Este vídeo mostra como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do
PSDB, conseguiu quebrar o Brasil três vezes durante os oito anos em que
governou o país. Tal fato não é novidade para os mais bem informados, ou
seja, aqueles que não têm como única fonte de informação a velha mídia,
esta oligarquia retrógrada, entreguista, sempre conivente com o
neoliberalismo tucano e que foi peça fundamental para a eleição e
reeleição de um presidente fraco. A novidade aqui é que os fracassos e
as quebradeiras são narrados pelo próprio protagonista: FHC. Aconteceu
na conferência dos governos progressistas em Florença, Itália, em
novembro de 1999.
Com o Brasil falido e prostrado mais uma vez
ante o FMI, FHC propôs na tal conferência uma ação conjunta que viesse a
controlar o fluxo de capitais, estes que seu próprio governo não fazia o
mínimo esforço em controlar. Ao reclamar dos fracassos do seu governo,
FHC culpou as crises internacionais, como a do México (1995), Ásia
(1997) e Rússia (1998). Em cada crise, adotava uma só receita: corte de
gastos; repressão da demanda interna; diminuição da taxa de crescimento;
aumento de juros etc. Por fim, FHC, como a passar recibo na sua própria
incapacidade administrativa, lança no ar uma pergunta: "até quando? E
se vier uma outra crise lá na Conchinchina?".
Bill Clinton,
então, tomou a palavra. Visivelmente irritado, o então presidente dos
EUA, de maneira indireta, passou uma descompostura em FHC. Falou dos
exemplos positivos de países que gastam de maneira responsável o
dinheiro público; citou países emergentes que não sofreram com as crises
até porque controlaram o fluxo de capitais e mantinham um sistema
financeiro honesto. Segundo Clinton, o que falta "para alguns países" é
uma política nacional. O problema, disse ainda, é a falta de
criatividade em alguns países emergentes onde os governantes são muito
fracos. Enfim, citou a miséria no Brasil e a total falta de perspectiva
das crianças pobres do país.
FHC, aos olhos da comunidade
internacional, acabou sendo considerado como mais um governante
tecnocrata sem a mínima visão nacional; sem vontade política para sanar
as desigualdades sociais. FHC nomeou Geraldo Brindeiro como Procurador
Geral da República, que engavetou quase todos os processos contra seu
governo -- tendo com isto recebido o apelido de Engavetador Geral da
República.
E não foram poucos os casos graves de corrupção;
escândalos que fizeram evaporar bilhões de Reais dos cofres públicos --
como o caso dos precatórios, a acusação de compra da reeleição, os
títulos da dívida externa e as malfadadas privatizações, estas
devidamente esmiuçadas no best-seller 'A Privataria Tucana', do
jornalista Amaury Ribeiro Jr. Sem contar as manipulações do câmbio; a
agiotagem internacional com a cumplicidade de agentes do governo -- que
potencializou a dívida externa e fez poucos ganharem fortunas em
detrimento dos pobres brasileiros. Ou seja: na medida em que o Brasil
naufragava, políticos, economistas e tubarões financeiros ditavam as
regras da economia fazendo um jogo duplo dentro do governo e também na
mídia aliada, onde os "especialistas" avalizavam as tendências, fazendo
do mercado um jogo com cartas marcadas.
Na medida em que
acontecia a queima do patrimônio público brasileiro, o país se via cada
vez mais atolado em dívidas. Além do abandono da saúde e da educação,
faltaram investimentos em todos os setores até que, em 2001, com 7 anos
de FHC, o Brasil chegou à pior crise energética da sua história, o
"apagão", conseqüência da total falta de planejamento que, no fim das
contas, acabou sendo coerente com a pífia "Era FHC". O ministro do
planejamento na época era José Serra.
No governo Lula, que em
2008 atravessou a pior crise do capitalismo desde a depressão de 1929,
foram tomadas medidas totalmente opostas àquelas adotadas por FHC nas
crises. Os tucanos então, com respaldo da mídia, passaram a atacar as
medidas adotadas pelo governo Lula e recitavam as mesmas receitas
fracassadas de uma década atrás como "as únicas medidas possíveis". Mas a
receita do PT foi responsável pelo fato de o Brasil ser o primeiro país
a sair da crise. E de quebra, o país ainda emprestou US$ 10 bilhões ao
FMI.
Com a chegada de Lula ao poder, mudou-se completamente a
maneira de enxergar o Brasil. Cumprindo as promessas de campanha, Lula
implantou todo um leque de ações: distribuição de renda; créditos
através dos bancos oficiais; novas escolas técnicas e universidades;
favorecimento às empresas nacionais; desenvolvimento do nordeste etc.
Além disso, a política externa do Brasil libertou-se da subserviência
dos EUA. Organismos dos quais o Brasil faz parte -- G-20, BRICS,
Mercosul etc ganharam novo fôlego. Enfim, o Brasil, finalmente deu
certo.
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