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domingo, 20 de novembro de 2016

Guilherme: pelo direito dos meninos

Paz e bem!
Amigos(as), ainda muito pensativo sobre o assassinato de Guilherme pela mente doentia do seu pai.
O fato é que o mundo e o Brasil perderam um grande ser que lutava contra a opressão em sua própria casa e tinha muitos sonhos. O que me dói é ver comentários do tipo: menos um.
Veja um dos seus últimos textos:
Pelo direito dos meninos - por Guilherme. 

Que nenhum menino seja coagido pelo pai a ter a primeira relação sexual da vida dele com uma prostituta (isso ainda acontece muito nos interiores do Brasil!)

Que nenhum menino seja exposto à pornografia precocemente para estimular sua “macheza” quando o que ele quer ver é só desenho animado infantil (isso acontece em todo lugar!)
Que ele possa aprender a dançar livremente, sem que lhe digam que isso é coisa de menina.
Que ele possa chorar quando se sentir emocionado, e que não lhe digam que isso é coisa de menina.
Que não lhe ensinem a ser cavalheiro, mas educado e solidário, com meninas e com os outros meninos também.
Que ele aprenda a não se sentir inferior quando uma menina for melhor que ele em alguma habilidade específica – já que ele entende que homens e mulheres são igualmente capazes intelectualmente e não é vergonha nenhuma “perder” para uma menina em alguma coisa.
Que ele aprenda a cozinhar, lavar prato, limpar o chão para quando tiver sua casa poder dividir as tarefas com sua mulher – e também ensinar isso aos seus filhos e filhas.
Na adolescência, que não lhe estimulem a ser agressivo na paquera, a puxar as meninas pelo braço ou cabelos nas boates, ou a falar obscenidades no ouvido de uma garota só porque ela está de mini-saia.
Que ele não tenha que transar com qualquer mulher que queira transar com ele, que se sinta livre para negar quando não estiver a fim – sem pressão dos amigos.
Que ele possa sonhar com casar e ser pai, sem ser criticado por isso. E, quando adulto, que possa decidir com sua mulher quem é que vai ficar mais tempo em casa – sem a prerrogativa de que ele é obrigado a prover o sustento e ela é que tem que cuidar da cria.
Que, ao longo do seu crescimento, se ele perceber que ama meninos e não meninas, que ele sinta confiança na mãe – e também no pai! – para falar com eles sobre isso e ser compreendido.
Que todo menino seja educado para ser um cara legal, um ser humano livre e com profundo respeito pelos outros. E não um machão insensível! Acredito que se todos os meninos forem criados assim eles se tornarão homens mais felizes. E as mulheres também serão mais felizes ao lado de homens assim. E o mundo inteiro será mais feliz.
O machismo não faz mal só às mulheres, mas aos homens também, à humanidade toda.

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