dom, 15/05/2016 - 15:19
Atualizado em 15/05/2016 - 15:19
Proposta é aplicar ajustes
impopulares em três meses, antes que governo provisório perca sentimento
positivo de parte da população que apoio o impeachment
Jornal GGN - Grupo de
12 empresários e banqueiros entrevistados pela Folha de S.Paulo sugerem
que o governo provisório de Temer pratique fortes ajustes das contas
públicas, reforma na previdência e legislação trabalhista nos próximos
três meses. Passando desse período, as mudanças encabeçadas pelo
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, poderá começar a receber mais
resistência. A ideia é fazr "o mal na hora e o bem aos poucos",
completou Carlos Bottarelli, presidente da empresa de infraestrutura
Triunfo.
JULIO WIZIACK
DAVID FRIEDLANDER
Passada a tensão pela troca de
governo, banqueiros e empresários esperam que o ministro Henrique
Meirelles (Fazenda) mostre serviço nos próximos três meses.
Os seis banqueiros e os seis
empresários ouvidos pela Folha acham que, se até lá o ministro não tiver
encaminhado o ajuste das contas públicas e as reformas da Previdência e
da legislação trabalhista, desperdiçará a boa vontade inicial que
surgiu com o afastamento de Dilma.
"Só discurso de boas intenções não é
mais suficiente. Precisa ter medidas concretas para que esse sentimento
positivo dure", disse Alessandro Zema, copresidente do banco Morgan
Stanley.
O presidente do banco Deustche,
Bernardo Parnes, fala em "otimismo cauteloso". "O novo governo tem um
ministro da Fazenda capaz, tem o benefício da dúvida, mas precisa
implementar medidas com rapidez."
A tarefa mais urgente é reverter a
trajetória explosiva da dívida pública, hoje de 67% do PIB. O FMI prevê
que, nesse ritmo, pode chegar a 90% do PIB em 2021. Nesse cenário, o
mercado passa a exigir juro cada vez maior para financiar o governo, o
que aprofunda a recessão.
Para mostrar o que esperam,
empresários citam o exemplo da Argentina. Depois de 12 anos de
kirchnerismo, com intervenção do Estado na economia, o país era um lugar
selvagem para os investidores.
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