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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Simples entender: Cachoeira editava, Policarpo Júnior da Veja publicava e a Rede Globo dava grande cobertura para derrubar Agnelo.






Em uma das gravações feitas pela Polícia Federal, à qual o R7teve acesso, Cláudio Abreu , ex-diretor da Delta Construções, diz que deu orientações a um dos redatores-chefes da revista Veja, Policarpo Júnior, para produção de uma reportagem sobre Agnelo Queiroz (PT-DF). Dias antes, foi publicada uma denúncia sobre a atuação do governador na operação Caixa de Pandora, que derrubou o antecessor e rival José Arruda (ex-DEM). 



Aparentemente, o grupo de Cachoeira tentava abastecer a revista com informações que interessavam a seus negócios. Entre o dia 29 e 30 de janeiro, membros do grupo discutem a repercussão da matéria e usam a história para pressionar o governo para o cumprimento de uma promessa não identificada pelo inquérito da PF. A íntegra do documento sobre o caso foi divulgado nesta sexta sexta-feira (27) pelo site  Brasil 247 e traz parte das gravações feitas pela polícia na operação Monte Carlo, que começou em 2008 e investigou a quadrilha que explorava jogos ilegalmente chefiada por Cachoeira.




Uma das armas do grupo é o senador Demóstenes Torres (DEM), que deu declarações – e poderia dizer mais – à imprensa a respeito do caso. 







Em conversa telefônica do dia 30 de janeiro, Dadá – Idalberto Matias de Araujo, o braço direito de Cachoeira – diz a um interlocutor identificado como Andrezinho que sabia da reportagem na Veja antes da publicação e que tinha pedido para o chefe “provocar para que o senador [Demóstenes Torres] fosse ouvido na matéria”.



No mesmo dia, Cachoeira pergunta a Dadá: 



- Será que ele [Agnelo] cai?



Nesta degravação, a Polícia Federal especifica que eles comentam sobre a reportagem da Veja que trata do caso do governador do DF.



A estratégia dos dois era continuar “batendo” do governador até que ele resolvesse certo problema. Outra possibilidade que Dadá levanta é arquitetar a queda de Agnelo em três ou quatro meses para que o vice-governador, Tadeu FIlipelli, assumisse.



- Aí ele resolve nossa vida, né possível! (sic)



Em outra gravação, do mesmo dia, Cláudio Abreu comemora possivelmente as denúncias contra Agnelo. O ex-diretor da Delta comenta:



- Arrebentou hein, o bicho arrebentou, hein.



Carlinhos confirma.



- Foi bom demais, hein.



Abreu fala sobre atuação junto a PJ, provavelmente se referindo a Policarpo Junior, jornalista da Veja.



- Mas eu já tinha falado isso pro PJ lá: ‘PJ, vai nesse caminho bicho. Se o PJ for em cima do cara que eu falei, do ‘alcoforado’ (?), rapaz do céu, vai estourar trem pra c****.



Nos grampos efetuados pela PF, aparecem telefonemas de Cachoeira para o diretor da revista em Brasília. O deputado federal Fernando Ferro (PT-PE), defendeu que o empresário Roberto Civita, proprietário da Editora Abril, seja convocado para depor na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) aberta no Congresso sobre o caso. 



Em 30 de março, Reinaldo Azevedo, colunista da revista, saiu em defesa de Policarpo, dizendo que “vem sendo vítima de uma campanha asquerosa, movida por bandidos”. Segundo Azevedo, “o chefe da Sucursal da Veja em Brasília falou, sim, com Cachoeira e seus ‘auxiliares’ muitas vezes. Ele e quase todos os jornalistas investigativos de Brasília. Em todas elas, estava em busca de informações que resultaram em reportagens que, de fato, derrubaram muita gente. Ousaria dizer que muitos milhões, talvez bilhões, de dinheiro público deixaram de sumir pelo ralo da corrupção em razão do trabalho de Policarpo”.

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