Pedrinho Guareschi, em Sociologia Crítica faz uma bela reflexão sobre definição ideológica de realidade. (p. 120)Nós sempre formos ensinados, desde que começamos a ouvir, a ver, que realidade é o que está aí, o que nós vemos, o que nós podemos apalpar, o que existe. Nós formamos uma idéia de realidade a partir do que está presente, a partir do que existe agora. Podemos, então perguntar: Mas realidade é isso? Realidade não é também o que será? O que é possível não faz parte também da realidade? Mas o que implica aceitar como verdade e realidade o que está aí, o positivo? Em poucas palavras, isso implica em fechar o caminho à transformação, à mudança; melhor, isso significa trancar a esperança.! Quando identificamos o verdadeiro e o real com o que está aí, automaticamente somos levados a pensar e aceitar o que o que está aí é o bom, é o melhor, deve continuar, deve ser assim sempre, não é bom que mude. Nós fechamos a janela ao futuro, ao possível. Perdemos o ímpeto da criação e da renovação do mundo, da sociedade, das coisas. .Comentário meu: esta parte do texto é muito forte e está relacionado ao paradigma da complexidade e o pensamento sistêmico das coisas. Na verdade, a crise deste século é a crise de percepção. A árvore é apenas uma árvore, como o poste é um poste na rua de uma cidade e o menino de rua é apenas um menino abandonado. Na administração, por incrível que pareça as empresas entram em processo de desorganização porque os administradores não conseguem perceber outra realidade. Estamos, de certa forma, presos aos nossos valores e a esta realidade. Vejo por exemplo com a espanto a esperança de colunistas e políticos na torcida para que EUROPA, EUA e Japão possam salvar este modelo da capitalismo que parece estar exaurido, como se não existisse a possibilidade de se criar outra realidade. Creio que outra realidade possível.
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