas é difícil acreditar que o senador esteja se referindo aos
próprios atributos.
Acusado de abuso do poder econômico e apresentação de notas frias
em prestação de contas de sua disputa ao Senado, Alcolumbre teve,
proporcionalmente, uma das campanhas mais caras do país em 2014,
gastando R$ 2.036.617,00.
O senador, que iniciou a carreira política como vereador e foi duas vezes deputado federal, é também alvo de investigação referente a abuso de poder político e de autoridade e captação ilícita de sufrágio,
em esquema envolvendo a celebração de convênios milionários entre o
Estado do Amapá e a prefeitura de Macapá para a realização de obras de
asfaltamento, além do uso de veículos de comunicação custeados com
recursos públicos.
Na mesma acusação, consta a suspeita de
que tenha constrangido servidores comissionados da prefeitura de Macapá a
apoiá-lo, sob pena de serem demitidos, e do Batalhão de Operações
Especiais da PM/AP e do Corpo de Bombeiros Militar, sob pena de
transferência para outra unidade ou represálias.
Em 2005, Alcolumbre foi investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
por supostos crimes contra a administração pública e de formação de
quadrilha. O processo teve origem com a Operação Pororoca, realizada
pela Polícia Federal em 2004 para desbaratar uma quadrilha que fraudava
licitações. Segundo a PF, o grupo fraudou licitações de pelo menos 17
obras públicas do Amapá, que juntas totalizavam R$ 103 milhões. O
esquema envolvia desvio de dinheiro público por meio do superfaturamento
de obras na área da Saúde executadas por uma mesma empreiteira. Parte
das verbas era liberada por meio de emendas.
Apesar de se mostrar muito preocupado em
“limpar” o país, o senador também não soube explicar por que, durante
seu mandato como deputado, gastava toda sua cota mensal de combustível no
posto Salomão Alcolumbre & Cia. LTDA, em Macapá, de propriedade de
seu tio. As normas de uso da verba indenizatória da Câmara dos Deputados
proíbem a utilização da cota para ressarcimento de despesas relativas a
bens fornecidos ou serviços prestados por empresa da qual o
proprietário seja o deputado ou parente de até terceiro grau.
Da Redação da Agência PT de Notícias
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