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sábado, 21 de maio de 2016

Paulo Sérgio Pinheiro: não reconheço um governo ilegítimo originário de um golpe de Estado comandado por um delinquente


Da Caros Amigos
"Torço para que as manifestações contra o governo não parem", afirma ex-ministro de DH de FHC
Para Paulo Sérgio Pinheiro, Temer é fruto de um golpe de Estado e, portanto, ilegítimo
Por Lúcia Rodrigues
Caros Amigos
Não reconheço um governo ilegítimo originário de um golpe de Estado comandado por um delinquente. A crítica contundente parte do cientista político e professor da USP, Paulo Pinheiro, que esteve à frente da pasta de Direitos Humanos no governo FHC.

Ele não poupa adjetivos à gestão do presidente interino, Michel Temer. "É um governo irresponsável e o principal deles é o interino. É um governo reacionário, retrógrado e gagá. Não tem mulheres, não tem negros. Com uma canetada acabou com a Cultura, com os Direitos Humanos, colocou criacionistas nos ministérios da Saúde e Indústria e Comércio. Isso é uma agressão", alfineta.

Paulo Sérgio, que está em Genebra, na Suíça, liderando uma missão da ONU sobre a crise na Síria, conversou com a reportagem de Caros Amigos por telefone. O comissário das Nações Unidas demonstrou bastante preocupação com a imagem que Temer está passando do país no exterior.

"Até o governo Dilma, o Brasil era levado a sério, mas com Temer estamos caminhando para nos tornarmos uma República de Bananas. Temo pela ruptura da política externa brasileira."

Retrocesso

A logomarca do governo baseada na frase "Ordem e Progresso" também é duramente criticada pelo professor da USP. "Um governo que escolhe Ordem e Progresso como sua logomarca revela ilegitimidade e irresponsabilidade. Faz o Brasil retroagir ao positivsimo de 1889... É um escândalo."

Paulo Sérgio afirma que o golpe o deixa deprimido. "Substituiram um governo legítimo por um de extrema-direita baseado na bancada BBB (Boi, Bíblia e Bala). É muito depressivo. Não acredito que esteja passando por isso. É um acinte. É vexaminoso."

"Estou envergonhado do Brasil. Torço para que as manifestações contra o governo não parem. Adorei o protesto contra o ministro da Educação (Mendonça Filho)", enfatiza.

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