Joana Saragoça acusou hoje o presidente do STF,
Joaquim Barbosa, de ter conduzido "uma série de violações para manter de
pé a tese do mensalão", segundo ela, "uma história mal contada e sem
provas".
Ato em Brasília, em que a filha do ex-ministro José Dirceu fez
seu discurso, também teve homenagens do irmão de José Genoino, o
deputado José Guimarães (PT-CE), o irmão de Delúbio Soares, o vereador
de Goiânia Carlos Soares (PT), e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP),
também condenado na Ação Penal 470; Cunha voltou a desafiar Barbosa a
provar seu crime de peculato e criticou o tratamento exagerado dado ao
julgamento: "Eu já li que foi o maior escândalo político. Foi maior que a
ditadura militar?"
247 – O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Joaquim Barbosa, "conduziu uma série de violações" durante o
julgamento da Ação Penal 470, acusou nesta sexta-feira 13 a filha do
ex-ministro José Dirceu, Joana Saragoça. "Meu pai está preso
injustamente", discursou Joana, durante ato de desagravo aos condenados
no processo, em Brasília. O debate fez parte da programação do 5º
Congresso Nacional do partido, que teve sua abertura ontem.
"O que se viu foi uma série de violações conduzidas pelo ministro
Joaquim Barbosa para manter de pé a tese do mensalão, uma história mal
contada e sem provas", criticou a filha de Dirceu, ao lado do deputado
João Paulo Cunha (PT-SP), também condenado na AP 470. "Meu pai está
preso injustamente por ter lutado para fazer do Brasil um país melhor.
Todos sabemos que o julgamento foi marcado pela exceção", acrescentou
Joana.
O evento teve ainda a presença de outros familiares dos três petistas
que estão cumprindo suas penas em Brasília. Dirceu e o ex-tesoureiro do
PT Delúbio Soares estão presos na penitenciária da Papuda, na capital
federal, e o ex-deputado José Genoino cumpre prisão domiciliar na casa
de uma filha. Discursaram também no evento o irmão de Genoino, o líder
do PT na Câmara, José Guimarães (CE), e o irmão de Delúbio, o vereador
em Goiânia Carlos Soares (PT).
João Paulo Cunha, a exemplo do discurso que fez esta semana na
tribuna da Câmara, negou ter cometido o crime de peculato do qual foi
condenado. O deputado, que era presidente da Câmara na época do
'mensalão', voltou a desafiar Joaquim Barbosa a provar seus desvios. "O
que eu tenho pedido é o seguinte: diga, ministro Joaquim Barbosa, o que
foi que eu desviei. Ele não diz. Sabe por que ele não diz? Porque não
tem [desvio]", afirmou.
O parlamentar também comparou o tratamento dado a esse caso, do PT, e
ao escândalo do cartel no metrô paulista, que envolve políticos do
PSDB, além de criticar o exagero quando se referem ao processo. "Dizem
que o mensalão foi o maior escândalo. Maior escândalo de quê? Eu já li
que foi o maior escândalo político. Foi maior que a ditadura militar?
Foi maior que o estado novo? Foi maior que a escravidão?", questionou.
Guimarães ressaltou a importância da militância petista em apoiar os
condenados e declarou que "o PT nunca vai se calar diante dessas
injustiças" – em referência às prisões. Sobre seu irmão Genoino,
garantiu que está "tranquilo" e "segurando". "Para que ele consiga
suportar tudo isso, a militância do PT é fundamental. Ele está firme,
porque quem já suportou o que ele suportou em décadas passadas",
declarou.
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