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sábado, 5 de junho de 2010

Uma boa análise para entender os motivos do tal "dossiê do demotucano Serra.


Caríssimos, 

A internet veio para balançar as estruturas carcomidas da velha mídia, que nega aceitar uma verdade: eles não têm mais o controle da informação.

Por mais que inventem todo o tipo de situação para enfraquecer a candidata do Lula e das esquerdas, a verdade vem a tona. Os eleitores demotucanos adoram ler este tipo de situação, mas devemos estar atentos para uma parte dos eleitores que navegam, segundo, estas porcarias. 

Vamos ler um texto analítico sobre os motivos do tal "dossiê", tirado do blog Leituras do Favre.
Quem tem pressa, come cru

ANÁLISE

Mudança de estratégia durante uma campanha eleitoral é questão de ênfase
FABIANO SANTOS ESPECIAL PARA A FOLHA

A moderna literatura sobre campanhas eleitorais identifica fundamentalmente duas estratégias utilizadas por partidos e candidatos ao longo do processo eleitoral. Uma primeira é a que centra a discussão em torno de políticas. Quais as que foram bem-sucedidas, quais ainda precisam de aperfeiçoamentos, e quais devem ser definitivamente abandonadas? Essas são as perguntas centrais dessa linha de ação.
Uma segunda é chamada de temas de valência e gira ao redor de características pessoais, consideradas boas ou ruins das diferentes candidaturas. Honestidade, competência, experiência, carisma são os termos que imediatamente vêm à mente.
O recente aumento do tom adotado pelo candidato José Serra consiste, na verdade, em mudança de estratégia ou ênfase em torno de possíveis estratégias a serem utilizadas em uma campanha.
Desde que confirmou sua disposição de competir, Serra procurou mostrar que no terreno das políticas (estratégia um acima) muita coisa ainda está por fazer para que os brasileiros tenham motivos reais para comemorar.
Experimentou-se caminho que, contudo, não revelou ser suficiente para conter o avanço da candidatura governista de Dilma Rousseff. A psicologia do eleitor prejudica a oposição neste quesito.
O governo é bem avaliado, suas políticas são bem avaliadas: o termo de comparação utilizado pelo votante comum é a sua vida, antes e depois do que ocorreu ao longo dos dois mandatos de Lula, sobretudo do último, período durante o qual Dilma Rousseff esteve à frente dos principais projetos do governo.
Se a discussão permanece no terreno de políticas, é bem provável que os pontos de ataque da oposição não decantem a tempo de reverter o favoritismo do governo. Seria uma questão de projeção para o futuro. Plantar o tema agora para colher mais na frente.
Este parece ser o caso dos impostos -o que fazer para melhorar a estrutura da arrecadação, alterar o seu perfil de maneira a torná-la mais justa e mais propensa ao desenvolvimento e à iniciativa individual?
Mas Serra tem pressa. A estratégia dois passa a ser o foco: adentramos o despolitizante terreno da “valência”. Dossiês, boatos, escândalos, manipulação de informações substituem o saudável e fundamental debate em torno do projeto de nação. Debate que, em momentos eleitorais, envolve um conjunto maior de atores, e não apenas aqueles que vivem o dia a dia da política.
Oxalá as pesquisas indiquem que este caminho é ainda pior do que o primeiro. Discutir política é sempre melhor do que especular sobre autoria de “dossiê” (sic).

FABIANO SANTOS é cientista político, professor e pesquisador do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro).

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