Da equipe Oásis, no Brasil 247
Ciência dá passos de gigante: as dez maiores descobertas de 2013
A origem dos raios cósmicos, a utilidade do sono, novas abordagens
na luta contra o câncer: a pesquisa científica em 2013 foi longe, e
promete muito mais no futuro.
Como em todo final de ano que se respeite, chegou o momento de
prestar contas. As feitas pela revista Science a respeito das
descobertas científicas mais importantes do ano que termina estão entre
as mais abalizadas e esperadas. Entre o sono que restaura as energias, a
origem dos raios cósmicos e novas terapias contra o câncer, aqui estão
os estudos mais marcantes feitos em 2013
As dez mais da ciência:
A imunoterapia treina o sistema imunológico para que aprenda a atacar as células cancerígenas
1. A imunoterapia contra os tumores.
O primeiro prêmio para a área de pesquisa mais útil e promissora toca
este ano a uma abordagem totalmente inovadora na luta contra o câncer. A
imunoterapia consiste na ativação do sistema imunológico, que
normalmente está empenhado na proteção do corpo contra os perigos
externos, para que lute também contra as células. A técnica na verdade
remete aos anos 80, sobretudo ao trabalho do cientista James Allison,
que agora opera na University of Texas MD Anderson Cancer Center di
Houston. Ela consiste na manipulação dos linfócitos T (células
fundamentais para a resposta imunológica) bloqueando com anticorpos um
seu receptor específico, de modo a que essas células respondam contra os
tumores, enfrentando-os. Resultados clínicos encorajadores já foram
obtidos com esse tratamento na luta contra as metástases de melanoma e
contra algumas formas de leucemia, embora ainda subsistam algumas
dúvidas quanto aos efeitos colaterais dessa terapia.
2. "Microcirurgia" genética. O
segundo lugar toca a uma complexa técnica de manipulação genética
chamada CRISPRs (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic
Repeats) que consente intervir com muita precisão em genes de células
animais e vegetais, modificando-as, ativando-as ou eliminando-as.
3. O cérebro transparente. Ela se
chama "clarity", clareza, e é uma nova técnica de visualização cerebral
que permite a observação de pequenas áreas do cérebro (até o momento,
do cérebro de ratos) com grande clareza. Removendo a camada de lipídios
da membrana celular, que normalmente interfere na passagem da luz, o
cérebro aparece transparente aos instrumentos de observação e desse modo
o seu estudo se torna muito mais fácil. O vídeo abaixo mostra como
funciona a nova tecnologia "clarity".
4. Células tronco de embriões humanos. Uma nova
técnica que lança mão, entre outras coisas, do uso da cafeína. Ela
permitiu a obtenção de células tronco (células capazes de se diferenciar
em qualquer outro tipo de célula humana) a partir de embriões humanos
clonados com finalidades terapêuticas. Trata-se de um desafio ligado às
complexas implicações éticas que o tema encerra, mas capazes de oferecer
novos desenvolvimentos para a cura e a pesquisa de doenças até agora
incuráveis.
5. Miniórgãos em proveta. Trata-se de obter, a
partir de células pluripotentes, pequenos modelos de órgãos humanos não
maiores que um grão de arroz, mas com tecidos extremamente similares aos
do nosso fígado, dos nossos rins e do nosso cérebro. Tal feito foi
alcançado por pesquisadores do Instituto de Biotecnologia de Viena.
Esses estudiosos usaram esses pequeninos órgãos para fazer testes e
experimentos, poupando desse modo as cobaias animais.
6. A origem dos raios cósmicos. Um século após a
sua descoberta, e graças ao trabalho do telescópio espacial Fermi
Gamma-ray, sabemos agora de onde provêm os raios cósmicos. Eles surgem
das ondas de choque provocadas pela explosão de estrelas particularmente
grandes (supernovas) e das nuvens de gás e de poeiras criadas por esses
fenômenos.
7. Energia limpa a baixo custo. No campo das
descobertas tecnológicas assinala-se a criação de unidades fotovoltaicas
a base de perovskite, mineral econômico e fácil de ser produzido. Tais
unidades são capazes de converter em eletricidade cerca de 15% da
energia dos raios solares que captam. Elas ainda não alcançaram a
eficiência das unidades fotovoltaicas a base de silício, mas o
desenvolvimento dessa tecnologia é muito promissor.
8. Dormir é limpar. 2013 foi um ano importante
também para as pesquisas sobre o sono. Confirmou-se que durante essa
fase da nossa vida o cérebro é "limpo" das proteínas que acumulou em
excesso. Esse depósito excessivo de proteínas, como se sabe, pode
favorecer o aparecimento de doenças degenerativas como o Alzheimer. Quem
faz a limpeza do cérebro é o líquido cerebroespinhal que, durante a
noite, flui em toda parte no interior do nosso órgão pensante.
9. As bactérias são nossas aliadas. Os micróbios
que povoam o corpo humano desempenham um papel vital na proteção de
algumas doenças, para tornar mais eficazes algumas terapias (por causa
do seu papel no sistema imunológico) e para responder a situações de
desconforto e privação física, como a má nutrição.
10. Vacinas e design. Quando se trata de criar uma
vacina, o seu "look" molecular conta muito: a análise da disposição e
da estrutura das suas moléculas pode ajudar a criar vacinas com
objetivos específicos, como aconteceu no caso do estudo sobre a vacina
contra o vírus respiratório sincicial humano, responsável por infecções
que atingem milhões de crianças todos os anos.
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