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terça-feira, 29 de junho de 2010

Dilma: “como e por que o Brasil deu um reajuste de 7,7% aos aposentados?”

Interessante o texto abaixo. A mídia ainda naõ entendeu que o Brasil  de Lula quebrou vários paradigmas e dogmas nas decisões políticas e econômicas deste governo. 

Enquanto a economia do "mundo desenvolvido" se derrete o Brasil dá aumento para os aposentados e aumenta juros para conter o crescimento economico. 

Seria hilariante, de repente, alguém acordar de um sono profundo perceber toda esta transformação que está acontecendo no mundo, principalmente a liderança de países emergentes na economia globalizada.

 
DEBATE ABERTO

O Brasil é uma pedra no sapato

O Brasil passou, de repente, a ser uma pedra no sapato da União Européia. A pergunta mais patética formulada a Dilma foi: “como e por que o Brasil deu um reajuste de 7,7% aos aposentados?”. Isso vai na contramão de tudo o que está sendo programado e feito pelos governos europeus.
Dilma Rousseff veio à Europa, passou por quatro países, alguns primeiros-ministros, e encontrou o que veio buscar: reconhecimento internacional. E mais: demonstração de que é capaz de viajar sem Lula – em todos os sentidos que a palavra viajar possa ter.

Mas colheu – e curiosamente plantou, porque colheu – mais.

Em primeiro lugar, colheu alguns epítetos (desculpem o palavrão antigo, mas cheio de charme) curiosos: “Dama de Ferro” (antes expressão reservada a Margareth Thatcher), “Delfim de Lula”, por exemplo.

Em segundo lugar, colheu uma impressão do Brasil, vigente aqui no Velho Mundo, muito peculiar, neste preciso momento em que a Zona do Euro atravessa uma turbulência sem par na história recente da Europa, pelo menos desde o fim da Segunda Guerra.

O Brasil passou, de repente, a ser uma pedra no sapato da União Européia. A pergunta mais patética formulada a Dilma foi: “como, e por que o Brasil deu um reajuste de 7,7% aos aposentados?”.

Isso vem na contramão de tudo o que está sendo programado e feito por aqui. Congelamentos de salário, ou diminuição, diminuição ou limitação de pensões e aposentadorias, suspensão de subsídios destinados ao mercado da classe média e dos mais pobres, fim de auxílios como os dados às mães solteiras, investimentos no pequeno e médio negócio: essa é a amarga receita que está sendo enfiada goela abaixo dos países – leia-se: os trabalhadores e aposentados – da U. E. Conhecemos a receita, fruto tanto do estouro do endividamento programado, como aconteceu na Ásia nos anos 90 e na América Latina no começo dos 80.

Ou seja: a presença do Brasil, que já provocava admiração ao ser um dos países que melhor saiu da crise recente, agora provoca perplexidade, inveja e um certo ar de ressentimento, além de se ter tornado um “mau exemplo”. O nosso país está se saindo bem exatamente por ter feito tudo ao contrário dessas receitas que há meio século, pelo menos, senão mais, são o vade-mecum das finanças internacionais.

Duas semanas atrás o economista Frederick Jaspersen, diretor para a América Latina no Institute of International Finance, uma organização criada em 1983 por 38 grandes bancos de atuação em escala mundial logo depois da crise da dívida latino-americana, previu a vitória de Dilma Rousseff nas eleições de outubro (o otimismo/pessimismo fica por conta dele). E acrescentou que isso era péssimo, porque significava aumentos dos “gastos” públicos, política industrial centrada em estatais, pressão política sobre as agências regulatórias (ou desregulatórias, para nós). Ao contrário, disse ele, a vitória de Serra significaria endurecimento no controle fiscal (leia-se, menos investimentos sociais), ênfase no setor privado (leia-se, transferência de verbas públicas para as empresas privadas) e uma política tributária para encorajar investimentos privados (leia-se, carga tributária regressiva na renda e progressiva no consumo).

Em suma, o que os agentes das finanças internacionais temem não é apenas que um setor como o Brasil venha a permanecer fora de sua influência. É também que o exemplo comece a contaminar corações e mentes pelo mundo a fora.

O curioso é que o exemplo brasileiro não é, digamos, inteiramente original. Já na crise asiática dos anos 90, o país que melhor e mais rápido saiu dela foi a Malásia. Por quê? Porque recusou a ajuda do FMI e fez tudo ao contrário do que ele receitava: aumentou o investimento público, reforçou o mercado interno, evitou a recessão e, sobretudo, saiu de cabeça em pé. Ao contrário de Tailândia (país em que o custo político da crise e das medidas recessivas continua a se fazer sentir de modo dramático), mesmo a Coréia do Sul, Singapura e até o Japão.

Sinal de que temos muito o que aprender onde eles – os arautos das virtudes do mercado – nunca aprendem.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

O Brasil de Lula-Dilma, enfim encontrou o seu caminho.


A companheira Dilma - futura presidenta deste país - no Roda Viva que foi ao ar pela TV Cultura na noite de segunda-feira esteve impecável.
Respondeu as perguntas provocativas, principalmente dos jornalistas da Folha de São Paulo e das Organizações Globo como muita segurança e sem perder a ternura.
Aliás, vejo que a Dilma está muito bem preparada para o embate político e para enfrentar a “ética” de alguns jornalistas que há muito tempo deixaram de fazer jornalismo para fazer política partidária.
Dilma demonstrou no Roda Vida que aprendeu com o Lula o jogo político. Ela tem aprendido com o Lula como não perder a paciência com os jogos sujos e sem escrúpulos de uma mídia que perdeu a noção do país chamado Brasil.
Quem tiver a paciência de assistir os vídeos abaixo terá uma noção exata da mulher Dilma, da cidadã Dilma, da política nacionalista  Dilma.
Estou convencido que Dilma é a pessoa certa no momento certo para continuar as políticas que este país precisa para chegar ao fim da próxima década como uma nação desenvolvida, onde todos os seus filhos possam ter as oportunidades de melhorarem as suas vidas.
Estou convencido de que o Brasil merece a chance de eleger uma pessoa que conhece o Brasil, suas potencialidades e poder transformar suas fraquezas em pontos fortes.
E certo que ainda temos muito que caminhar, mas o Brasil de Lula e depois de 2010, de Dilma encontrou o seu caminho.
O povo, em sua sabedoria, de saber comparar o Brasil de hoje com o Brasil de ontem, projeta o Brasil de amanhã, tendo a Dilma o leme para levá-lo  ao local que há muito merecia estar – entre as maiores nações do mundo.
Eu certamente, ao despeito de todas as minhas lutas e sonhos durantes os anos 80 e 90 pude testemunhar a transformação em realidade de parte destas lutas e sonhos na primeira década do século XXI.
Hoje estou na luta porque vejo que a próxima década será crucial para afirmação do Brasil entre as cinco maiores nações deste século.
Sim, acredito que o povo brasileiro quer a continuidade das políticas que elevaram a fé e a esperança de dias melhores.
O Brasil de Lula-Dilma, enfim encontrou o seu caminho.Agora é hora de apostar no futuro e o futuro é agora com Dilma eleita presidenta do Brasil.











segunda-feira, 28 de junho de 2010

O "Projeto Nacional" dos tucanos é contra o desenvolvimento

Aroeira
FHC Dependência do norte

O tucano José Serra e seus aliados acusam Dilma Rousseff e o campo progressista de não ter um projeto nacional. Não é verdade: os tucanos “esquecem” que esta é uma luta histórica e que eles são, hoje, os herdeiros e continuadores da política anti-nacional que, desde os tempos de José Bonifácio, impede o desenvolvimento e atrasa o país.

Por José Carlos Ruy

Só há uma explicação para a repetida acusação feita pelo bloco conservador e pelo candidato da oposição, o tucano José Serra, de que o governo Lula e a candidata progressista Dilma Rousseff não têm um projeto nacional. É a amnésia histórica daqueles que aderiram ao pensamento único e ao dogma neoliberal de que não existe alternativa além do fracassado projeto que impuseram ao Brasil em sua longa passagem pela presidência da República, com Fernando Collor de Mello e, depois, Fernando Henrique Cardoso.

Os tucanos e conservadores insistem naquela tecla esquecendo o conflito histórico que, em todo o período independente de nossa história, opôs os desenvolvimentistas aos liberais, os pregoeiros do uso da força do Estado para fomentar o crescimento da economia aos partidários da submissão brasileira a uma divisão do trabalho que perpetua o atraso.

Esse conflito eclodiu já nos anos da luta pela Independência, quando José Bonifácio defendeu o fim da escravidão, a reforma agrária e o favorecimento da produção de alimentos ao lado da agricultura de exportação, o apoio à industrialização, a instrução do povo e a inclusão de negros e índios à comunidade nacional, e a afirmação nacional soberana perante as potências estrangeiras.

José Bonifácio foi nomeado ministro do Reino e dos Estrangeiros por D. Pedro no início de 1822, tornando-se nessa condição o primeiro chefe de governo no Brasil. Ele estava na contra mão dos bisavós dos atuais neoliberais, cujo campeão foi José da Silva Lisboa, o visconde de Cairu, que defendia a Inglaterra com a mesma ênfase com que os tucanos defendem, hoje, os EUA.

Cairu era a expressão dos interesses da oligarquia agro-mercantil e seu projeto econômico baseado na escravidão e na monocultura latifundiária, na exportação de produtos agrícolas e na oposição à industrialização, subordinando a nação que se formava a uma economia mundial dominada pelos ingleses. José Bonifácio bateu de frente com os interesses daquela elite agro-mercantil, aliada dos ingleses sendo por isso afastado do governo, abrindo caminho para que fosse mantida, após a Independência, a arcaica estrutura social colonial, escravista e latifundiária.

Venceu, com isso, a política econômica liberal e antiindustrialista que, com um pequeno interregno na década de 1840, vigorou em todo o período imperial. Um exemplo das dificuldades que aquela política impunha ao desenvolvimento é a trajetória de Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá. Este grande empresário construiu o estaleiro de Porto de Areia, um dos maiores do mundo, mas faliu fragorosamente quando a política econômica liberal foi intensificada na década de 1850; sua história é emblemática de contradições que ainda hoje não estão resolvidas.

Os primeiros anos da República significaram outro interregno, breve, naquela política antinacional. Foi uma época marcada pelas intensas disputas entre setores urbanos (classe média e parte da burguesia) radicalizados, e a coalizão de latifundiários, grandes comerciantes do comércio externo e os representantes do capital estrangeiro (na época, principalmente inglês), que dominava a economia e a política brasileira desde os tempos do império. O choque cresceu durante os dois primeiros governos republicanos, dirigido pelos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, quando as iniciativas do novo regime ameaçavam os interesses colonialistas ao apontar para a construção de uma nação autônoma do ponto de vista político e econômico.

Quando o latifundiário Prudente de Moraes assumiu a presidência da República, na sucessão de Floriano Peixoto, o projeto industrialista foi abandonado. Os antepassados dos atuais neoliberais, que eram então chamados de livre-cambistas, passaram a dominar o governo e implantaram a mesma velha política econômica liberal. Rodrigues Alves, grande fazendeiro de café e ministro da Fazenda de Prudente de Moraes, dizia que a indústria prejudicava a agricultura ao atrair “a mão-de-obra e os capitais necessários à lavoura". A elite latifundiária e o capital comercial que controlava o comércio externo do país mantiveram a economia subordinada a esse princípio nocivo ao desenvolvimento nacional.

Era a abertura de um período liberal que durou até 1930, quando a revolução que acabou com a República Velha e levou Getúlio Vargas ao governo sinalizou o aprofundamento do desenvolvimento capitalista brasileiro e deu ao Estado um papel decisivo na promoção do desenvolvimento. As políticas econômica, cambial, industrial e agrícola voltavam-se agora ao atendimento dos interesses desse desenvolvimento. Mas a ruptura com o passado não foi completa, pois as velhas oligarquias agromercantis foram derrotadas mas não eliminadas.

De qualquer forma, depois de 1930 foi claramente rompido o vínculo com os princípios liberais; e as relações entre a indústria e o governo se tornaram mais cordiais. Vargas adotou medidas de forte impacto econômico e social, promovendo a intervenção do Estado para estimular o desenvolvimento industrial.

Sob o Estado Novo foram criados organismos técnicos de assessoria nos quais o governo e a burguesia industrial discutiam e formulavam as estratégias econômicas. Os industriais participaram de forma intensa deles, liderados por aquele que, na época, se destacou como seu maior líder: o paulista Roberto Simonsen, que propunha a proteção à produção industrial brasileira e a liberação da importação de equipamentos e matérias primas necessárias para ela. Desde então a produção nacional cresceu e se diversificou; um de seus marcos principais foi a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda.

A modernização acentuada no período pós-1930 foi marcada também pela emergência de outro personagem decisivo no cenário político, o proletariado que, com o Partido Comunista do Brasil à frente, engrossou a luta pelo desenvolviment que impulsionou a partir de suas próprias reivindicações de classe.

Aquela política de modernização marcou a fase conhecida como “Era Vargas”, recolocando o conflito entre os dois projetos antagônicos em outro patamar. A luta pelo desenvolvimento dominou durante meio século, e entrou em crise na década de 1980, colocando o Brasil em uma encruzilhada histórica na qual emergiu a hegemonia temporária do projeto neoliberal que atualizava as velhas teses conservadoras contra o desenvolvimento industrial e pela subordinação do país aos interesses de potências estrangeiras. Essa hegemonia foi anunciada quando, em dezembro de 1994, Fernando Henrique Cardoso despediu-se do Senado para assumir a presidência da República anunciando a intenção de colocar um ponto final à Era Vargas e ao “seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista”. Os resultados funestos dessa decisão foram sentidos pelos brasileiros durante os oito anos de domínio do tucanato, sob FHC, com sua política de privatizações; desmantelamento do Estado; submissão aos Estados Unidos e às agências econômicas do imperialismo, como o FMI; ataques aos direitos sociais dos trabalhadores e aos direitos políticos dos brasileiros.

Aquele foi o “projeto nacional” dos tucanos, que começou a ser desmontado desde 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a presidência da República, acelerando-se no segundo mandato, em 2007. Esta escolha pelo desenvolvimento precisa ser reafirmada e aprofundada no novo período presidencial que começa em 2011.

Altamiro Borges: os ratos abandonam a canoa de Serra

Os ratos abandonam a canoa de Serra

por Altamiro Borges, em seu blog

Não é só o DEM, traído pela indicação atabalhoada do tucano Álvaro Dias para vice, que ameaça abandonar a campanha de José Serra, tirando-lhe preciosos minutos da propaganda eleitoral de rádio e TV. A recente pesquisa do Ibope, que confirmou a liderança de Dilma Rousseff, já está causando outras cenas que lembram os ratos fugindo do navio a deriva. O clima no ninho tucano é de desânimo e descontentamento com os rumos da campanha da oposição de direita.

Os jornalões conservadores noticiaram, sem maior alarde, algumas cenas curiosas neste final de semana. Em Minas Gerais, José Serra só foi citado uma única vez nos discursos de Aécio Neves e Antonio Anastasia, candidatos tucanos ao Senado e ao governo estadual. Já no Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius não mencionou o seu nome em quase meia hora de discurso. Questionada, disse que “foi um lapso”. Outro tucano de alta plumagem, Tasso Jereissati também se esqueceu de citar José Serra no seu discurso de 23 minutos na convenção tucana do Ceará.

Os ausentes no “velório”

Já o serviçal PPS, segundo uma notinha do jornal O Globo, “desistiu do alinhamento automático ao PSDB e ao DEM. Essa era a vontade de seu presidente, Roberto Freire. Mas foram liberadas as alianças com os partidos governistas. O partido concluiu que isso comprometia a reeleição de oito de seus 23 deputados federais”. Em vários estados, candidatos da oposição de direita devem confeccionar materiais de campanha sem citar o nome e o número do presidenciável do PSDB.

Diante da popularidade recorde do presidente Lula e do robusto crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas, parece que alguns tucanos, demos e outras tranqueiras resolveram se distanciar do contagioso José Serra. “É sempre bom lembrar que ninguém é obrigado a acompanhar velório”, resume o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.

Por que mudar se o país encontrou o seu caminho?

 Uma questão que a mídia demotucana tentou esconder até o presente momento: o povo quer a continuidade do governo Lula. E a Dilma é continuidade e Serra oposição ao modelo de desenvolvimento que está dando certo. Por que mudar se o país encontrou o caminho?.

Cena política deixa Serra sem lugar de novo



O homem errado na situação errada. É assim que o professor Marcus Figueiredo, do Instituto Universitário de Pesquisa e Pós-graduação do Rio de Janeiro (Iupperj), ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), analisa o desafio enfrentado pelo candidato do PSDB, José Serra, na corrida pela presidência da República. "O jogo político colocou-o fora de lugar duas vezes. Esse é o principal problema dos tucanos", analisou Figueiredo.

De acordo com ele, em 2002, a população queria uma mudança, tanto que o tucano embalou sua campanha com o jingle "A mudança é azul". Mas como foi ministro da Saúde do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estava ligado demais a um governo com pouco apoio da população - em pesquisa do Datafolha, em outubro de 2002, apenas 26% dos entrevistados consideravam o governo de FHC "ótimo ou bom" e 32% o consideravam "ruim ou péssimo".

Hoje, o momento é outro, aponta Figueiredo, e os brasileiros dão sinais de que querem continuidade. Em consulta feita pelo Ibope neste mês, além da candidata do PT, Dilma Rousseff, aparecer na frente com quase seis pontos percentuais de vantagem (Dilma teria 38,2% das intenções contra 32,3% de Serra), Lula tem índice recorde de popularidade - cerca de 75% das pessoas consultadas consideram o governo "bom ou ótimo" e apenas 3% avaliam como "ruim ou péssimo".

Com base aos números, Figueiredo lança a questão: "O que Serra vai fazer? Vai dar continuidade ao governo Lula? Porque se ele falar em mudança, ele vai quebrar a cara. Agora, o que se pensa é 'como é que ele vai dar continuidade se ele é da oposição?'"

Para tornar a situação ainda mais difícil, Marcus Figueiredo avalia a possível entrada do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) como vice na chapa de Serra como "um desastre" que, eleitoralmente, não acrescenta nada. "Ele não vai ficar nem melhor nem pior no Paraná por causa do vice", afirma o pesquisador. "Ele já teve boa votação no Sul em 2002, e o Alckmin teve excelente votação no corredor agrícola que vai desde São Paulo até Rondônia, mas isso não é suficiente para encarar o resto do País. Vai ficar uma chapa São Paulo-Sul contra o resto do Brasil".

Os eleitores perdidos em 2002

Mais forte nas regiões Sul e Sudeste, o maior desafio de Serra é recuperar um eleitor que já foi fiel ao PSDB, mas, a partir de 2002, foi sendo gradualmente conquistado pelo presidente Lula e garantiu a reeleição do presidente em 2006: o eleitorado de baixíssima renda, que ganha até dois salários mínimos. A mudança de posição dessa camada é o que o cientista político André Singer, autor do artigo "Razões sociais e ideológicas do Lulismo" de novembro do ano passado, considera um "realinhamento do eleitorado" a partir de 2006.

A hipótese do pesquisador para explicar o fenômeno é que Lula conquistou esse eleitor durante o primeiro mandato, mesclando políticas sociais direcionadas, entre as quais o programa Bolsa Família, e a manutenção da política econômica. "Essa é a minha hipótese e estou apostando que essa mudança veio para ficar", afirmou o pesquisador.

Singer aponta para uma pesquisa Ibope de outubro de 2006 - pouco antes da reeleição, portanto - na qual as intenções de voto no presidente Lula eram maioria no universo de eleitores que tem renda mensal inferior a dois salários mínimos e entre os que ganham de dois a cinco salários, enquanto o candidato tucano, Geraldo Alckmin, tinha preferência entre os brasileiros que recebem mais de cinco mínimos. A desvantagem para o PSDB é que a população mais pobre reúne cerca de 49% dos eleitores brasileiros.

Sustentada especialmente pela camada da população que sobrevive com uma remuneração inferior a dois salários, a vitória de Lula foi inédita. Desde a primeira tentativa de conquistar o Palácio do Planalto em 1989, essa foi a primeira vez que o petista conseguiu a maioria dos votos nesse universo. "O Lula começou a ter esse eleitor já em 2002, porque é difícil atingir a maioria sem ter certa penetração nessa camada; ela é muito grande. O que acontece é que, em 2006, essas pessoas se tornam a base da vitória", explicou Singer.

Talvez ainda seja cedo para afirmar que o fenômeno do "voto de classe" de 2006 irá se repetir em 2010, mas tanto Marcus Figueiredo como André Singer veem dificuldades para os tucanos recuperarem a maioria entre as classes menos favorecidas da população, e apontam como motivos a crise cambial e a desvalorização do real em 1999.

Para Singer, o PSDB não foi capaz de transformar a adesão do eleitorado da reeleição do FHC em lealdade política e, agora, Serra tenta se aproximar dessas pessoas ao criticar a política de segurança do atual governo. "Com a questão da segurança, ele faz uma tentativa de falar com os eleitores de baixa renda das metrópoles, mas não resolve o caso do interior do nordeste", afirma o estudioso. "Pode ser que em Salvador ou Recife tenha algum eco. Mas acho que emprego, renda e abertura de novas oportunidades vão falar mais alto".

Marcus Figueiredo acredita que a desvalorização do real, logo após a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, decepcionou os eleitores. "O FHC tinha acabado de sair de uma campanha prometendo estabilidade, aí veio a crise e pegou o Banco Central e deu aquela confusão", relembra ele. "A aprovação do governo que antes era de 40% foi para 20% e nunca mais se recuperou. O Serra terminou o segundo turno da eleição de 2002 com 38%, e acho que esse é o tamanho do eleitorado conservador, é o que ele tinha e mantém", diz o pesquisador.

Falta discutir o projeto
Outro problema apontado por Figueiredo na campanha tucana à presidência é a posição agressiva. Para o professor, Serra, no lançamento da candidatura, acabou engrossando um discurso neoudenista, semelhante ao da antiga UDN na oposição ao varguismo. "Eles estão fazendo uma campanha 'moralesca' porque ficam dizendo que o PT é o diabo e eles são santos". Figueiredo concluiu dizendo que o PSDB ainda precisa expor qual é o seu projeto para o País. "Não tem político santo e não se trata de uma questão de deixar para lá (questões como as denúncias de corrupção), mas é que até agora não sabemos qual é o projeto dos tucanos para o Brasil", aponta. "O projeto Lula a gente sabe, porque está acontecendo".

O pesquisador do Iupperj, no entanto, lamenta a situação de Serra. "Ele é um extraordinário político da história do Brasil, isso é uma pena. Mas ele fica refém da hegemonia conservadora do PSDB. Ainda mais, sendo obrigado a fazer aliança com o DEM." Para Figueiredo, o partido teria mais chance com Aécio Neves na disputa da presidência. "Se o Aécio fosse candidato, a conversa seria totalmente diferente porque você teria uma extraordinária novidade. Quando você entra com um personagem novo, não responsável por aquele passado, não tem como relacionar e dizer que vai fazer aquilo que o FHC fez." No Terra

Dilma é a entrevistada de hoje no Roda Viva

São Paulo - SP por dilmarousseff.
São Paulo – SP.Dilma assiste ao jogo do Brasil contra o Chile, junto com Antonio Palocci e Clara Ant- Foto: Roberto Stuckert Filho.

A candidata à presidência pelo PT concede entrevista ao programa nesta segunda-feira (28/6), na TV Cultura.
A bancada de entrevistadores será formada por Merval Pereira (membro do conselho editorial das organizações Globo, colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN e do canal Globo News), Luiz Fernando Rila (editor executivo e coordenador da cobertura eleitoral do Grupo Estado), Sérgio Dávila (editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo) e Vera Brandimarte (diretora de redação do jornal Valor Econômico).

domingo, 27 de junho de 2010

Dilma pode vencer no primeiro turno?

Meus caros eu sempre acreditei que Dilma possa vencer estas eleições no primeiro turno pelos motivos que todosa aqui conhecm: o povo quer a continuidade do governo Lula, o povo quer a continuidade das políticas públicas que melhoraram as suas vidas. 

A mídia jamais escreveu para estas argumentações, ao contrário, sempre apostou no cavalo paraguai do Serra. 
E isso de certa vez ajudou na estratégia do Lula quando apostou em Dilma a continuidade de seu governo. E o Lula, até o presente momento, está ganhando de goleada, com suas articulações, com seus discursos e sua inteligência para o jogo político. 

Vamos ao texto abaixo de Marcos Coimbra.


por Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, publicado no jornal Correio Braziliense:

Saiu uma nova pesquisa nacional do Ibope, que confirma as que foram feitas recentemente pela Vox Populi e pela Sensus. Os dois institutos já antecipavam o que agora indica o Ibope, talvez por utilizarem amostras mais sensíveis.

Nessa pesquisa, a vantagem de Dilma sobre Serra – ela com 40% das intenções de voto, ele com 35% – é ainda pequena, perto da margem de erro de dois pontos percentuais, se raciocinarmos com o pior cenário para a candidata do PT (no qual ela teria 38%) e o melhor para o do PSDB (em que ele ficaria com 37%). Como essa conjugação é pouco provável, o mais certo é afirmar que ela assume a dianteira, mas sem se distanciar do adversário.

Se fosse só isso, caberia apenas dizer que a pesquisa é boa para Dilma. Na verdade, porém, ela é melhor do que parece à primeira vista, o que permite dizer que é muito favorável à petista.

De um lado, ela mostra que Dilma continua a crescer tirando votos de Serra, em um processo análogo ao que a matemática chama "jogo de soma-zero". Nele, o ganho de um é idêntico ao prejuízo do outro, o que produz um saldo sempre nulo: mais cinco menos cinco é igual a zero.

Na política, isso acontece quando só existem dois candidatos de direito (por exemplo, no segundo turno) ou de fato (como está ocorrendo agora, quando perto de 80% dos eleitores ficam entre Dilma e Serra). Somente 20% ainda não sabem o que farão ou pensam fazer diferente: votar em outros nomes, anular ou deixar em branco.

Como quase não há alterações nos nulos e brancos e Marina não se mexe, permanecendo estacionada nas pesquisas de todos os institutos há algum tempo, as únicas mudanças se dão entre as pessoas que saem de Serra e vão para Dilma (ou vice-versa, mas em proporção muito menor).

Quanto à pequena indecisão residual no voto estimulado, ela decorre da dificuldade que as campanhas têm de atingir algumas faixas do eleitorado refratárias à comunicação política, formadas por eleitores que podem, em muitos casos, continuar tão indecisos até o final que sequer comparecerão para votar.

Para Dilma, o bom, nesse processo, é que, a cada deslocamento de eleitores de Serra para ela, os números dobram. Por exemplo: se Serra perder outros três pontos e ela os receber, a distância entre os dois subirá seis pontos.

Se, então, estiver em curso (como parece) essa tendência, a perspectiva de vitória da candidata do PT no primeiro turno se torna concreta, mesmo imaginando que Marina não mingue e até cresça um pouco. Quanto aos nanicos, alguns respeitáveis, tudo indica que a possibilidade de crescimento é remota.

Ducha de água fria

A segunda razão da nova pesquisa do Ibope ser tão favorável a Dilma é o período de realização. Seu campo foi iniciado no dia seguinte à veiculação do programa do PSDB em rede nacional e prosseguiu enquanto estavam no ar suas inserções, logo após a propaganda do DEM e do PPS, igualmente dedicadas a Serra.

O fato de toda essa mídia não ter conseguido, ao que parece, provocar o aumento de suas intenções de voto, era previsível, mas veio como ducha de água fria naqueles que torciam para que melhorassem.

Não havia, no entanto, maiores motivos para imaginar que Serra iria crescer. Como acontecera no fim de 2009 em situação semelhante (quando ele coestrelou com Aécio a propaganda tucana, sem subir), voltamos a ver que seu nível de conhecimento é tão elevado que ele não ganha quando seu tempo de televisão aumenta.

Em linguagem publicitária: sua imagem parece ter atingido o ponto de saturação, a partir do qual novos investimentos em propaganda apresentam retorno decrescente ou, quem sabe, negativo (quando há risco de perda de imagem com mais exposição).

Na interpretação amiga de quem deseja que ele vença, houve quem dissesse que foi a Copa do Mundo que o prejudicou, como se o interesse por ela fizesse com que a opinião pública ficasse indiferente à comunicação política enquanto a bola rola. A tese seria admissível se não fosse contrariada por tudo o que conhecemos de eleições passadas, como a de 2002, quando Ciro Gomes cresceu mais de 15 pontos em plena Copa, impulsionado pela propaganda partidária que, desta feita, não ajudou Serra.

Com a perspectiva de encerramento da fase de pré-campanha com Dilma em clara dianteira, a eleição pode se encaminhar para uma definição antecipada: talvez comecemos a etapa final, da propaganda na televisão e no rádio, com a eleição resolvida na cabeça da maioria dos eleitores. Para que isso se confirme, falta pouco.

Lula: Estou convencido de que o Brasil vai voltar em breve a figurar entre os líderes mundiais na construção de navios.

A indústria naval renasce das cinzas
Autor(es): Luiz Inácio Lula da Silva
Correio Braziliense - 27/06/2010

Presidente da República Federativa do Brasil

A indústria naval brasileira chegou a ser a segunda maior do mundo, empregando, em 1979, 39 mil trabalhadores.

Na época, apenas o Japão nos superava.

Nas décadas seguintes, quando os navios e plataformas de exploração passaram a ser importados, o setor começou a definhar até quase virar pó, com o número de empregados caindo para 1.900 no ano de 2000. Hoje, no entanto, a indústria naval está renascendo das cinzas. O setor já superou em muito o número de empregados da época áurea, empregando atualmente 46.500 trabalhadores e podendo chegar, segundo cálculos do Sindicato da Indústria Naval, a 50 mil até o fim deste ano.

A reviravolta fantástica está sendo proporcionada sobretudo pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), um dos principais projetos do PAC. As encomendas do Promef somam 49 navios de grande porte, dos quais 46 já foram licitados e 38 já estão com os contratos assinados. As premissas do Promef, que resultaram num grande impulso à nossa indústria, são de que os navios devem ser construídos no Brasil e com índice de nacionalização de 65% na primeira fase e de 70% na segunda, além da exigência de que sejam competitivos internacionalmente.

Declaração da Corrente O TRABALHO do PT

 Declaração da Corrente O TRABALHO do PT
 
Ouvir o que disseram as plenárias de militantes                 
Não a Cid Gomes, inimigo da educação: candidatura própria para garantir as reivindicações e o palanque de Dilma e de Pimentel

Companheiros (as),
O Encontro Estadual do PT definirá nossas  candidaturas. O PT do Ceará segue submetido à chantagem de Cid Gomes e de sua oligarquia que querem impedir a candidatura petista ao senado, para apoiar, pro baixo dos panos, Tasso Jereissati (PSDB) para senador.
                Esta semana, mesmo com a ruptura do PSDB com a coalizão do atual governo, o clã Ferreira Gomes voltou a “botar a faca nos peitos” do PT.  Ciro Gomes declarou ( O Povo, 19.0.20100: “o PT do Lula é uma coisa, o PT do mensalão é outro, tem ainda o PT do Guimarães e da Luizianne”. Um desrespeito inaceitável.
O PT do Lula é uma coisa, o PT do mensalão é outro” (Ciro Gomes)
Por essa e por outras, quando puderam falar, os militantes disseram que querem o PT com candidato próprio a governador. Foi essa a voz que se repetiu nas diferentes plenárias (Fortaleza, Limoeiro, Quixadá, Juazeiro). A palavra dos petista deve ser ouvida e respeitada pois eles sabem que o povo precisa de um candidato que  cumpra a Lei do Piso do magistério, negada e atacada por Cid Gomes; que lute contra a fumegação aérea na região do Vale do Jaguaribe e pela esclarecimento do assassinato de Zé Maria do Tomé, morto pelo agronegócio; que lute por mais verbas para a saúde e educação e que se comprometa com a reforma agrária ao lado do MST.
                Os petistas querem um candidato diferente do governo Cid Gomes, integrado pelos tucanos e que prefere fazer um superávit selvagem de 18% do orçamento em detrimento do serviço público.
                Por isso, o Encontro Estadual deve afirmar a soberania do PT e definir o candidato próprio a governador. As decisões do PT devem sair de nosso Encontro e não do Palácio Iracema.
NÃO REPETIR O MARANHÃO: CANDIDATOS DO PT A GOVERNADOR E A SENADOR
O preço da eleição de Dilma não pode ser o de amputar as bancada do PT nem o de anular o partido frente às oligarquias locais. O “estupro” político do PT do Maranhão, obrigado a apoiar a oligarquia reacionária de Sarney, não pode ser a regra nesse partido.
Trata-se de uma luta estadual e nacional por uma plataforma que avance nas mudanças que ainda não ocorreram nesses 7 anos do governo Lula. Por isso, é preciso reafirmar como inegociável a candidatura do companheiro Pimentel ao Senado, única voz dos trabalhadores na disputa, de vez que todos os outros candidatos (Tasso, PSDB e Eunício, PMDB) representam os interesses do grande patronato e do latifúndio.  É  preciso oferecer aos trabalhadores cearenses uma alternativa independente que se comprometa com:
  • Implantar o Piso Nacional dos Professores e, no estado, defenda o Plano de Carreira dos educadores, o que exige a retirada da ADI  de Cid Gomes contra o Piso;
  • Retomar o monopólio estatal do petróleo para a Petrobrás, conforme o projeto da Federação Única dos Petroleiros (FUP), CUT e movimentos sociais;
  • Adotar a jornada de 40 horas sem redução de salários; pelo fim do fator previdenciário;
  • Reestatizar a Vale, Embraer, CSN e Usiminas; revogação lei das Organizações Sociais;
·         Acabar o superávit primário; revogar a Lei 9.637 das OS’s. Centralizar o câmbio;
·         Prestar solidariedade ao Haiti com médicos, engenheiros e técnicos, com a retirada das tropas.
  • Pôr fim ao superávit  primário para pagar a dívida;
  • Fazer  a reforma agrária, com a atualização do índice de produtividade, a limitação da propriedade rural e medidas de fortalecimento do INCRA;
  • Defender o parque fabril nacional e os empregos. Assim como foi feito com os calçados, taxar as importações.

Você está convidado a fazer livremente esta discussão, na reunião do Fórum Diálogo Petista Ceará, neste dia 30 de junho, 18h 30min, na Sede Estadual do PT.

Por uma candidatura do PT a Governador!
Fortalecer a candidatura de Pimentel ao Senado!


Corrente O TRABALHO do PT

A seleção brasileira depende de Kaká.



A montagem acima sobre parte do filme "Um dia de fúria" é muito reveladora. O que revela então? Que a mídia, ou parte dela, tem interesses maiores do que apenas torcer. Estamos falando de milhões para cobertura da Copa do Mundo com patrocinadores e tudo mais.

Nâo morro de amores por Dunga e nem tão pouco pela direção da CBF que mantém os brasileiros escravos aos ditames da Rede Globo no futubol brasileiro. 

Como já escrevi aqui em post anterior eu acredito que o Brasil seja campeão, mas com algumas questões a pensar tais como:
A seleção brasileira é dependente de Kaká e não tem reservas à altura dos titulares. Podemos colocar que os reservas não têm competência para assumir a vaga dos titulares com exceções de Daniel Alves e talvez Ramires. 

Neste embate entre Dunga, mídia e jornalistas perderam a seleção brasileira e os torcedores brasileiros pela expectativa quase de sucesso na Africa do Sul. 

O jogo contra Portugal demonstrou que temos reservas mediocres e sem competência para vestir a camisa verde e amarela? 

O que fez Dunga convocar Kleberson, e  Grafite, por exemplo? A rusga entre ele e esta mídia que defende os seus patrocinadores? 

Eu jamais vi o Ronaldinho fazer uma apresentaçaõ convincente na seleção brasileira, mesmo com o gol na vitória contra Inglaterra, o mesmo foi espulso. 

Ronaldinho é o tipo de jogador que só joga no clube, como muitos já passaram pela seleção. No entanto. era o único que poderia substituir o Kaká. Certamente Ronaldinho fez falta e fará falta caso o Kaká possa não jogar em alguma partida das finais. 

E falta juventude nesta seleção, pelo menos para sentir o espírito do que é uma Copa do Mundo. A CBF está pensando em estruturas para a Copa, mas esqueceu de pensar nos jogadores de 2014.
Poderíamos ter pelo menos três ou quatro jogadores nesta copa que estarão certamente em 2014. Vamos lembrar que não participaremos das eliminatórias e tão pouco teremos tempo suficiente para reunir os jogadores e prepará-los melhor para os jogos de 2014. 

O Brasil poderá sair perdedor não só de 2010, mas sair principalmente com atraso de preparação para 2014. 
Vamos lembrar que teremos, talvez, uma das equipes mais técnicas que este país já teve e que prenuncia com os seguintes jogadores: Pato, Ganso, Neymar e tantos outros. 

Por fim, o que de bom e positivo nesta quebra de braço entre Dunga e Rede Globo é a possibilidade e oportunidade do povo brasileiro em perceber que o futebol brasileiro é escravo de uma única emissora. Aqui os brasileiros são obrigados a assitirem jogos depois da programação desta emissora. 

Ou se rasga de vez esta dependência do futubol brasileiro com a Rede Globo, ou estaremos condenados a fracassos. 
E o futebol brasileiro poderia ser lindo, além de ser um grande paixao dos brasileiros. Enquanto os interesses de uma emissora estiverem maiores do que a própria seleção brasileira teremos um futebol triste. 

Certamente, o que interessa à Rede Globo é um técnico tipo bundão como foi o Parreira e que está provado que nunca foi e nunca será um técnico de seleção.

Para a Rede Globo, o que interessa é um técnico do tipo Zagalo, Parreira, talvez Luxemburgo e muitos outros, que  possa permitir fazer da concentração brasileira uma espécie de BBB,  com repórteres acordando jogadores de madrugada para fazer entrevistas ou até manipular palavras de agrado. 

O que é triste é ver toda esta encenação. A depender de craques que este país já produziu poderíamos ,ao final desta copa, comemorar o oitavo título da seleção brasileira, mas pelo visto, poderemos estar lutando pelo sexto ainda em 2014, se Kaká não jogar o suficiente para armar as jogadas de contra-ataque. 

Por quê? Porque o jogo contra Portugual mostrou todas as nossas deficiências: naõ temos banco de reserva, temos apenas um único jogador de criação. 

E para piorar, não preparamos nenhum jogador para 2014. 
 
A despeito desta análise, ainda aposto, mantendo a equipe titular em todos jogos finais, que o Brasil será campeão. 

A seleção brasileira depende de Kaká. 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dilma cresce junto ao eleitorado feminino, mostra Ibope

 Blog Vermelho

Faltando menos de quatro meses para ir às urnas, as eleitoras se mostram cada vez mais dispostas a votar em Dilma Rousseff (PT) para presidente. O detalhamento da pesquisa Ibope divulgado hoje revela que Dilma e o candidato do PSDB, José Serra, estão empatados com 37% das intenções de voto do eleitorado feminino. O último levantamento do Ibope, realizado em março, mostrava Dilma com 29% das intenções de voto entre as mulheres, contra 40% do tucano.

Em outro levantamento, do instituto Vox Populi, realizado há um mês, a petista está bem colocada no voto masculino, com 41%, mas patinava entre as mulheres, grupo em que 33% declararam apoio à candidata.

Para reverter a situação, a convenção eleitoral do PT que oficializou a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República, no último dia 13 de junho, já vinha focando no eleitorado feminino. Com olhos e discursos postados sobre este público, o evento indicou o que deve ser a tônica da campanha para renovar a estadia no Palácio do Planalto por mais quatro anos. Para tentar avançar sobre o eleitorado feminino, que, segundo as estatísticas de então, pendia para o lado de José Serra, o marketing petista investiu em aproximar a candidata à imagem de personalidades que marcaram época, como Anita Garibaldi e Patrícia Galvão, a Pagú. Os discursos proferidos por Dilma e Lula também se concentraram nas mulheres. Maria da Penha, símbolo do combate à violência doméstica, foi a única pessoa de fora do meio político a participar da mesa principal. A convenção reuniu cerca de 2,5 mil pessoas.

O foco no público feminino provocou até uma mudança sutil na identidade da legenda. Comandada pelo marqueteiro João Santana, a estratégia vem inserindo, aos poucos, a cor lilás em bandeiras, antes norteada pelo vermelho tradicional. As imagens da convenção, gravadas para serem exibidas em propaganda partidárias, incluíram até a presença de diversas meninas, vestidas com réplicas da faixa presidencial.

O discurso proferido por Dilma na convenção também foi permeado por símbolos femininos. “Sei que esta festa não é para homenagear uma candidata. Aqui se celebra, em primeiro lugar, a mulher brasileira!”, anunciou. Ao citar exemplos dos progressos na distribuição de renda durante a gestão de Lula, em comparação com governos anteriores, a candidata recorreu a linguagens próximas do imaginário feminino. “Sempre diziam que tinha de melhorar a casa primeiro para depois melhorar a situação. Falavam, falavam e nunca melhoravam. É impossível arrumar a casa deixando dois terços dos filhos à margem, ao relento”, apontou. O discurso ficou quatro dias em gestação e teve pinceladas de assessores diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como Franklin Martins e Marco Aurélio Garcia, além dos coordenadores de campanha, Antônio Palocci e Fernando Pimentel, e de João Santana.

Versos do jingle de campanha, repetido à exaustão, também levavam o debate de campanha para o campo do gênero: “É a mulher e sua força verdadeira. Eu tô com Dilma, uma grande brasileira”.

Nos dois dias antecedentes à oficialização da candidatura, 300 mulheres do PT participaram de uma plenária, em Brasília, que discutiu as melhores estratégias para derrubar a resistência do eleitorado feminino. Treze pontos genéricos foram discutidos na plenária, entre eles ampliar a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão.

“Em cada estado, devemos mobilizar as mulheres dentro e fora do partido. O objetivo é fortalecer o nome de Dilma”, afirmou Socorro Pimentel, 55 anos, que veio da Paraíba para participar da plenária de mulheres e para reforçar o time feminino na convenção nacional do PT.

Filiada ao PT do Pará, Adelaide Brasileiro, 61, reclamava do machismo dentro do partido. “Muitas mulheres se candidatam apenas para cumprir a cota de 30% instituída no partido. Essas mulheres acabam fazendo campanha para os companheiros homens.” A militante acredita que a candidatura de Dilma vai quebrar resistências na legenda. “Ela vai inverter essa lógica.”

Da redação,
com agências

domingo, 20 de junho de 2010

CARTA MAIOR: A PAUTA DO DESESPERO

Vendas de caminhões crescem 90% até maio; projeções do BNDES para  investimentos já ultrapassam previsões pré-crise; vendas de cimento crescem 18% no ano; 9 fábricas cimento estão sendo construídas pela Votorantim para atender as obras do PAC e do setor habitacional; 39 shoppings centers estão em construção no país; 93% das categorias pesquisadas pelo Dieese tiveram aumento real de salário no ano passado... É sob esse arcabouço que deve ser analisada a desesperada tentativa da Folha de SP de dar vida a um natimorto enredo de arapongas & dossiês para atingir a candidatura Dilma Rousseff.  A Folha, como se sabe,  é aquele veículo que falsificou uma ficha policial contra a então ministra Dilma Rousseff em manipulação rudimentar de cola & xerox  atestada por peritos da Unicamp. A pauta de dossiês & arapongas inclui-se nessa receita de remendos grosseiros adotada por uma redação que já não pode cobrir fatos políticos relevantes sem cometer um harakiri editorial.  Silenciam os jornalistas da família Frias diante da acelerada voçoroca  que corrói o chão da candidatura Serra, minada por disputas terminais para escolha do vice, que DEMOS reivindicam como condição para se manter na aliança, bem como diante da sangria desatada em Minas, o 2º colégio eleitoral do país, onde florescem diferentes modalidades de voto anti-serra (Dilmasia; Pimentésio...) , sem esquecer o derretimento do demotucano no 3º colégio eleitoral,o Rio, onde o namoro de Serra com o PV virou novela de traições & rupturas.  O desespero da Folha é o mesmo que inspirou o script constrangedor da propaganda eleitoral antecipada do PSDB, no horário gratuito na última 5º feira. Aspas para um trecho síntese da narrativa ‘popular adotada pelo programa: ‘...Zé Serra é um sujeito simples, de bem com a vida, de bem com seu povo...' Em seguida, numa cena de rua, o próprio Serra confirma: "Como tudo com pão'. 

ZÉ MARIA DO TOMÉ: SUA LUTA PERMANECE VIVA, SUA VOZ SE MULTIPLICA E CLAMA POR JUSTIÇA!


ZÉ MARIA DO TOMÉ: SUA LUTA PERMANECE VIVA, SUA VOZ SE MULTIPLICA E CLAMA POR JUSTIÇA!
Aos dois meses da morte de José Maria Filho, o Zé Maria do Tomé _ como  era carinhosamente conhecido e reconhecido como um dos mais valorosos líderes comunitários deste município _ vimos reafirmar junto a toda a população limoeirense e jaguaribana, a presença viva de seu maior legado: o combate à depredação ambiental, ao uso abusivo de agrotóxicos e à exploração imposta pelas empresas do Agronegócio aos trabalhadores e trabalhadoras na Chapada do Apodí.
A violência contra os lutadores do campo, como o companheiro Zé Maria não é um caso isolado, mas, é característico de um modelo capitalista agropecuário implantado no Brasil na ditadura militar e que ganha impulso na década de 70 com a “modernização do campo”, trazendo como conseqüências imediatas: o processo de profunda precarização das relações de trabalho, migração da pobreza do campo para a cidade e fortalecimento do latifúndio. Com isso, cresce a violência dos grandes proprietários de terra, tendo sua impunidade assegurada por poderosos grupos econômicos e pela conivência de governos como o de FHC e o de Lula, nos quais ocorreram os maiores índices de assassinatos no campo. É lamentável constatar que o governo Lula continue priorizando o agronegócio em detrimento dos pequenos agricultores, abandonados à própria sorte, ou reféns de impagáveis empréstimos bancários com juros altíssimos, enquanto aos agro-empresários são concedidos, de muito bom grado, altos incentivos fiscais e isenções de água, luz, impostos etc, somente para gerar subempregos sob o pretexto de um “desenvolvimento indispensável”, cujo preço tem sido o adoecimento e a morte de pessoas.
O brutal assassinato do companheiro Zé Maria em 21 de abril de 2010,  reacendeu com força a discussão e a denúncia das graves sequelas sociais e ambientais causadas pelas empresas multinacionais de fruticultura em nossa região, que culminou numa histórica audiência da Câmara Municipal de Limoeiro, dia 12 de maio, quando o auditório da FAFIDAM já não tinha lugar para acomodar o número de pessoas e organizações sociais e  representantes de órgãos do governo e das próprias empresas que construíram um caloroso debate com 6 horas de duração,  tendo como eixo a discussão do não sancionamento pelo prefeitura de Limoeiro da emenda do vereador Heraldo Holanda à lei municipal sobre agrotóxicos, que proibe a pulverização aérea, já aprovada por aquela casa em período anterior.  A referida audiência somente reafirmou de forma categórica o que a realidade já nos mostra a todo momento e, somente os árduos defensores e beneficiários do agronegócio, sob a alegativa de proporcionar "emprego e desenvolvimento” não querem admitir: a de que existe uma situação ecologicamente insustentável  e humanamente perversa gerada por este modelo de produção que, além de fazer uso abusivo de venenos, vem se utilizando dessa que é uma das formas mais expostas de aplicação do veneno: a pulverização aérea.
           Porém, a despeito de toda uma realidade fundamentada em dados científicos alarmantes apresentados pela Dra. Raquel Rigotto, coordenadora do Núcleo TRAMAS da UFC, a partir de estudos criteriosos e do resultado positivo de n amostras coletadas durante os dois anos de pesquisas na região da Chapada, aliadas á declarações expressas de representantes da justiça e de órgãos governamentais (como SEMACE e IBAMA) acerca da falta de um controle básico, sequer a nível de fiscalização em torno da utilização dos agrotóxicos, os vereadores de Limoeiro, em sessão ordinária do dia 20 de maio, vergonhosamente desaprovaram a emenda de lei por eles próprios criada, por maioria de votos, garantindo assim, a continuidade da malfadada pulverização aérea sobre a cabeça da população, cuja saúde já parece bastante comprometida, inclusive, com estudos associando esta problemática  à proliferação de casos de câncer na região.
E diante de todos esses fatos, surgem perguntas que não querem calar: A quem interessa a desaprovação dessa emenda/lei que proíbe a pulverização aérea, que visa unicamente preservar um pouco mais a população dos riscos de contaminação por agrotóxicos? Com essa atitude, estes legisladores demonstram claramente que estão de que lado, afinal? Do lado do povo que deveriam representar ou do lado dos grandes agroempresários das multinacionais em nossa região? O que justifica esta Casa perder a chance de dar um exemplo nacional, criando uma lei municipal que garanta proteger o nosso ecossistema e a população que nele vive?
Para além da indignação, conclamamos pois, toda a comunidade, os movimentos sociais e organizações comprometidas com a defesa da vida e da justiça a se mobilizarem para exigir que seja dada uma resposta política e jurídica a altura de todas essas questões levantadas, que dê conta desse conjunto de fatos aberrantes que têm assolado nossa realidade nos últimos anos. E aqui deixamos mais algumas reflexões: Será que vale a pena o preço que estamos pagando para manter este suposto desenvolvimento? E por que o governo federal não redireciona para os pequenos, os milhões que tem destinado religiosamente ao agronegócio? Por que o estado não cria uma alternativa de empregos para os nossos jovens que, sem perspectivas, submetem-se a trabalhar nessas empresas, em condições tão adversas, expondo-se a toda sorte de contaminação? É esse o futuro (ou o presente) que queremos para os nossos filhos/as? Acreditamos que NÂO!
Assim, queremos reafirmar que a morte do companheiro Zé Maria do Tomé não foi em vão, e que, mesmo que se passem dias, meses, anos, sua luta será levada adiante por aqueles que, como ele, acreditam na vida acima do lucro. A luta continua!
- POR UM NOVO MODELO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA : PELO FIM DA MONOCULTURA PARA EXPORTAÇÃO E DOS TRANSGÊNICOS!
-   ABAIXO OS AGROTÓXICOS (VENENOS) E PELA MANUTENÇÃO DA LEI ZÉ MARIA DO TOMÉ QUE PROIBE A PULVERIZAÇÃO AÉREA!
-   EM DEFESA DA ÁGUA: ÁGUA É VIDA E NÃO MERCADORIA!
- PELA IMEDIATA DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DO INQUÉRITO DO ASSASSINATO DE ZÉ MARIA DO TOMÉ; QUE OS CULPADOS SEJAM PUNIDOS!
ZÉ MARIA: PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!

Assinam: MOVIMENTO ESTUDANTIL DA FAFIDAM / ANEL, CONLUTAS VALE DO JAGUARIBE, SINTSEM, SINTSEMQ...
(Aberto a assinaturas por entidades e /ou apoiadores)

domingo, 6 de junho de 2010

Carta Maior: o dossiê do simulacro de imprensa


O dossiê do simulacro de imprensa

A direita não se deu sequer ao trabalho de atualizar métodos. A “venezuelização” do monopólio global já lançou sua palavra de ordem: a eleição não será televisionada. Este é o mote que assusta.
Pena que a ficção tenha durado tão pouco. Mas a trama era tão frágil que foi desconstruída com um simples artigo de Luiz Nassif. Trabalhando com a lógica dos fatos, o blogueiro mostrou que o anunciado “novo escorregão petista" era, na verdade, um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Uma obra tão reveladora dos bastidores tucanos que, antes mesmo de existir editorialmente, já virou leitura obrigatória

Quem acompanha a história da imprensa brasileira sabe de suas conexões com interesses dominantes na sociedade fracionada. Conhece, e bem, como são editados fatos e discursos. Tem noção aguda de que a autonomia relativa de uma redação encontra seus limites nos interesses do patronato. Franklin Martins, Helena Chagas e Rodrigo Viana, demitidos em 2006, estão aí como “respaldo de provas robustas”, “evidências empíricas", sempre solicitadas pelos defensores da grande mídia corporativa quando acusados de trabalhar para partidos da direita, com doses descomunais de panfletarismo.

Confirmado: Onézimo integrou aparato de arapongagem de José Serra no Ministério da Saúde

O infiltrado

As relações do ex-delegado Onézimo das Graças Souza, fonte da revista Veja, são mais próximas de José Serra (PSDB/SP) do que se imaginava.

E fica cada vez mais claro que houve tentativa de infiltrar na campanha de Dilma, num primeiro instante. Não conseguindo, resolveram apenas produzir um encontro público que desse margem à versão da encomenda do suposto dossiê.

O fabulosa máquina de espionagem de José Serra no Ministério da Saúde

É preciso voltar ao tempo, no fim da década 90, no governo FHC, quando José Serra era ministro da Saúde, para encontrar os primórdios das relações de José Serra como o ex-delegado Onézimo.

Marcelo Itagiba, ex-chefe do Centro de Inteligência da PF, foi chamado e aceitou integrar a assessoria de José Serra no ministério da Saúde, para montar um aparato de inteligência.

Oficialmente a função seria combater fraudes. Extra-oficialmente, o que se comenta como certo, em todos os meios políticos e jornalísticos de Brasília, é que funcionou como um serviço de arapongagem aos adversários políticos.

A escolha de Itagiba não foi por acaso. Como ex-chefe do Centro de Inteligência da PF, ele tinha conhecimento dos grampos legais da PF a serviço do governo. Tinha acesso a tudo o que se conversava pelos telefones grampeados na PF, desde traições políticas, corrupção, propinas, subornos, casos extra-conjugais, estado de saúde de políticos. Até bizarrices constrangedoras, que um grampeado cometesse o deslize de falar ao telefone, estava ao alcance do Centro de Inteligência da PF.

Além disso, Itagiba fazia parte do núcleo de confiança de Serra, a quem tentou indicar como chefe da Polícia Federal. Era até casado casado com uma prima do tucano Andrea Matarazzo, muito ligado à Serra.

No aparato de espionagem a adversários, montado no Ministério da Saúde, junto com Itagiba, havia outros delegados da PF, entre eles Onézimo das Graças Souza.

Quando pipocaram denúncias de que esse dispositivo de arapongagem estava colocando a máquina pública para investigr ilegamente adversários, Serra desmontou tudo, pois o caso caminhava para virar um Watergate, com denúncias na área criminal.

Mas, ao que tudo indica a arapongagem não parou, foi apenas terceirizada. Em vez de um órgão com funcionários públicos, Serra, autorizou a contratação por R$ 1,8 milhão (dinheiro da época) da empresa carioca Fence Consultoria Empresarial, especialista em detectar escutas clandestinas.

O dono da Fence era Enio Gomes Fontenelle, um ex-coronel do Exército que por muitos anos trabalhou no extinto Serviço Nacional de Informação (SNI), órgão de investigação oficial durante a ditadura militar. Ex-chefe da área de comunicações do SNI, Fontenelle era um dos maiores especialistas em espionagem eletrônica.

O trabalho oficial da empresa era rastrear a existência de grampos ou emissores de rádio clandestinos. Mas estranhamente, Fontenelle esteve várias vezes no Ministério da Saúde, onde encontrava-se com Serra, quando ainda era ministro.

Quando houve o caso Lunus, em 2002, o PFL (que quis dar o troco e salvar a candidatura da pré-candidata), havia contratado detetives particulares para descobrir os bastidores da operação. As investigações sobre grampo ilegal na sede da Lunus haviam apontado para uma possibilidade: a empresa Interfort Sistemas de Segurança, de Brasília. Isto porque José Heitor Nunes, gerente da empresa, esteve várias vezes no Maranhão nas semanas que antecederam a invasão da Lunus.

Ex-militar do Exército, Nunes tinha trânsito nos órgãos de informação do governo. Como consultor de segurança, Nunes dava aulas para os arapongas da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Durante sua militância empresarial e militar, conheceu Itajiba e o coronel Fontenelle. Era ainda amigo do delegado Onézimo, aquele da revista Veja, que aposentou-se da PF e passou a trabalhar na empresa ControlRisk, especialista em investigações e medidas de segurança.

A Fábrica de dossiês, naquela época, atribuída à arapongagem a serviço de José Serra:

Em 2002, pipocavam denúncias de dossiês contra rivais de Serra. Alguns adversários diretos dentro do PSDB, como Paulo Renato de Souza e Tasso Jereissati. Outros rivais em outros partidos, como Lula, Roseana Sarney, Ciro Gomes, Garotinho. Outros seriam líderes partidários a quem Serra queria o apoio, como o falecido deputado José Carlos Martinez, na época presidente do PTB.

Ciro Gomes, denunciou, naquela época, a existência de uma estrutura de arapongagem, um grupo de 40 pessoas plantado em São Paulo para bisbilhotar a vida dos possíveis adversários do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Os principais alvos seriam, segundo Ciro, Lula, do PT, e Roseana Sarney, do PFL.

Anthony Garotinho, denunciou que foi procurado por um político do PSDB, a mando do deputado Márcio Fortes (PSDB-RJ, hoje pré-candidato a vice de Gabeira), que pretendia lhe passar um dossiê com denúncias contra Roseana Sarney.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (que foi vice de Ciro em 2002), também afirma ter tido acesso a um dossiê. Ele teria informações que embasariam reportagem de uma revista de circulação nacional.

O presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez, que ainda articulava uma aliança com Ciro Gomes, foi fotografado com uma amiga durante uma viagem a Miami. Uma revista de circulação nacional iria publicar a foto. Martinez procurou a direção da empresa e conseguiu evitar a publicação.

Pelas conversas, esses dossiês foram usados nos bastidores, para afastar candidatos de disputarem com Serra. Um deles não funcionou nos bastidores. Resultou na espalhafatosa operação Lunus, diante da ameaça de Serra ficar fora do segundo turno.
Com informações resgatadas da reportagem da edição de 14/03/2002 do jornal Correio Braziliense, cuja íntegra está no Blog Os amigos da presidente Dilma).

Burburinho penetra no ninho de tucanos e arapongas


por Stanley Burburinho publicado no Viomundo

A parceria entre José Serra e Marcelo Itagiba vem de longe. Segundo a matéria abaixo, publicada pela IstoÉ, em 2001 havia a suspeita de que a PF estaria se transformando num braço político da candidatura José Serra. Havia relatos de que a PF e a Abin foram usadas, entre outras coisas, para espionar adversários e criar dossiês.

O texto abaixo já mostrava a preocupação do Marcelo Itagiba em proteger o caixa de campanha dos tucanos Ricardo Sergio:

“A primeira vítima foi Deuler da Rocha, que investigava o caixa de campanha dos tucanos, Ricardo Sérgio de Oliveira. Ele foi afastado pelo superintendente da PF no Rio de Janeiro, Marcelo Itagiba, amigo e ex-assessor do candidato José Serra. O degredo também foi o destino do delegado José Castilho, que apurava as penas de tucanos no envio de dinheiro para o Exterior, via contas CC-5.”

“| N° Edição: 1710 | 10.Jul – 10:00 | Atualizado em 09.Dez.09 – 22:03
Ninho de espiões
A PF e a Abin são acusadas de espionar adversários de tucanos

O microempresário tucano Fernando Tenório Cavalcanti foi procurado em junho de 2001, em São Paulo, por um suposto funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que se identificou com a discrição habitual: “Meu nome é César.” O araponga convidou Tenório para um encontro pessoal no 12º andar de um prédio da avenida Prestes Maia, no centro da capital paulista, que abriga também o Ministério da Fazenda. O convite serviria para detalhar as supostas denúncias que o empresário teria feito contra o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, na Polícia Federal. Tenório foi, o araponga não, mas a história pode revelar a estreita relação entre a PF e a Abin. O enredo dessa tentativa de conversa, contado a ISTOÉ na terça-feira 2, em Brasília, pelo líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha (SP), terminou desembocando numa das maiores encrencas do governo Fernando Henrique Cardoso: a suspeita de que a PF estaria se transformando num braço político da candidatura José Serra, sob o amparo do general Alberto Cardoso, chefe da Abin. Na quinta-feira 4, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) fez um protesto diante do edifício-sede da PF, na capital, criticando a manipulação da instituição. “A polícia está sendo usada politicamente contra o Lula, como foi usada no caso Roseana. O Ciro que se cuide. Hoje quem manda na PF é o general Cardoso”, acusa o presidente da Fenapef, Francisco Garisto.

Fracasso tucano na segurança


Autor(es): José Dirceu
Jornal do Brasil - 06/06/2010

O Rio de Janeiro presenciou no final de maio talvez o momento mais infeliz deste início de corrida presidencial. Na ausência de propostas de combate à criminalidade, José Serra decidiu usar uma entrevista a uma rádio da cidade para insultar a Bolívia dizendo que o país é cúmplice do tráfico de drogas no Brasil. Tentou mais uma vez desviar o foco da sua incapacidade para lidar com este grave problema nacional.

Serra assumiu o governo paulista em 2007 e encontrou a população assustada e as forças policiais fragilizadas após os ataques de maio de 2006 do PCC (Primeiro Comando da Capital) – sinal claro do fracasso da política de segurança tucana que governa o estado desde 1995. Era preciso um esforço para recuperar a autoestima das polícias Civil e Militar.

Mas Serra foi na direção contrária, nomeou para a cúpula da Secretaria de Segurança Pública pessoas que viriam a envolver-se em denúncias de vendas de cargos e sentenças favoráveis a policiais corruptos. Não bastasse isso, também foram encontradas evidências de achaques a integrantes do PCC.

Ao invés de valorizar os profissionais do setor, o ex-governador decidiu utilizarse mais uma vez da truculência.

Um exemplo foi a manifestação de policiais civis em greve, em 2008, quando colocou tropas da Polícia Militar para reprimir os grevistas da Polícia Civil. Ou seja, sua decisão como governador foi jogar uma polícia contra a outra.

A taxa de homicídios no estado de São Paulo subiu em 2009. Lamentavelmente, o governo de São Paulo prefere tratar o aumento dos casos de homicídio como fatos isolados, sem atacar as causas do problema. Em 2007, um adolescente morreu após ser torturado por policiais. Há algumas semanas, as vítimas foram dois motoboys torturados por policiais. Um deles foi até agredido dentro de um quartel da PM. São Paulo também voltou a conviver com indícios da atuação de “esquadrões da morte”.

Comparativamente, o Ministério da Justiça tem uma atuação consistente em apoiar estados e municípios no combate à violência.

O planejamento estabelecido pelo governo Lula prevê investimentos de R$ 6,7 bilhões para a implantação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) em todas as regiões metropolitanas do país até 2012.

A iniciativa está aperfeiçoando como os governos e a sociedade civil se articulam para reduzir os indicadores de homicídios entre os jovens.

Paralelamente, o governo Lula adotou políticas como a criação da Força Nacional de Segurança, que se tornou um importante polo de treinamento de policiais e bombeiros de todo o país. Também se destacam as parcerias da Polícia Federal com as secretarias de Segurança Pública e o apoio financeiro, material e de inteligência da União aos estados.

O Rio de Janeiro, que inovou com as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), é um exemplo de como os indicadores melhoram quando o governo é competente e aproveita o apoio federal. Conforme dados recém-publicados, o estado conseguiu diminuir os índices de homicídio, roubo de veículo, roubo de rua e latrocínio em abril deste ano.

Melhorar a segurança exige esforço continuado, investimentos e rigor no cumprimento de tarefas.

Depois de 15 anos governando São Paulo, a inoperância faz com que Serra tenha que recorrer à demagogia para tratar do tema.

MSM voltará à Justiça Eleitoral - Vamos apoiar.

Caríssimos,

Esta campanha eleitoral promete ser uma das lutas mais renhidas pelo poder. A mídia não quer largar o osso de jeito algum, mesmo porque no governo Lula só tem lambido-o e com muita sofreguidão.
O importante, é que esta mídia desavergonhada perdeu um pouco de seu poder, a despeito do presidente Lula contemporizar com ações de boicote ao Brasil para poder enfraquecê-lo. Vimos quantas crises não foram criadas por esta mídia (Organizações Globo, Veja, Folha, Estadão), para enfraquecer o governo Lula e favorecer o demotucano SERRA.
Os institutos de pesquisas, particularmente IBOPE e  DATAFOLHA são partes deste jogo sujo, para tentar ajudar na eleição do demotucano SERRA.
Neste momento, cabe a nós apoiar ações do Eduardo Guimarães através do MSM. Vamos à luta, porque o jogo está so no aquecimento para o primeiro tempo.

por Eduardo Guimarães - MSM voltará à Justiça Eleitoral


A divulgação da última pesquisa Ibope de intenção de voto para presidente da república encerrou o ciclo de sondagens dos quatro institutos contra os quais o Movimento dos Sem Mídia representou à Procuradoria Geral Eleitoral pedindo que sofressem investigação de todas as pesquisas que fizeram e que farão sobre a sucessão presidencial em 2010.
Antes de prosseguir, explico que este trabalho utiliza o cenário da sucessão presidencial composto por Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva.
No gráfico acima, é possível notar três momentos deste ano em que as linhas traçadas pelos institutos Ibope e Datafolha divergem gravemente dos institutos Sensus e Vox Populi. Os pontos de inflexão de tendências dos dois primeiros institutos levam Dilma para baixo e Serra para cima, enquanto que os dois últimos institutos levam-nos em direção contrária.
Em fevereiro, é o Ibope que diverge claramente dos outros institutos e inverte tendência que se estabeleceria factualmente a partir do início deste ano, de forte subida de Dilma e de queda moderada – e constante – de Serra. Mais adiante, em sua pesquisa de março, este instituto é obrigado a acompanhar os outros, mas, então, é o Datafolha que passa a divergir.
Em Março, enquanto todos os outros institutos apontavam tendência de queda de Serra e de subida de Dilma, o Datafolha é que abre a “boca do jacaré” mostrando uma diferença de 10 pontos percentuais a favor de Serra. Como se vê no gráfico, quebra-se, novamente, uma tendência apurada pelos outros institutos. O Datafolha é o segundo instituto a quebrá-la.
Em abril, o Sensus volta a fechar a boca do jacaré, fazendo Dilma e Serra se aproximarem do empate, mas o Datafolha, primeiro, e o Ibope depois, provocam nova inflexão de uma tendência captada pelo próprio Sensus e, antes dele, pelo Vox Populi e que acabaria por se confirmar.
Em maio, depois de o Movimento dos Sem Mídia ter representado à Procuradoria Geral Eleitoral pedindo auditoria das pesquisas dos quatro institutos sob pena de algum ou alguns deles estar praticando crime eleitoral, Datafolha e Ibope convergem para o resultado que anteviram Sensus e Vox Populi e que o jornal Folha de São Paulo divulgou que seria produto de fraude dos dois institutos de pesquisa concorrentes do seu.
A mudança brusca de tendência de Datafolha e do Ibope neste ano fica evidente e contrasta com a continuidade da tendência de Sensus e Vox Populi. Para melhor exemplificar, reproduzo, aos pares, os gráficos isolados de cada um dos institutos.
Nos gráficos do Sensus e do Vox Populi, as linhas dos candidatos Serra e Dilma formam uma espécie de funil, mas mostram particularidades de cada instituto, que é o que se espera. Vejam:
Sensus
Vox Populi
Já nos gráficos do Datafolha e do Ibope, a semelhança da figura formada pelas linhas de Serra e de Dilma nos dois institutos é impressionante – parece um foguete, com base menor, meio maior e ponta afunilada – e deixa ver, também, como os institutos mudaram bruscamente de rumo depois da representação do MSM.
Datafolha
Ibope
Diante destes fatos, o Movimento dos Sem Mídia entende que se torna muito mais importante o acompanhamento pela sociedade e pela Justiça do comportamento dos quatro institutos, pois ao menos dois deles mentiram claramente, cometendo crime eleitoral, e já existe até indício de quais são esses institutos, por mais que esta seja uma conclusão exclusiva do MSM.
De qualquer maneira, comunico aos leitores que o fenômeno que os gráficos revelaram com mais clareza depois do fechamento do ciclo de pesquisas já descrito, tal fenômeno será destacado e apresentado pelo MSM à Justiça como indício do crime eleitoral que se entende que está muito mais claro, agora, que foi cometido, sim, e pedindo fiscalização enérgica dessas pesquisas até o fim do processo eleitoral deste ano.
A representação do MSM à Justiça eleitoral pedindo auditoria de TODAS as pesquisas, no entender de nossa organização poderá mudar a história da eleição presidencial de 2010. Isso fica cada vez mais claro, a cada pesquisa divulgada depois que agimos.