Folha, Globo, Veja, Estadão, continuam protegendo a roubalheira do PSDB
no governo de São Paulo. A roubalheira ultrapassa bilhões, mas a Folha
de São Paulo continua protegendo os caciques do PSDB. Uma vergonha.
O título desta matéria na Folha é: Com lobista, Alstom atingiu 100% da meta de negócios com SP, mas se fosse corrupção do PT, como seria?
Seria assim?
COM OS GOVERNADORES DO P$DB, ALSTOM ATINGIU 100% DA META DE NEGÓCIOS ESCUSOS COM SP.
FLÁVIO FERREIRA
MARIO CESAR CARVALHO JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO
A Alstom conseguiu tudo o que queria com o governo de São Paulo. Os
quatro negócios citados em e-mail pelo ex-presidente da empresa José
Luiz Alquéres como estratégicos foram fechados com o Metrô e a CPTM.
Em dois desses contratos houve conluio entre as empresas, segundo
acusação da Siemens feita ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica), órgão do governo federal que cuida da defesa da
concorrência.
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O objetivo de Alquéres era faturar 250 milhões de euros (R$ 900 milhões
na época e R$ 750 milhões hoje) com os projetos. O valor foi
ultrapassado. Os quatro negócios renderam cerca de R$ 1,5 bilhão, em
valores atualizados.
O e-mail de Alquéres, de 18 de novembro de 2004, citava uma situação
negativa para a divisão de transporte da Alstom -a empresa só conseguira
atingir 11% das metas em oito meses. Para mudar esse cenário, ele
recomendava a contratação do lobista Arthur Teixeira e a atuação de
Paulo Borges, então diretor de transportes da Alstom.
Teixeira é apontado por autoridades da Suíça como intermediário no
pagamento de propinas para funcionários públicos do governo do Estado
nas gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Na delação
da Siemens, a empresa dele é citada como peça-chave para eliminar
entraves ao cartel.
Borges é acusado pela Siemens de ter participado das reuniões do cartel
em que se decidia a divisão de mercado. O ex-presidente da Alstom diz
que não sugeriu o uso de meios ilícitos para obter os contratos.
Os negócios mirados pela Alstom eram a reforma e fornecimento de trens
novos para a CPTM e a venda de trens e de sistema de sinalização para a
linha 2 do Metrô.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
DIVISÃO DE NEGÓCIOS
A acusação da Siemens mostra que dois métodos foram usados pela Alstom,
em cartel com outras empresas, para obter os contratos com o governo: a
divisão prévia de lotes e a combinação de que as derrotadas seriam
subcontratadas pelas vencedoras.
Na reforma de trens da CPTM, projeto chamado de Boa Viagem, os lotes
foram divididos e a Alstom ficou com quatro deles. E-mails reunidos pela
Siemens indicam que as empresas tiveram acesso ao plano da CPTM antes
que ele tivesse se tornado público.
Marcos Missawa, executivo da Siemens, contou o seguinte em e-mail de 24
de novembro de 2004: "A CPTM tem por objetivo principal dar o pacote
completo para quatro grandes fornecedores (Alstom, Siemens, Bombardier e
TTrans)".
No caso da sinalização da linha 2 do Metrô, o acerto do cartel, segundo a
Siemens, foi de que seriam formados dois consórcios para a licitação,
mas um deles apresentaria uma proposta com valor superfaturado e
perderia a concorrência, mas seus integrantes seriam subcontratados.
Nos negócios de compra de trens, CPTM e Metrô reutilizaram contratos que
haviam sido assinados há dez e 15 anos, respectivamente. O Tribunal de
Contas considerou irregular a compra da CPTM e apontou que a empresa
deveria ter feito nova licitação.
MARCOS LEGAIS
A Alstom diz que os contratos citados no e-mail do ex-presidente da
empresa foram obtidos por meio de licitações nas quais "são sempre
respeitados os marcos legais aplicáveis".
A empresa afirma seguir "um rígido código de ética, respeitando todas as
leis e regulamentações vigentes". José Luiz Alquéres, que presidiu a
Alstom entre 2000 e 2006, diz que sua mensagem incitava os executivos a
obter os contratos "de maneira ética e correta".
Segundo ele, a área de transporte da Alstom "tinha autonomia operacional para desenvolver suas estratégias e implementá-las". A Folha não conseguiu localizar Paulo Borges, ex-diretor da multinacional para a área de transportes.
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