O
“domínio do fato” é um monstro. Daqueles que as crianças inventam
quando estão acordadas, e que depois voltam para atormentar os sonhos
quando as almas infantis mergulham na escuridão da noite.
Foi esse o princípio que serviu para a
condenação de José Dirceu. Tratado como “maior escândalo de corrupção da
história brasileira” (ôps, mas cadê as privatizações, a compra da
reeleição de FHC, o caso Siemens, PC Farias etc e tal??), o
“Mensalão” tinha um chefe, precisava ter um chefe: José Dirceu! Não
havia provas. Mas havia um chefe. Precisava haver. Essa foi a história
contada durante quase 8 anos…
Alguém sabe explicar qual o fato
concreto, qual o crime cometido por Dirceu? Objetivamente? Ah, ele
comandava o PT… É isso, claro. Fica claro que Dirceu precisa ser
esquartejado publicamente porque o objetivo é esquartejar o PT.
Só que o monstro agora voltou, e passou a
amedrontar as crianças mais ajuizadas. Mesmo elas, estão com medo. As
crianças que pensam não estão vestindo roupa preta feito as
senhoras globais. Não. O monstro é feio. “Eu tenho medo!” Dessa vez quem
grita não é a Regina Duarte, nem as outras senhoras udenistas do
Projac. Quem avisa é Ives Gandra Martins – jurista conservador, e que a
vida inteira andou do lado oposto ao do PT nos embates políticos. Vejamos o que ele disse, com todas as letras, para a Monica Bergamo na “Folha“:
“Do ponto de vista jurídico, eu não aceito a teoria do domínio do fato.
- Por quê?
Com ela, eu passo a trabalhar com indícios e presunções. Eu não busco a verdade material. Você tem pessoas que trabalham com você. Uma delas comete um crime e o atribui a você. E você não sabe de nada. Não há nenhuma prova senão o depoimento dela -e basta um só depoimento. Como você é a chefe dela, pela teoria do domínio do fato, está condenada, você deveria saber. Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental.Como um velho advogado, com 56 anos de advocacia, isso me preocupa. A teoria que sempre prevaleceu no Supremo foi a do “in dubio pro reo” [a dúvida favorece o réu].
- Houve uma mudança nesse julgamento?
O domínio do fato é novidade absoluta no Supremo. Nunca houve essa teoria. Foi inventada, tiraram de um autor alemão, mas também na Alemanha ela não é aplicada. E foi com base nela que condenaram José Dirceu como chefe de quadrilha [do mensalão].”
Os grifos são do Escrevinhador. Reparem na primeira frase grifada: ”Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental.” Aí
está a explicação para a entrevista do jurista conservador: o princípio
que serviu para condenar Dirceu serve também para condenar executivos
de grandes empresas onde ocorram fraudes.
O monstro – criado por ministros
vaidosos e descontrolados, embalado pelos mervais e pelos blogueiros de
longas carreiras na ‘Veja’ – voltou para atormentar a elite brasileira.
Já falei sobre isso aqui dezenas de
vezes: Dirceu está sendo condenado pelos seu méritos. Dirceu foi
transformado em vilão porque os adversários sabem que ele comandou a
virada do PT nos anos 90. Dirceu operou a mudança política que permitiu a
Lula deixar de ser o “candidato marcado para perder”. Dirceu comandou a
mudança. Tinha e tem um projeto de poder para o PT. Um projeto que, em
que pesem os vários erros que podem e devem ser apontados, conduziu o
Brasil a novo patamar: baixo desemprego, redução das desigualdades, 20
milhões de pessoas fora da linha de miséria, política externa
independente. Tudo isso é imperdoável! Para os tucanos e seus aliados
midiáticos.
O PT cometeu erros, usou caixa dois –
sim. E por isso deve responder. Não enfrentou a questão de frente,
tentou sair pela tangente, e por isso paga um preço alto. Mas querer
definir o “Mensalão” como ”maior escândalo da história” é um exagero sem
fim. Pior: nos autos, não há prova de uso de dinheiro público (a
história da Visanet não para em pé); e muito menos há provas de que
Dirceu teria comandado qualquer esquema de desvio de dinheiro público.
Não é um blogueiro qualquer falando, mas o professor Gandra: “Não há provas contra ele.”
Tudo isso seria apenas ridículo. Mas
transformou-se numa ação perigosa para a Democracia, na medida em que a
máquina judiciária foi capturada por aqueles que tentaram embalar
essa história mal contada. O STF virou instrumento de ministros
autoritários e vaidosos. Descontrolados em muitos momentos. Os menos
afoitos, feito Lewandovski, foram tratados como “monstros a serviço do
lulopetismo”… Sobre Lewandovski, vejam o que diz o conservador Ives
Gandra: “foi mantendo a postura, com tranquilidade e integridade. Na
comunidade jurídica, continua bem visto, como um homem com a coragem de
ter enfrentado tudo sozinho.”
A coragem de ter enfrentado o que? Ora,
sabemos bem: a pressão midiática dos mervais, dos ex-cineastas e dos
blogueiros de longas carreiras – tresloucados, abrutalhados,
desembestados todos eles em bucas de um troféu que seria (ou será?) a
prisão de Dirceu. O que temos agora é uma espécie de “empate”. Dirceu
teve a imagem pública dilacerada, mas resiste. E o outro lado não teve a
vitória que esperava.
Mais ainda: quem tem a cabeça no lugar,
no mundo jurídico e fora dele, sabe que isso tudo tem volta. Gandra deu a
senha: parem com essa brincadeira! O “domínio do fato” pode voltar para
atormentar executivos de grandes empresas (clientela seleta do
simpático professor Gandra, um tributarista muito bem sucedido). Mas
pode voltar também feito assombração para puxar o pé de lideranças
políticas da oposição – que governaram seus estados feito feudos nas
últimas décadas (Siemens, radios arco-iris – quem tem o domínio do
fato?). E pode voltar para atormentar empresários de comunicação
sonegadores. Eles reclamam de recursos como os embargos infringentes.
Mas recorrem sempre. Só que sonegam impostos e informação.
Há pouco mais de um mês, aliás, a Globo
piscou – reconhecendo que foi um ”erro” ter apoiado a ditadura. Agora, a
elite conservadora também piscou: o professor Gandra é o porta-voz, a
manifestar o mal-estar que se avoluma. A diferença é que o velho jurista
age agora por princípio, enquanto a Globo agiu com oportunismo típico.
Os monstros amedrontam quem pensou que
podia brincar de assustar o Brasil, e que a brincadeira serviria só pra
botar Dirceu na cadeia. Não. Subjuristas beiçudos e subcolunistas
pretensiosos levaram a brincadeira longe demais. E por que? “Porque a teoria do domínio do fato traz insegurança para todo mundo“, explica Gandra.
- See more at:
http://pocos10.com.br/jurista-ives-gandra-%e2%96%ba-eu-li-todo-o-processo-sobre-o-jose-dirceu-nao-ha-provas-contra-ele/#sthash.7E2eZEDo.dpuf
O
“domínio do fato” é um monstro. Daqueles que as crianças inventam
quando estão acordadas, e que depois voltam para atormentar os sonhos
quando as almas infantis mergulham na escuridão da noite.
Foi esse o princípio que serviu para a
condenação de José Dirceu. Tratado como “maior escândalo de corrupção da
história brasileira” (ôps, mas cadê as privatizações, a compra da
reeleição de FHC, o caso Siemens, PC Farias etc e tal??), o
“Mensalão” tinha um chefe, precisava ter um chefe: José Dirceu! Não
havia provas. Mas havia um chefe. Precisava haver. Essa foi a história
contada durante quase 8 anos…
Alguém sabe explicar qual o fato
concreto, qual o crime cometido por Dirceu? Objetivamente? Ah, ele
comandava o PT… É isso, claro. Fica claro que Dirceu precisa ser
esquartejado publicamente porque o objetivo é esquartejar o PT.
Só que o monstro agora voltou, e passou a
amedrontar as crianças mais ajuizadas. Mesmo elas, estão com medo. As
crianças que pensam não estão vestindo roupa preta feito as
senhoras globais. Não. O monstro é feio. “Eu tenho medo!” Dessa vez quem
grita não é a Regina Duarte, nem as outras senhoras udenistas do
Projac. Quem avisa é Ives Gandra Martins – jurista conservador, e que a
vida inteira andou do lado oposto ao do PT nos embates políticos. Vejamos o que ele disse, com todas as letras, para a Monica Bergamo na “Folha“:
“Do ponto de vista jurídico, eu não aceito a teoria do domínio do fato.
- Por quê?
Com ela, eu passo a trabalhar com indícios e presunções. Eu não busco a verdade material. Você tem pessoas que trabalham com você. Uma delas comete um crime e o atribui a você. E você não sabe de nada. Não há nenhuma prova senão o depoimento dela -e basta um só depoimento. Como você é a chefe dela, pela teoria do domínio do fato, está condenada, você deveria saber. Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental.Como um velho advogado, com 56 anos de advocacia, isso me preocupa. A teoria que sempre prevaleceu no Supremo foi a do “in dubio pro reo” [a dúvida favorece o réu].
- Houve uma mudança nesse julgamento?
O domínio do fato é novidade absoluta no Supremo. Nunca houve essa teoria. Foi inventada, tiraram de um autor alemão, mas também na Alemanha ela não é aplicada. E foi com base nela que condenaram José Dirceu como chefe de quadrilha [do mensalão].”
Os grifos são do Escrevinhador. Reparem na primeira frase grifada: ”Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental.” Aí
está a explicação para a entrevista do jurista conservador: o princípio
que serviu para condenar Dirceu serve também para condenar executivos
de grandes empresas onde ocorram fraudes.
O monstro – criado por ministros
vaidosos e descontrolados, embalado pelos mervais e pelos blogueiros de
longas carreiras na ‘Veja’ – voltou para atormentar a elite brasileira.
Já falei sobre isso aqui dezenas de
vezes: Dirceu está sendo condenado pelos seu méritos. Dirceu foi
transformado em vilão porque os adversários sabem que ele comandou a
virada do PT nos anos 90. Dirceu operou a mudança política que permitiu a
Lula deixar de ser o “candidato marcado para perder”. Dirceu comandou a
mudança. Tinha e tem um projeto de poder para o PT. Um projeto que, em
que pesem os vários erros que podem e devem ser apontados, conduziu o
Brasil a novo patamar: baixo desemprego, redução das desigualdades, 20
milhões de pessoas fora da linha de miséria, política externa
independente. Tudo isso é imperdoável! Para os tucanos e seus aliados
midiáticos.
O PT cometeu erros, usou caixa dois –
sim. E por isso deve responder. Não enfrentou a questão de frente,
tentou sair pela tangente, e por isso paga um preço alto. Mas querer
definir o “Mensalão” como ”maior escândalo da história” é um exagero sem
fim. Pior: nos autos, não há prova de uso de dinheiro público (a
história da Visanet não para em pé); e muito menos há provas de que
Dirceu teria comandado qualquer esquema de desvio de dinheiro público.
Não é um blogueiro qualquer falando, mas o professor Gandra: “Não há provas contra ele.”
Tudo isso seria apenas ridículo. Mas
transformou-se numa ação perigosa para a Democracia, na medida em que a
máquina judiciária foi capturada por aqueles que tentaram embalar
essa história mal contada. O STF virou instrumento de ministros
autoritários e vaidosos. Descontrolados em muitos momentos. Os menos
afoitos, feito Lewandovski, foram tratados como “monstros a serviço do
lulopetismo”… Sobre Lewandovski, vejam o que diz o conservador Ives
Gandra: “foi mantendo a postura, com tranquilidade e integridade. Na
comunidade jurídica, continua bem visto, como um homem com a coragem de
ter enfrentado tudo sozinho.”
A coragem de ter enfrentado o que? Ora,
sabemos bem: a pressão midiática dos mervais, dos ex-cineastas e dos
blogueiros de longas carreiras – tresloucados, abrutalhados,
desembestados todos eles em bucas de um troféu que seria (ou será?) a
prisão de Dirceu. O que temos agora é uma espécie de “empate”. Dirceu
teve a imagem pública dilacerada, mas resiste. E o outro lado não teve a
vitória que esperava.
Mais ainda: quem tem a cabeça no lugar,
no mundo jurídico e fora dele, sabe que isso tudo tem volta. Gandra deu a
senha: parem com essa brincadeira! O “domínio do fato” pode voltar para
atormentar executivos de grandes empresas (clientela seleta do
simpático professor Gandra, um tributarista muito bem sucedido). Mas
pode voltar também feito assombração para puxar o pé de lideranças
políticas da oposição – que governaram seus estados feito feudos nas
últimas décadas (Siemens, radios arco-iris – quem tem o domínio do
fato?). E pode voltar para atormentar empresários de comunicação
sonegadores. Eles reclamam de recursos como os embargos infringentes.
Mas recorrem sempre. Só que sonegam impostos e informação.
Há pouco mais de um mês, aliás, a Globo
piscou – reconhecendo que foi um ”erro” ter apoiado a ditadura. Agora, a
elite conservadora também piscou: o professor Gandra é o porta-voz, a
manifestar o mal-estar que se avoluma. A diferença é que o velho jurista
age agora por princípio, enquanto a Globo agiu com oportunismo típico.
Os monstros amedrontam quem pensou que
podia brincar de assustar o Brasil, e que a brincadeira serviria só pra
botar Dirceu na cadeia. Não. Subjuristas beiçudos e subcolunistas
pretensiosos levaram a brincadeira longe demais. E por que? “Porque a teoria do domínio do fato traz insegurança para todo mundo“, explica Gandra.
- See more at:
http://pocos10.com.br/jurista-ives-gandra-%e2%96%ba-eu-li-todo-o-processo-sobre-o-jose-dirceu-nao-ha-provas-contra-ele/#sthash.7E2eZEDo.dpuf
O “domínio do fato” é um monstro. Daqueles que as crianças inventam quando estão acordadas, e que depois voltam para atormentar os sonhos quando as almas infantis mergulham na escuridão da noite.
Foi esse o princípio que serviu para a condenação de José Dirceu. Tratado como “maior escândalo de corrupção da história brasileira” (ôps, mas cadê as privatizações, a compra da reeleição de FHC, o caso Siemens, PC Farias etc e tal??), o “Mensalão” tinha um chefe, precisava ter um chefe: José Dirceu! Não havia provas. Mas havia um chefe. Precisava haver. Essa foi a história contada durante quase 8 anos…
Alguém sabe explicar qual o fato concreto, qual o crime cometido por Dirceu?
Objetivamente? Ah, ele comandava o PT… É isso, claro. Fica claro que Dirceu precisa ser esquartejado publicamente porque o objetivo é esquartejar o PT.
Só que o monstro agora voltou, e passou a amedrontar as crianças mais ajuizadas. Mesmo elas, estão com medo. As crianças que pensam não estão vestindo roupa preta feito as senhoras globais.
Não. O monstro é feio. “Eu tenho medo!” Dessa vez quem grita não é a Regina Duarte, nem as outras senhoras udenistas do Projac. Quem avisa é Ives Gandra Martins – jurista conservador, e que a vida inteira andou do lado oposto ao do PT nos embates políticos.
Vejamos o que ele disse, com todas as letras, para a Monica Bergamo na “Folha“:
“Do ponto de vista jurídico, eu não aceito a teoria do domínio do fato.
- Por quê?
Com ela, eu passo a trabalhar com indícios e presunções. Eu não busco a verdade material. Você tem pessoas que trabalham com você. Uma delas comete um crime e o atribui a você.
E você não sabe de nada. Não há nenhuma prova senão o depoimento dela -e basta um só depoimento. Como você é a chefe dela, pela teoria do domínio do fato, está condenada, você deveria saber. Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental.
Como um velho advogado, com 56 anos de advocacia, isso me preocupa. A teoria que sempre prevaleceu no Supremo foi a do “in dubio pro reo” [a dúvida favorece o réu].
- Houve uma mudança nesse julgamento?
O domínio do fato é novidade absoluta no Supremo.
Nunca houve essa teoria. Foi inventada, tiraram de um autor alemão, mas também na Alemanha ela não é aplicada. E foi com base nela que condenaram José Dirceu como chefe de quadrilha [do mensalão].”
Os grifos são do Escrevinhador. Reparem na primeira frase grifada: ”Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental.”
Aí está a explicação para a entrevista do jurista conservador: o princípio que serviu para condenar Dirceu serve também para condenar executivos de grandes empresas onde ocorram fraudes.
O monstro – criado por ministros vaidosos e descontrolados, embalado pelos mervais e pelos blogueiros de longas carreiras na ‘Veja’ – voltou para atormentar a elite brasileira.
Já falei sobre isso aqui dezenas de vezes: Dirceu está sendo condenado pelos seu méritos. Dirceu foi transformado em vilão porque os adversários sabem que ele comandou a virada do PT nos anos 90.
Dirceu operou a mudança política que permitiu a Lula deixar de ser o “candidato marcado para perder”. Dirceu comandou a mudança.
Tinha e tem um projeto de poder para o PT. Um projeto que, em que pesem os vários erros que podem e devem ser apontados, conduziu o Brasil a novo patamar: baixo desemprego, redução das desigualdades, 20 milhões de pessoas fora da linha de miséria, política externa independente. Tudo isso é imperdoável!
Para os tucanos e seus aliados midiáticos.
O PT cometeu erros, usou caixa dois – sim.
E por isso deve responder. Não enfrentou a questão de frente, tentou sair pela tangente, e por isso paga um preço alto. Mas querer definir o “Mensalão” como ”maior escândalo da história” é um exagero sem fim.
Pior: nos autos, não há prova de uso de dinheiro público (a história da Visanet não para em pé); e muito menos há provas de que Dirceu teria comandado qualquer esquema de desvio de dinheiro público.
Não é um blogueiro qualquer falando, mas o professor Gandra: “Não há provas contra ele.”
Tudo isso seria apenas ridículo.
Mas transformou-se numa ação perigosa para a Democracia, na medida em que a máquina judiciária foi capturada por aqueles que tentaram embalar essa história mal contada.
O STF virou instrumento de ministros autoritários e vaidosos. Descontrolados em muitos momentos.
Os menos afoitos, feito Lewandovski, foram tratados como “monstros a serviço do lulopetismo”… Sobre Lewandovski, vejam o que diz o conservador Ives Gandra: “foi mantendo a postura, com tranquilidade e integridade. Na comunidade jurídica, continua bem visto, como um homem com a coragem de ter enfrentado tudo sozinho.”
A coragem de ter enfrentado o que? Ora, sabemos bem: a pressão midiática dos mervais, dos ex-cineastas e dos blogueiros de longas carreiras – tresloucados, abrutalhados, desembestados todos eles em bucas de um troféu que seria (ou será?) a prisão de Dirceu.
O que temos agora é uma espécie de “empate”. Dirceu teve a imagem pública dilacerada, mas resiste. E o outro lado não teve a vitória que esperava.
Mais ainda: quem tem a cabeça no lugar, no mundo jurídico e fora dele, sabe que isso tudo tem volta. Gandra deu a senha: parem com essa brincadeira!
O “domínio do fato” pode voltar para atormentar executivos de grandes empresas (clientela seleta do simpático professor Gandra, um tributarista muito bem sucedido). Mas pode voltar também feito assombração para puxar o pé de lideranças políticas da oposição – que governaram seus estados feito feudos nas últimas décadas (Siemens, radios arco-iris – quem tem o domínio do fato?).
E pode voltar para atormentar empresários de comunicação sonegadores.
Eles reclamam de recursos como os embargos infringentes. Mas recorrem sempre. Só que sonegam impostos e informação.
Há pouco mais de um mês, aliás, a Globo piscou – reconhecendo que foi um ”erro” ter apoiado a ditadura.
Agora, a elite conservadora também piscou: o professor Gandra é o porta-voz, a manifestar o mal-estar que se avoluma. A diferença é que o velho jurista age agora por princípio, enquanto a Globo agiu com oportunismo típico.
Os monstros amedrontam quem pensou que podia brincar de assustar o Brasil, e que a brincadeira serviria só pra botar Dirceu na cadeia.
Não. Subjuristas beiçudos e subcolunistas pretensiosos levaram a brincadeira longe demais. E por que? “Porque a teoria do domínio do fato traz insegurança para todo mundo“, explica Gandra.
- See more at: http://pocos10.com.br/jurista-ives-gandra-%e2%96%ba-eu-li-todo-o-processo-sobre-o-jose-dirceu-nao-ha-provas-contra-ele/#sthash.7E2eZEDo.dpuf
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