Amigos(as), todos sabem que a Globo e assemelhados da mídia brasileira tem uma longa ficha de corrupção, conspiração e golpes contra as instituições públicas. O texto é longo, mas a pena conferir na íntegra o excelente post de Viomundo para entender o triplex da Globo.
Nosso investigador e o triplex de Paraty: todos os caminhos levam ao Panamá; veja os documentos
publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 20:08
Da Redação
Diante da notícia da Rede Brasil Atual de
que a empresa que tem em seu nome a Paraty House — a Agropecuaria Veine
Patrimonial — tem ligação com empresa sob investigação na Operação Lava
Jato, submetemos o assunto a um investigador com vasta experiência no
rastreamento de empresas — no Brasil e no Exterior.
Ele, TC, fez um relatório inicial sublinhando que a menção a nomes não implica envolvimento em qualquer tipo de irregularidade.
De acordo com nosso investigador, a Agropecuaria tem como sócia a
Vaincre LLC, que por sua vez é controlada pela Camille Services, que
por sua vez representa a Mossack Fonseca & Co., investigada na
Operação Lava Jato. A licença da Vaincre nos Estados Unidos “expirou”
duas semanas depois de deflagrada a Operação Lava Jato.
Leia a íntegra do relatório:
A Agropecuária Veine Patrimonial Ltda foi criada em São Paulo em 12
de março de 2004 com o nome de MB Junior Patrimonial e Investimentos
Imobiliários Ltda.
Os sócios eram os advogados Miguel Bechara Junior e Caroline Silva
Galvão de Alvarenga Casanova. O endereço oficial da empresa era Alameda
Campinas, 1051, o mesmo do escritório de Bechara, especialista em
Direito Tributário.
Em 28 de abril de 2004, ou seja, 46 dias depois de criada, teve
capital social alterado para R$ 10 mil e nome trocado para Agropecuária
Veine Patrimonial Ltda.
Os advogados saíram da sociedade e entraram a Blainville
International Inc., com participação na sociedade de R$ 9.000,00 e Lucia
Cortes Pinto, com participação de R$ 1.000,00.
O contador Jorge Luiz Lamenza foi nomeado procurador da Blainville e
administrador da empresa. A atividade econômica foi alterada para atividades de consultoria em gestão empresarial.
Por fim, a sede foi transferida para o mesmo endereço de Lamenza, na Rua Dom Gerardo, 46 – 6º andar, Centro, no Rio de Janeiro.
Algumas observações sobre este período:
A Blainville Internacional Inc. é uma empresa com sede na Cidade do Panamá.
Documentos da Junta Comercial do Panamá indicam que foi criada em 23
de março de 2004 (35 dias antes de entrar na sociedade da Veine).
O agente que intermediou a abertura foi o escritório de advocacia do Panamá Icaza, Gonzales Ruiz & Aleman, especializado em private banking, ou seja, em administrar e esconder grandes fortunas.
É o mesmo escritório usado por Paulo Roberto da Costa e outros
envolvidos na Lava Jato para criar empresas off shore, segundo a Polícia
Federal descobriu durante a operação.
Este escritório de advocacia também aparece na constituição da
Chibcha Investment Corporation, outra empresa sediada no Panamá e que
tem os irmãos Marinho como sócios, de acordo com denúncia do blog O Cafezinho.
O quadro societário da Blainville é formado pelo presidente Mario A.
Diaz, pela vice-presidente Carolina T. De Carney e por Lilian de
Muschett, que ocupa os cargos de tesoureira e subsecretária.
O contador Jorge Luiz Lamenza é sócio de várias empresas no Rio de
Janeiro, entre elas a Contar — Contadores e Consultores Associados.
Lúcia, a sócia minoritária, declarou como endereço um apartamento no
Grajaú, Rio de Janeiro.
Troca de Off Shore
Depois que a empresa migrou para o Rio de Janeiro ocorreram novas e importantes mudanças.
Os sócios atuais, que constam na pesquisa pública da Receita Federal,
são Jorge Luiz Lamenza, o contador que era o procurador da Blainville; a
empresa Vaincre LLC e Celso de Campos.
O endereço declarado é rua Bulhões de Carvalho, 296, ap 601, um
edifício residencial em Copacabana. O telefone que consta na Receita é o
21-2509-****. Este telefone aparece como sendo da empresa FSA Network
Consultores Ltda, que fica no centro do Rio de Janeiro.
A empresa Vaincre LLC, sócia da Agropecuaria que controla a mansão
atribuída aos Marinho pela fiscal Graziela de Moraes Barros, do ICMBio,
tem sede em Las Vegas, no estado de Nevada, nos Estados Unidos.
Registros oficiais mostram que a empresa foi criada em 10 de março de
2005, quase um ano depois da criação da Veine no Brasil. A empresa foi
aberta pela MF Corporate Services, de Las Vegas, e é gerenciada pela
Camille Services S/A, do Panamá.
Os registros notariais do Panamá mostram que a Camille Services foi
aberta em 26 de julho de 2001 por Ana Maria Escobar, representante da
empresa Mossack Fonseca & Co.
A Mossack é outra empresa especializada em esconder grandes fortunas,
sendo considerada um dos maiores laranjais do mundo, uma mega fábrica
de lavanderias de dinheiro.
A Mossack entrou na mira da Polícia Federal na Operação Triplo X,
fase da Lava Jato que investiga se um apartamento no Guarujá seria do
ex-presidente Lula.
Ele nega e diz ter tido apenas uma opção de compra no prédio. Lula
admite que visitou o local com um dirigente da OAS, empresa que reformou
o apartamento que teria sido pretendido pelo ex-presidente — um
triplex.
Executivos da Mossack no Brasil foram presos pela Polícia Federal.
Foram apreendidas listas com clientes, agora investigados por abrir
empresas no exterior para ocultar patrimônio.
A PF também investiga apartamentos que foram registrados em nome da
Mossack, localizados no mesmo prédio do Guarujá visitado pelo
ex-presidente Lula.
Voltando à mansão atribuída aos Marinho pela fiscal Graziela de
Moraes Barros, do ICMBio, ela é controlada pela Agropecuária Veine, que
tem como sócia a Vaincre LLC, gerenciada pela panamenha Camille.
A Camille aparece na Lava Jato como ligada à off shore panamenha
Murray Holding, com sede também em Las Vegas, nos Estados Unidos. A
Murray teria imóveis registrados no Brasil avaliados em R$ 5 milhões,
entre eles apartamentos no prédio do Guarujá agora alvo da Lava Jato.
Outras duas empresas investigadas na Lava Jato também são gerenciadas pela Camille: Avel Group LLC e Elany Trading LLC.
Estas empresas apareceram na Operação Ararath, que investiga crimes
financeiros no Mato Grosso. Elas são sócias da empresa Global
Participações Empresariais, que tem como administrador Wesley Batista,
presidente da JBS.
A Vaincre agora consta como extinta nos registros de Nevada. Ou seja,
a sócia majoritária da Agropecuaria Veine, dona da mansão dos Marinho
em Paraty, está inativa desde 31 de março de 2014: 14 dias depois da
deflagração da Operação Lava Jato e da prisão do doleiro Alberto
Youssef.
Para facilitar o entendimento, as conexões diretas são as seguintes: Paraty
House=Agropecuaria Veine=Vaincre (Las Vegas)=Camille(Panamá)=Mossack
Fonseca (Panamá, investigada no Brasil pela Lava Jato); abaixo, o documento que demonstra que a Camille foi aberta pela Mossack Fonseca:
Veja acima os documentos da Veine Agropecuaria, inclusive o registro
da entrada na sociedade da empresa panamenha Blainville International;
abaixo, os registros da Vaincre (sócia da Agropecuaria que tem em seu
nome a Paraty House) nos Estados Unidos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário