Translate / Tradutor

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Por que Bolsonaro cresce nas pesquisas




Sobre Bolsonaro, engana-se quem pensa que seu discurso é realizado sem conhecimento de um público a ser atingido e sem estratégias.
Convido à leitura desse pequeno fragmento do livro - Em Busca da Política – Zygmunt Bauman - http://lelivros.stream/…/baixar-livro-em-busca-da-politica…/ - para se entender o discurso radical de Bolsonaro quando ele afirma que sua especialidade é matar. 



Importa, antes da leitura, lembrar aos amigos(as) que existem dois movimentos crescentes na sociedade brasileira: o movimento policial-civil-militar e o movimento cristão evangélico e católico neopentecostais. Lembrar que padres cantores, pastores e policiais apoiaram Aécio na última eleição. E estão vão com Bolsonaro com o discurso de que bandido bom é bandido morto. E também com o discurso da moralidade, da família, contra a corrupção, contra o casamento gay e contra o aborto. A juventude, sem nenhum conhecimento de vida sobre experiência de governo acha que descobriu a pólvora com Bolsonaro. Alías, estão apostando na utilização de muita pólvora para acabar com a bandidagem – E por isso, a afirmação de Bolsonaro: minha especialidade é matar. Isso é uma jogada de quem tem dados estatísticos sobre preferência doe parte do eleitorado brasileiro. Ele conversa com maestria com esse eleitorado.
[
Bem, vamos aos fragmentos de texto de Zygmunt Bauman - Em Busca da Política - quando ele afirma que a arte da política, se for democrática é a de libertar os indivíduos para orientá-los, a traçar, individualmente e coletivamente o seus próprios limites individuais e coletivos e que isso foi perdido.

E que só existe uma coisa garantida para levar pessoas às ruas nos dias de hoje, se o boato for de que existe um pedófico por perto. E que devemos nos questionar se esses protestos têm alguma coisa a ver, efetivamente, com os pedófilos.
Vejamos a leitura na íntegra do que escreve Bauman:
“Willie Horton provavelmente fez Michael Dukakis perder a presidência dos Estados Unidos. Antes de concorrer à presidência, Dukakis governou o Massachusetts por dez anos. Foi um dos opositores mais veementes da pena de morte. Também achava que as prisões eram, na maioria, instituições educativas e de reabilitação. Queria que o sistema penal devolvesse aos criminosos sua humanidade perdida e confiscada, preparando os condenados para uma “volta à comunidade”: no seu governo os internos das prisões estaduais tinham permissões para visitar suas casas. Willie Horton não voltou após uma dessas saídas. Em vez disso, estuprou uma mulher. É o que pode acontecer com todos nós quando os liberais de coração mole estão no poder, argumentou o adversário de Dukakis, um firme defensor da pena capital chamado George Bush. Os jornalistas pressionaram Dukakis: “Se Kitty, a sua esposa, fosse estuprada, você seria favorável à pena de morte?” Dukakis insistiu que não iria “glorificar a violência”. Dava adeus à presidência.
O vitorioso Bush seria derrotado quatro anos mais tarde pelo governador do Arkansas, Bill Clinton. Quando governador, Clinton autorizou a execução de um retardado, Ricky Ray Rector. Alguns analistas acham que, da mesma forma que Horton fez Dukakis perder a eleição, Rector ganhou o pleito para Clinton. É provavelmente um exagero: Clinton fez outras coisas que também lhe angariaram a simpatia do “americano médio”. Ele prometeu ser duro com a criminalidade, contratar mais policiais e colocar a polícia na linha, aumentar o número de crimes puníveis com a morte, construir mais prisões e prisões mais seguras. A contribuição de Rector para a vitória de Bill Clinton foi meramente a de servir como prova viva (quer dizer, morta) de que o futuro presidente falava sério; com esse penacho a enfeitar a figura de Clinton, o “americano médio” só podia confiar em suas palavras.
Os duelos do topo reproduziram-se mais embaixo. Três candidatos ao governo do Texas usaram seu tempo de discurso na convenção partidária tentando se superar uns aos outros no compromisso com a pena de morte. Mark White posou em frente às câmeras de TV cercado por fotos de todos os condenados executados na cadeira elétrica quando era governador. Para não ser sobrepujado, seu concorrente Jim Mattox lembrou os eleitores que ele pessoalmente havia supervisionado 33 execuções. Acontece que ambos foram passados para trás por uma mulher, Ann Richards, cuja vigorosa retórica a favor da pena de morte eles não podiam obviamente igualar, por melhores que fossem suas credenciais. Na Flórida, o governador Bob Martinez, que encerrava o mandato, fez um espetacular recuo após longo período de perda de popularidade nas pesquisas de opinião, lembrando aos eleitores que havia assinado 90 ordens de execução. Na Califórnia, que se orgulhava de não executar nenhum preso fazia um quarto de século, Dianne Feinstein disputava o governo declarando ser “a única democrata favorável à pena de morte”. Em resposta, o outro concorrente, John Van de Kamp, apressou-se em dizer que, embora “filosoficamente” fosse contra a execução, que considera coisa “de bárbaros”, poria sua filosofia de lado se eleito governador. Para provar isso, fez-se fotografar na entrada de uma câmara de gás de último tipo para futuras execuções e anunciou que, quando dirigia o Departamento de Justiça do estado, colocou 42 criminosos no “corredor da morte”. No fim das contas, a promessa de trair suas convicções não o ajudou. Os eleitores, 75% a favor da pena de morte, preferiram um verdadeiro adepto um carrasco convicto.
Faz mais de uma década que a promessa de ser duro com o crime e mandar mais criminosos para a morte figura no topo das agendas eleitorais, independente da coloração política do candidato. Para os políticos atuais e aspirantes, a extensão da pena de morte é o bilhete premiado na loteria da popularidade. A oposição à pena capital significa, ao contrário, um suicídio político.”

Bem, pelo jeito a frase Bolsonaro e o cenário político e econômico favorecem Bolsonaro na disputa presidencial no espectro da direita. PSDB vai sendo comido por Bolsonaro e nesse momento, aposto que temos Lula ou quem ele indicar no segundo turno, de outro um representante da direita (Dória – para mim a estrutura partidária, o apoio da Globo e do Mercado ainda fazem diferença no voto) e da ultra direita – Bolsonaro – no momento é Bolsonaro que está no segundo turno, mas esse tem um tellhado de vidro imenso – será uma Marina, ou cavalo paraguai – não terá fôlego político para chegar ao segundo turno.
Importa destacar: o eleitor raivoso da direita quer no segundo turno um candidato com capacidade para derrotar Lula ou seu candidato. Não importa quem seja. No momento eles navegam com Bolsonaro, com possbilidades de ir ao segundo turno. Eis o resultado da mais recente pesquisa https://www.brasil247.com/…/Fiasco-de-Temer-consolida-dispu…
Abraços
Luís Moreira

Nenhum comentário: