Escrevo para jogar conversa fora, para falar do poder ideológico que se utiliza de pedaços, recortes para formar textos “informativos e formativos”. Estamos há séculos sob a dominação ideológica que nos leva a acreditar nas verdades estabelecidas, como afirma tão bem CHIAVENATO em As Lutas do Povo Brasileiro.
O poder das palavras que, articuladas com imagens, tentam nos explicar um mundo como se outra realidade não fosse possível construir. O poder ideológico tenta desqualificar a política, ambaralhando mitos com verdades, anestesia a sociedade diante dos problemas sociais e ambientais, criando assim o paradigma da normalidade. Tudo agora é normal, até os loucos, ou os “normais” é que são os loucos? Importante, então, entender, que vivemos a inversão das coisas. Para entender o mundo, precisamos virá-lo pelo avesso.
A informação, neste sentido, é como se fosse uma cocha de retalhos, pega-se uma frase ali, uma palavra acolá, uma meia verdade abortada, fruto de ejaculação precoce e assim vão tentando formar opiniões. Os coitados ainda não aceitam a verdade crua de que estão perdendo o poder da informação para as novas mídias. Tenho a impressão que os jornalistas, não todos, mas a maioria escreve para idiotas. Idiotas somos? Eles querem criar uma realidade para colocarmos dentro, como um big brother, mas só com homens e se possível trancar e jogar a chave fora.
A mídia junta palavras ou frases juntas para formar um texto. E o contexto, como é que fica? Fazendo-se de cegos e amestrados pelos patrões, os jornalistas tiram frases de contextos para formar textos que levam os leitores, menos informados, para entendimentos diferentes, ou apenas não informar nada, como afirma o autor professor Guilherme Lacerda, professor do CEFETCE : não podemos ler em plenitude um determinado texto apenas nos apropriando de pedaços, recortes dele. Isso fatalmente poderia nos levar a interpretações errôneas e, às vezes, até opostas àquilo que o autor se propôs.
Ainda nestas linhas de reflexão, ao contrário dos objetivos da coesão textual, devemos, enquanto leitores, fugir das articulações com o autor, ou aceitá-las de forma reflexiva.
Por fim, sem entrelaçamento e do abraço significativo e fatal entre palavras, da união entre o côncavo e o convexo, o texto não cumpre a tarefa primordial de sua existência de interação com o leitor. A coesão textual é a argamassa que conecta, interliga palavras, frases formando um todo semântico e de significados para o leitor que é o texto.
No entanto, o texto jornalístico quer se apoderar do leitor e tutelar o seu pensamento, como se este fosse um saco de neurônios subservientes.
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