DCM: IPTU prova como é duro agir pelos pobres
Paulo Nogueira, editor do Diário do Centro do
Mundo, comenta a restrição judicial ao projeto de Fernando Haddad, que
eleva o imposto nos bairros ricos e reduz nas periferias.
"Os moradores
dos bairros mais “nobres” pagariam mais pela excelente razão de que
podem mais. Mas quem tem voz não são as pessoas da periferia. São os
privilegiados", diz ele
247 - O jornalista Paulo Nogueira, editor do Diário do Centro do Mundo,
fez uma interessante análise sobre a disputa judicial do IPTU, em São
Paulo. O projeto do prefeito Fernando Haddad, que eleva o imposto em
bairros nobres e reduz na periferia, foi barrado nos tribunais por
iniciava da Fiesp, de Paulo Skaf, que pretende disputar o Palácio dos
Bandeirantes. Segundo Nogueira, "é difícil fazer coisas para os pobres
no Brasil". Leia sua análise:
É difícil fazer coisas para os pobres no Brasil.
O 1% não gosta. Não deixa.
Getúlio criou as leis trabalhistas.
Impediu a exploração de menores pelas empresas. Estabeleceu férias.
Tornou secreto o voto, o que acabou com a farra dos patrões que
acompanhavam seus funcionários na cabine eleitoral para checar se eles
escolhiam quem era para eles escolherem. Fora isso, GV estendeu o voto
às mulheres.
Getúlio terminou morto.
Jango, como ministro do Trabalho de
GV, no começo dos anos 1950, acabou com a prática segundo a qual greve
era coisa de polícia. Obrigou as empresas a negociar com os sindicatos
em caso de confronto.
Mais tarde, como presidente, criou o 13.o salário, tratado pelo Globo numa manchete antológica como um grave risco ao país.
Jango terminou deposto.
As coisas não mudaram tanto assim.
Veja, por exemplo, o “IPTU dos Pobres”, que Haddad vem tentando com imensas dificuldades emplacar em São Paulo.
Os moradores dos 25 bairros mais
pobres de São Paulo pagariam menos IPTU. No Parque do Carmo, por
exemplo, o imposto se reduziria em 12%.
Os moradores dos bairros mais “nobres” pagariam mais pela excelente razão de que podem mais.
Mas quem tem voz não são as pessoas da periferia. São os privilegiados.
(continue lendo no Diário do Centro do Mundo).
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