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quinta-feira, 2 de junho de 2016

O objetivo na reta final da Lava Jato é destruir Lula e o PT.

A reta final da tentativa da Lava Jato de incriminar campanhas petistas
qui, 02/06/2016 - 17:02
Atualizado em 02/06/2016 - 17:03
Patricia Faermann
As novas pressões sobre a Odebrecht, o aviso dado por Sergio Moro quando executivo consegue a delação com a PGR e o acordo fracassado da OAS revelam estratégia harmônica


Jornal GGN - Os procuradores da Operação Lava Jato de Curitiba tentaram por três meses informações de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que incriminassem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o insucesso, paralisaram a negociação. Os procuradores da Lava Jato da Procuradoria-Geral da República (PGR) aceitaram o acordo de Marcelo Odebrecht, após o executivo revelar que tinha dados sobre as campanhas majoritárias (PT, do PSDB e do PMDB). Um dia depois, o juiz de Curitiba Sergio Moro suspendeu uma ação penal de Marcelo, em sinal verde às informações que pudessem incriminar as campanhas de Dilma Rousseff.

De forma harmônica, assim atuaram os investigadores da primeira instância até a última (pela PGR), sob o comando do juiz Sergio Moro, na busca pela criminalização das contas eleitorais do PT e de possíveis contrapartidas à Lula por algum benefício de contratos a nível federal a empreiteiras (OAS e Odebrecht).

Ao passo que as negociações com Marcelo Odebrecht avançam, prometendo detalhar esquema de caixa 2 que envolve centenas de políticos do PT, PSDB e PMDB, a força-tarefa adiantou, por meio de grandes jornais, que já estão em conclusão novas denúncias contra as campanhas de Dilma (2010 e 2014) e de Lula (2006), afetando diretamente o marqueteiro João Santana e sua esposa, Mônica Moura.

Ao Estadão, a Procuradoria da República do Paraná disse que "em breve" serão apresentadas duas denúncias sobre a suposta evasão de divisas do casal, declarando possuir a conta na Suíça em nome da offshore Shellbill Finance, controlada por eles, que teria recebido quantias milionárias de um dos operadores de propina na Petrobras, como pagamento de campanha, e a suposta lavagem de dinheiro, com "ocultação e dissimulação da origem ilícita dos recursos utilizados para a aquisição de imóvel em proveito do casal", disse a equipe de procuradores a Sergio Moro.

A ligação entre o casal de publicitários das campanhas petistas e o caso da Petrobras tem como ponte a suposta origem desses recursos. A ação penal mira nos pagamentos feitos pelo "setor profissional de propinas" da Odebrecht, apontados pelos investigadores, a Santana e Mônica Moura.

A conclusão das denúncias caminham paralelamente à paralisação - não coincidentemente - da segunda ação penal que envolve a empreiteira Odebrecht. Sob a justificativa de que "estaria em andamento a negociação de alguma espécie de acordo de colaboração entre as partes", Sergio Moro tenta absorver uma das últimas chances com os processos que envolvem o ex-presidente e herdeiro do grupo para fechar o elo entre a empresa e as campanhas petistas. Em troca, negociaria com Marcelo um possível abrandamento de penas - de três processos, em apenas um deles Marcelo já foi condenado a 19 anos de prisão.

Se, por um lado, a tratativa do executivo da Odebrecht na Lava Jato já foi aceita pela PGR, sob os argumentos de incidir não apenas no PT, mas também nas campanhas majoritárias do PSDB, de Aécio Neves, e PMDB, de Michel Temer, por outro, o pente fino dado por Moro na mira petista pode provocar, fora do controle do juiz da Lava Jato, a divulgação do esquema de caixa 2 em mais de 300 políticos financiados pela Odebrecht, nos últimos anos.

Se chegar a essa altura, a equipe de procuradores e Sergio Moro teriam a dívida de justificar a paralisação no acordo de delação com o ex-presidente e sócio da OAS, Léo Pinheiro, por ter defendido aos investigadores que o ex-presidente Lula não teve influência nas obras do apartamento em Guarujá e do sítio em Atibaia, mesmo sob a pressão de ser condenado a 16 anos na Lava Jato.

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